sábado, 12 de agosto de 2006

[CONTO] O Pássaro Nadador

Certa vez, em um dos meus sonhos, me deparei com um animal peculiar.

Caminhava tranqüilamente por uma rua do sonhar (não me lembro qual), quando voltei meus olhos para o céu.

Lá em cima as nuvens flutuavam lentamente, seguindo a correnteza de vento. Entre elas, sem aviso, surgiu um pássaro nadando. Isto mesmo, nadando!

Era uma mistura de papagaio, pica-pau e fênix. Do primeiro tinha o bico, do segundo o topete espetado, do terceiro possuía o corpo e a longa calda de penas esvoaçantes, que não era chama, mas brisa e mar.

As penas do peito eram azuis, assim como as do imponente tompete, da invejável calda, e uma porção daquelas que levava nas asas. O restante era tingido da mesma pureza das nuvens em meio as quais nadava, exceto pelas patas, que possuíam a cor do céu.

Mas o que importa é que nadava. Muito bem, por sinal! Movia com fluidez as patas, conduzindo o corpo através do ar. Porém, curiosamente, não usava suas asas, que apesar de claramente longas, mantinha presas junto ao corpo.

Nadava e nadava, sem se importar com a terra logo abaixo, que sustentava a mim, seu observador curioso. Nadava cortando o vento, qual nadador abrindo as águas.

E aos poucos foi-se embora a explorar novos mares, novos rios de outros sonhares.

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Comentários:

comentando rapidinho antes de voltar p. minha dooooce apostila o.o wolv, aquela foto foi, como a maioria das coisas que me envolve, TUDO menos planejada/idealizada XD foi surto de amiga retardada, que ficam traumatizadas com mais de um ano sem se ver, e da última vez que o fizeram, não tiraram todo (juntas) praticamente u.u se teve uma... nem lembro dela. e aliás, falando em ver, você ainda está na obrigação de comparecer aos eventos \o.oAlfenas num tem caravana, caralho?

s. | Homepage | 15-08-2006 20:30:57

domingo, 30 de julho de 2006

[CONTO] Felipe e Elisa

'Flying Together' de Dora Stanczel

"Flying Together" de Dora Stanczel

Felipe era um adolescente de 15 anos, muito tímido e reprimido, tinha dificuldades de se relacionar com seus colegas de escola, e graças a isto ainda não havia feito nenhuma amizade.

Um dia surgiu Elisa em sua vida. Ou melhor, ele se deu conta da existência dela, em um momento quase mágico. Esta é a história desse momento.


O lugar onde Felipe sentava-se dentro da sala de aula era bem escondido, exatamente do jeito que ele preferia ficar. Quanto menos chamasse atenção, melhor. Ironicamente sua carteira ficava próxima daqueles que ele chamava de Os Palhaços da Classe. Eles formavam um grupo de amigos responsáveis pelos momentos mais engraçados das aulas.

Virava e mexia os membros dos Palhaços implicavam uns com os outros, porém isto raramente ocasionava em brigas, e sim, para a alegria geral, em comentários espirituosos que muitas vezes levavam a sala inteira às gargalhadas.

Felipe se sentia apagado na presença dos Palhaços. Por este motivo nunca se sobressaia durante as aulas, e de certa forma preferia que continuasse assim. Isto até o dia em que um dos Palhaços começou a discutir com os outros sobre quem era a menina mais bonita da sala.

Um falou da Gisele, e seu belo corpo, muito vistoso. Bumbum durinho e enrijecido pelos jogos de vôlei durante as aulas de educação física.

Outro já preferia a Michelle, uma morena linda, de olhos verdes, cabelos encaracolados, e um rosto de traços leves e delicados.

Mas Marcos, o desenhista dos Palhaços, responsável por fazer as caricaturas do pessoal da turma, achava a tímida e reservada Elisa a menina mais bonita.

Elisa era magra, baixa, olhos castanhos vivos e espertos, um narizinho delicadamente esculpido, cabelo castanho-claro, que costumava prender em um rabo de cavalo. Usava óculos quase o tempo todo.

Além disto, Elisa era muito quieta, estudiosa, fazia o possível pra não chamar atenção, apesar de sentar-se na primeira carteira de sua fila, mais pra ficar atenta às aulas do que para se sobressair.

Felipe, que acompanhava a discussão, tomando o cuidado de não se mostrar tão interessado nela para que não fosse abordado por seus colegas, ao ouvir a opinião de Marcos ficou surpreso, pois o colega era um dos mais extrovertidos da turma. Elisa não parecia fazer o tipo dele, por isto ficou curioso pra entender o motivo que levou Marcos a escolhê-la. Assim, Felipe voltou sua atenção para Elisa e começou a observá-la. Foi neste exato momento que ele se apaixonou.

Em um mero instante, Felipe se deu conta de toda a beleza que Elisa continha em si, não só de seu rostinho bonito, mas de sua delicadeza, sua sensibilidade, sua inteligência e prestatividade. E a partir daquele simples e mágico momento, Felipe se viciou em Elisa, a ponto de querer desvendá-la, entendê-la, e aumentar ainda mais sua lista de motivos pra admirar aquele ser tão belo. Para isto começou a segui-la com o olhar, não como um detetive, mas como o admirador secreto que ele era de fato.

Não se contentava em observá-la apenas dentro da sala de aula, também a acompanhava durante os intervalos, no pátio da escola, vendo o modo como ela conversava com suas amigas, o sorriso contagiante que oferecia àqueles que conseguiam fazê-la se sentir feliz. E assim, a cada dia, Felipe ficava mais apaixonado por Elisa.

Mas sua paixão era frustrante. Felipe vivia triste por não conseguir reunir coragem o bastante para expressar a Elisa o que sentia por ela. Sua timidez excessiva era a inimiga contra a qual deveria lutar para fazer com que a voz de seu coração alcançasse o de Elisa, e ele sabia, ou pelo menos assim acreditava, que não era capaz disso. Por este motivo, Felipe, que naquele época não era muito inteligente, se contentou com o único recurso infalível que possuía: sua imaginação.

Felipe podia até não se considerar esperto e forte o bastante para se declarar pra Elisa, mas curiosamente era capaz de criar mundos minuciosamente fantásticos em sua mente quando se sentia sozinho.

A maior parte de seu tempo livre na escola era usado na criação de mundos inimagináveis e seres para habitá-los. Idealizava sagas inteiras protagonizadas por um vasto elenco de personagens que jamais chegou a transcrever em um simples guardanapo.

E por ter este dom ao qual ele não dava muito valor, Felipe achou que seria uma boa idéia abandonar por algum tempo seus outros mundos, e criar uma cópia daquele onde vivia, e assim o fez.

Foi durante uma aula de educação física. Geralmente ele não participava dela, só respondia a chamava e ficava sentado na arquibancada que dava para as quadras de vôlei e futebol do pátio da escola. Era de lá que ele, mais uma vez, observava Elisa conversando com algumas de suas amigas (ela também não era muito fã de educação física).

Imaginando como poderia chamar a atenção dela, Felipe, quase que expontaneamente, preencheu o pátio com todos os alunos que freqüentavam o colégio durante o período matutino. "Tudo tem que acontecer na presença de todos", pensava ele.

Em seguida se certificou de que todos os garotos que ele acreditava estarem interessados em Elisa, incluindo seu colega Marcos, estivessem observando-a naquele instante.

Por fim, sem nenhum aviso, Felipe lentamente se levantou do lugar em que se encontrava na arquibancada, e começou a voar!

Aqueles que estavam próximos de Felipe foram os primeiros a ficarem boqueabertos, mas logo ele deu um jeito de tal reação ser compartilhada por todos, pois assim que subiu uns dez metros acima da arquibancada, começou a sobrevoar todo o pátio do colégio, indo de um canto a outro.

Felipe dava rasantes sobre as cabeças de seus colegas de turma, fazia piruetas no ar, subia velozmente pra depois dar um mergulho que deixava qualquer um temendo por sua vida, e retomava o controle da gravidade apenas para arrancar aplausos e assobios de entusiasmo e fascínio.

Claro que tudo isto não serviria pra nada se não terminasse com um gran finale.

Após seu pequeno show, que durou menos de dois minutos, Felipe se interrompeu no ar, quinze metros acima do centro da quadra de vôlei, onde Elisa acompanhava, espantada, todo o repentino espetáculo promovido por ele. Lá do alto Felipe olhava sua amada nos olhos serenamente, quando começou a descer até ela, bem devagar.

Palavras não eram necessárias naquele momento único. Por isto sua platéia permanecia em um impossível e completo silêncio.

Quando novamente tocou os pés no chão, sempre olhando profunda e carinhosamente os olhos de Elisa, Felipe lhe estendeu a mão, que sem o menor sinal de hesitação ela aceitou. Sem palavras, nem questionamentos.

No mesmo instante, de mãos dadas, ambos começaram a voar. Magicamente, com um simples toque, Elisa compartilhava dos poderes de Felipe.

Aos poucos o pátio do colégio foi ficando distante, e logo Felipe e Elisa sobrevoavam sua cidade. Observavam juntos o movimento urbano sob uma viva e contagiante perspectiva. Viam os pássaros acompanhando-os lado a lado em seu vôo. Subiam mais ainda e passavam por entre as nuvens, um pouco mais pro alto e já estavam sobre aqueles enormes flocos flutuantes de algodão, cuja leveza só não superava a que os dois sentiam naquele instante.

Voaram juntos por horas, ultrapassaram as fronteiras da cidade até atingirem a próxima, e a seguinte, até não se importarem mais com o lugar onde estavam.

O vôo só terminou quando soou o sinal que anunciava o fim da aula de educação física.

O pátio voltou a ser ocupado apenas pelos colegas da turma de Felipe. Elisa voltou a conversar com suas amigas, sem dar bola pra ele, e assim continou até o dia em que o jovem abandonou o colégio para ar um novo rumo à sua vida.

Felipe jamais se declarou para Elisa, e tão pouco voou daquela forma. Ainda é muito tímido, e preserva sua mania de se imaginar em mundo fantásticos, alcançando vôos solitários em sua imaginação... (até agora)

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Obs.: um fato curioso a respeito da produção deste texto é que, enquanto eu o escrevia em meu caderno de rascunhos, a tinta da caneta acabou exatamente no ponto onde o vôo imaginativo de Felipe terminava. Quando voltei a escrevê-lo com uma caneta reserva, a tinta dela jamais ficou tão forte quanto a da anterior (ao contrário, estava bem fraca).


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Comentários:

Adorei a fantasia! Gosto de escrever. Gosto de imaginar... As vezes (sempre) minha imaginação viaja alto... Mas não lembro de imaginar com tanta precisão... Identificação com o autor em partes, por já ter sido mto tímida e mto, mto introspectiva... Mas já estou falando [rs] e engatinhando! Queria que o final tivesse se tornado realidade e feliz... Mas...

Raquel Li | Email | 04-09-2006 11:35:08
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E o mais engraçado foi que começou comigo e com a Suka no MSN, discutindo sobre o passado a qual nos conhecemos. O URL do blog da Tábita rolou na conversa, e eu entrei pra alimentar minha nostalgia. Foi então que eu vi vários links de nomes que nunca mais tinha lido antes (Cepa, Ceres, entre outros) e um tal de Wolv. foi então que entrei. A princípio só quis dar uma olhadinha superficial no layout, fui descendo pra procurar a bolinha laranja e seu fiel companheiro. E não sei pq eu parei nesse texto. Ô.o E li umas frases sem compromisso. Fui me indentificando e me prendendo a leitura. Quando você mencionou dos mundos alternativos do Felipe, foi então um auge desse sentimento. Coisa que eu fazia a alguns anos atrás, antes de mudar de colégio, antes de conhecer vocês. Hoje em dia não consigo mais, acho que esse mundo daqui me prende demais pra isso. É isso aí... té mais, Wolvii!

Lóla | Homepage | 13-08-2006 22:28:10

quarta-feira, 26 de julho de 2006

[REFLEXÕES] Impressões de uma insônia produtiva

Obs.: para uma melhor compreensão do texto abaixo, considerem que ele foi escrito em plena madrugada de hoje em meu caderno de anotações e rascunhos, onde eu geralmente transcrevo a maioria dos textos que posto aqui.

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Hoje tive mais uma daquelas minhas noites mal-dormidas (ou praticamente não-dormidas), mas, em contrapartida, extremamente criativas. Bastou eu deitar na cama e, passados alguns minutos de tentativas pra atrair o sono, começou a tempestade, no melhor sentido da expressão.

As idéias que surgiram são extremamente confidenciais, e sua grande maioria tem relação com meus projetos pessoais (alguns dos quais já venho pondo em prática), que pretendo lançar nos próximos anos. O que importa aqui não são elas, mas as impressões que tive agora a pouco da minha mais recente insônia produtiva (vale citar que estou escrevendo isto em meu caderno de anotações em plenas 3:40 da manhã).

A verdade é que quando uma insônia desse tipo acontece eu não tenho muita escolha, não adianta ignorar as idéias, ou deixar pra transcrevê-las numa outra hora, pois elas simplesmente me atormentam pra serem transferidas pro papel o mais depressa possível, como se fosse um caso de vida ou morte (o que não fica muito longe da verdade, pois já perdi muitas boas idéias ao longo da minha vida, antes do abençoado dia em que resolvi adotar os cadernos de anotação).

Talvez seja por falta de controle da minha parte, algo como um tique nervoso que não depende tanto da vontade imediata da pessoa em dominá-lo, mas de todo um condicionamento para conseguir domá-lo. Provavelmente é isto que me falta no momento, encontrar uma forma de controle sobre essas tempestades criativas, embora obter isto, no momento, me pareça tão difícil de pôr em prática quanto a idéia de sair mundo afora decidindo onde vai cair um pé d'água e onde fará um lindo dia ensolarado. (tal como ocorria com o Deus das Chuvas, de Adeus, e Obrigado pelos peixes, do sempre citável Douglas Adams).

Tá, o parágrafo anterior ficou grande demais, prometo ser mais modesto e menos "indomável" neste, já como uma forma de exercitar meu controle sobre os turbilhões ideáticos. Certo, certo, já é o suficiente pra um parágrafo...

Voltando às impressões, comecei a refletir, ainda deitado na cama, encarando o derredor escuro do meu quarto, sobre a natureza das idéias e preocupações que me passavam pela cabeça desde as 23 horas (horário em que eu comecei minha tentativa totalmente frustrada de cair no sono). De improsivo posso me lembrar das idéias para os e-mails que vou escrever pra Aline daqui a pouco; da proposta que farei pra minha irmã de rever a trilogia De volta para o futuro comigo; das idéias que tive pra minha série de livros infanto-juvenis; e daquelas que chegaram para o futuro romance que pretendo escrever.

Enfim, acho que já deu pra notar que idéias não faltaram por aqui hoje. Muitas, dos mais variados, tipos, exceto uma: Cadê a idéia de deixar pra anotar todas essas idéias mais tarde, e se preocupar em ter uma boa e proveitosa noite de sono, com ocasionais encontros oníricos sempre insistentemente evocados antes de começar minhas batalhas contra a insônia? Pois é, essa não veio.

Que ela chegue finalmente, e seja posta em prática o quanto antes, agora que a idéia para o texto sobre a falta de idéia pra calar todas as outras, e me deixar dormir em paz, já está quase toda posta no papel (e mais tarde estará na internet). Falta só mais uma coisa: Boa noite, idéias! Agora calem a boca!! Já fiz minha obrigação!

terça-feira, 11 de julho de 2006

[REFLEXÕES] "Onde o sábios nadam, os loucos se afogam"

Nús subaquáticos de Valery Anzilov

Montagem feita com fotos de Valery Anzilov

Este é um provérbio que já li em duas ocasiões diferentes, respectivamente nas obras de Carl G. Jung (O Eu e o Inconsciente) e Joseph Campbell (O Poder do Mito), dois homens que, por si mesmos, representam a imagem dos sábios modernos: aqueles capazes não de gerar conhecimento, mas de compilar os que já possuímos de maneira fragmentada, provenientes dos mais variados ramos do conhecimento humano, e interpretá-los com base na integração que compuseram.

O que este simples provérbio tem a nos ensinar? Muito!

Ensina a não nos afogarmos em nossas mágoas; a não deixar que nossos problemas nos enterrem vivos; a não guardar muito pra nós mesmos, em uma atitude egoísta perante o mundo de coisas e pessoas que se abre diante de nós, sejam elas bens materiais, morais ou intelectuais. Tudo que nos chega de valioso vêm para compartilharmos com os outros!

"Nadar" não significa simplesmente "se deixar levar" pela correnteza, mas também ensinar outros a nadarem, dentro de suas próprias capacidades.

"Se afogar" é deixar-se dominar por seus problemas, seus medos, sua insegurança, seu egoísmo e orgulho.

Guardar para si conhecimento representa um peso enorme em nossa consciência, pois no nível inconsciente sabemos muito bem que aquele peso não é pra ser carregado por muito tempo, mas passado adiante, não de uma só vez pra uma só pessoa, mas repartido entre muitas. Mais uma vez cabendo a cada uma receber a porção que é capaz de suportar, de assimilar e, claro, de retransmitir.

É assim que o bem se faz! É assim que ele se alastra!

Que é a depressão, se não um peso que afunda nosso ser? Uma carga que devemos entregar a seus muitos destinatários! É o aviso de nossa consciência para quando estamos desperdiçando nossas vidas e nossas potencialidades! Deixando não só de vivê-la, mas de compartilhar nossa energia vital, a luz que ilumina nosso ser, nosso tempo, nossa paciência, nossos conhecimentos!

Que é a dor, se não o cansaço físico e psíquico que se abate sobre nós quando nosso corpo se dá conta de que estamos guardando muito pra nós mesmos, quando deveríamos usar todo o nosso potencial, nossas capacidades, para ajudar outras pessoas a desenvolver as delas? Ajudá-las a caminhar, a nadar, e não se afogar em suas próprias aflições!

Que é a vida, se não a energia que move nossos corpos; que sustenta nossos seres; que fornece as forças de que precisamos para carregar nossos bens físicos, morais, intelectuais, espirituais, até o ponto em que precisamos compartilhá-los?

Que é a intuição, se não aquilo que nos aponta para o caminho certo, ou nos diz se estamos no errado? Que nos dá um vislumbre de um futuro glorioso, ou nos adverte do sombrio que decorrerá de nossa (re)incidência nos erros.

Que é o amor, se não a injeção de ânimo que muitos de nós precisam tomar para aprender a fazer bom uso da vida que nos foi oferecida? A luz da nossa consciência! A idéia da integração de tudo e todos. A interconectividade dos destinos humanos. A ordem que dá sentido ao caos. O preenchimento do vazio. O florescimento de um jardim. O despertar das potencialidades. O nascimento de um sábio. O nadar e não se afogar.

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Comentários:

Virou meu texto de referência.

Aline | Email | 13-07-2006 16:29:50

quarta-feira, 28 de junho de 2006

[CULINÁRIA] Receitas do Tio Wolv: "Torrada de Pão de Queijo"

Não fica assim!

Foto meramente ilustrativa
(não fica assim!)

Antes que alguém venha me acusar de plagiar o Fábio Yabu, digo desde já pra ir cuidar da sua vida e deixar que eu curta meu momento de realização, afinal, não é todo dia que eu invento uma receita.

Na verdade era pra eu ter postado isto na semana passada, assim que eu voltei de mais uma das minhas "temporadas" em Guaxupé, pois a "criação" se deu na casa da minha tia, onde fiquei hospedado por uma semana.

Enfim, chega de embromação e vamos à receita! Vocês vão precisar de:

- Pães de queijo endurecidos (ficam assim depois de uns 3 dias);
- Um microondas;
- Um bocado de paciência;
- e 60 segundos de suas vidas.

Sim, é "só" isto. Mas não pensem que é fácil deixar pães de queijo guardados durante tanto tempo! Aqui em casa meio quilo acaba em questão de minutos! Portanto, sejam persistentes, e resistam à tentação de comer todos eles (ou simplesmente escondam alguns durante os 3 dias em um lugar bem improvável de procurarem, tipo uma gaveta de cuecas ou de calcinhas, dependendo do seu sexo, tomando, obviamente, o cuidado de embalá-los bem pra não atrair formigas até que eles fiquem "no ponto").

Feito isto, três dias depois vocês já podem testar sua consistência. Se estiverem um pouco duros eles já estão prontos pra ir pro microondas. Ponham todos despreocupadamente lá dentro por 1 (um) minuto, na potência máxima.

Sessenta segundos mais tarde vocês vão descobrir, como eu, que os pães de queijo não ficaram molinhos, quentinhos e repuxentos, mas duros feito pedra. Não se desesperem! É assim mesmo que a coisa tem que ficar.

Na hora de comer vocês têm duas opções:

1) Corte-os em fatias, como quando vão fazer torradas com pão francês (ou pão de sal, dependendo da região do país onde vivem);
2) Sejam burros como eu, e comam do jeito que saiu, na dentada mesmo, fazendo o possível pra evitar uma futura visita ao seu dentista (acreditem, já quebrei meus dois dentões da frente por um motivo ainda mais idiota, e pro meu azar eles já não eram mais de leite).

O gosto desse negócio? Sabe quando vamos fazer algo com queijo em uma grelha ou frigideira e espirra um pouquinho no fundo dela, que logo tosta e fica sequinho? Pois é, eu adoro aquelas casquinhas de queijo torrado! O gosto é exatamente este.

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Comentários:

ow, cadê a receita da torta de bis????

Lucão | Email | 11-07-2006 20:01:33
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AHIUhaiuAHUIahUIAHuiahuiHAIUhaiuHAIUhaiUHAuihaiuHAiuahIUAHiauhIUAHiuahIUAHiuahIUHA! Pronto, momento rissaaaaadaaaaas na casa da Heluza Oo Tu não é normal xDDD Sabe eu jah fiz\ isso, mas tava guardado a um dia só xDDD E não colokei 60 segundos, só 30 Oo Mas um dia eu tento, tem sempre pão de queijo akeee mesmo Oo Heluza ama pão de queijo @.@ HAIUHAIUHAUIHAIUAHIUAHIUAHIAHAHAU!

heluza | 02-07-2006 14:36:56
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A idéia é esta, meu caro Tom. Mas é claro que prefiro o "jeito convencional".

Wolv | 01-07-2006 09:15:19
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Não é mais fácil e gostoso comer os pães de queijo do jeito convencional?! Sei não, mas isso ta me cheirando uma daquelas tardes sem nada pra fazer, quando bate a fome e não se têm nada pra comer, a não ser aqueles pães(de queijo) esquecidos no fundo do armarinho/forno... Tudo bem, eu te entendo!

Tom | Homepage | 01-07-2006 01:14:40
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Eu tenho medo que eles explodam no microondas.

Aline | Email | 29-06-2006 07:42:57
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tenho pavor de quebrar meus dentes

Mariana | Email | 29-06-2006 07:42:04

quarta-feira, 14 de junho de 2006

[DIÁRIO] O Som das Esferas?!

Ontem ocorreu um fato extremamente peculiar comigo (pra não dizer tremendamente estranho). Tudo começou quando eu estava deitado sobre a cama no meio da tarde sem nada de interessante pra fazer, sem paciência pra assistir a estréia do Brasil na Copa (escrevi este trecho enquanto minha família assistia o primeiro tempo do jogo), e sem inspiração pra escrever qualquer coisa.

Fiquei esperando por alguns minutos o surgimento de alguma idéia para um texto, fosse ele um trecho do meu livro, ou um conto aqui para o blog, mas depois de um certo tempo acabei desistindo. Decidi que era chegada a hora de "apelar".

Abri meu armário de quadrinhos e livros (onde 99% do conteúdo é composto pelo primeiro item), e desenterrei minha edição de "Até mais, e obrigado pelos peixes" (o 4º livro da série "Mochileiro das Galáxias", do genial Douglas Adams) debaixo de meu porta-CDs, pra ler um dos capítulos que eu mais gosto: o 14º. É nele que Arthur Dent liga pro bar da estação de trem onde almoçara com Fenchurchperguntando se alguém havia encontrado o bilhete da rifa que comprou de uma velhinha insistente, atrás do qual a garota havia anotado seu telefone.

Até hoje acho genial a forma como ele escreveu este capítulo, que é praticamente um monólogo da funcionária do bar que atendeu seu telefonema (não ouvimos em nenhum momento o que Arthur fala do outro lado da linha), tanto que vira e mexe eu pego o livro pra reler este trecho.

É realmente uma pena que Douglas Adams tenha morrido tão cedo, deixando tão poucas obras pros seus apreciadores degustarem. Também é lamentável o fato de eu já ter me desviado completamente do assunto principal deste texto.

O que realmente importa é saber que eu estava tentando arrumar alguma boa idéia lendo um texto de um dos meus escritores preferidos. E o mais importante, que fazia isto sentado na beirada da minha cama segurando o livro com ambas as mãos, apoiando os cotovelos sobre os joelhos, ao lado do meu armário de HQs e livros, cujas portas estavam escancaradamente abertas, de modos que era possível ver todas as pilhas de quadrinhos, e a única de livros que se encontram armazenados em seu interior. Foi neste cenário, e nestas circunstâncias que o tal fato aconteceu.

Começou como um chiado muito, mas muuuito baixo, no meu ouvido direito. Era tão ridiculamente baixo que num primeiro instante mal chamou minha atenção. Até aí ainda estava entretido com a leitura. Só alguns segundos depois é que me dei conta de que só ouvia aquele chiadinho do lado direito.

Foi quando eu virei a cabeça um pouco para o lado que o negócio começou a se revelar particularmente estranho. Ao fazer isto o chiado parou por completo, mas foi só voltá-la pra posição anterior que ele estava novamente lá.

Como ainda rolava o jogo da seleção lá na Alemanha, e a cidade estava praticamente parada acompanhando a partida, imaginei que o tal chiado fosse um barulho longínquo de alguma turma exaltada assistindo a disputa na TV. E pensando nisto me levantei, caminhei até a janela do meu quarto, e agucei minha audição o máximo que pude pra identificar de onde vinha o estranho ruído. Resultado: nem sinal dele.

Tá, se o barulho não vinha de fora, e se quando eu me mudava de posição ele simplesmente sumia, de onde diabos ele estava vindo? Como diria qualquer personagem engraçadinho de algum seriado americano (ou o Sílvio Santos), esta é a pergunta de um milhão de dólares, meus caros (ou reais, no caso do Sílvio)!

Mas, até aí, ainda não havia desistido de descobrir a origem do chiado bizarramente baixo, tanto que voltei a me sentar na beirada da cama, cuidando para assumir a exata posição em que me encontrava quando ele surgiu pela primeira vez. Pra minha surpresa, ele ainda estava lá!

Experimentei jogar a cabeça ligeiramente pra frente, coisa de poucos centímetros, e ele mais uma vez sumiu. Voltei com ela pra trás, e o chiadinho retornou.

Daí eu tentei uma estratégia nova. Calculei de que direção ele vinha e fui seguindo-o com o ouvido em linha reta, até onde parecia ser sua fonte. No final da "perseguição" eu me vi com a cabeça quase enfiada dentro do meu armário. Se era de lá que ele vinha? Não. Foi só eu me afastar alguns centímetros do ponto onde ele surgiu que já não era mais possível ouvi-lo.

Cheguei até mesmo a me debruçar no chão do quarto e encostar o ouvido nele pra verificar se vinha de um possível cano que passasse sob o quarto, mas nem sinal.

No final das contas voltei a me sentar na beirada da cama, posicionei minha cabeça no ponto apropriado do espaço, e fui finalmente ouvir com mais atenção o chiado.

Inicialmente não parecia nada mais do que um ruído qualquer, mas depois de um tempo parecia ter alguns padrões no som, como em uma transmissão com algumas interferências de fundo. Em alguns pontos quase dava pra identificar uma melodia no meio daquilo. Mas nem sinal de vozes, pelo menos não do tipo que eu já tenha ouvido.

A impressão que eu tive a respeito da origem daquele som foi de que existia um buraco no tecido do espaço bem dentro do meu quarto que, coincidentemente ou não, surgiu bem ao lado do meu ouvido direito, no exato instante em que eu me sentei na beirada da minha cama pra ler o trecho de um livro de ficção científica, cuja história terminava com os personagens descobrindo a mensagem final de Deus para o universo. Se isto significa alguma coisa, ou se é só viagem da minha cabeça? Não faço a menor idéia.

Só sei que escrevi este texto em duas etapas: a primeira logo depois de ocorrido o que acabei de narrar, e a segunda após eu tomar um banho pra esfriar a cabeça e concluir o que relatei aqui. Assim que eu saí do chuveiro, vesti uma roupa, fiz um lanche e escovei os dentes, experimentei me sentar novamente na beirada da cama, e ficar na mesma posição que eu estava quando o chiado surgiu. Ele não estava mais lá.

O que restou foi a impressão de que eu perdi alguma coisa importante, incapaz de interpretar o que ouvi. De repente a mensagem não era pra mim...

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Comentários:

E aí,blza?Adorei seu blog,muito interessante mesmo,pelo visto tu és uma pessoa muito culta,adoraria trocar com umas idéias contigo.Bjs,João.

João | Email | 23-01-2007 19:37:17
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Nossa! Adorei esse post! XD É interessante que, enquanto eu lia, me vi a mim mesma fazendo o mesmo que você... Apesar do outro ali achar que é esquizofrenia eu acho que é uma coisa realmente interessante. XD Já aconteceu comigo e só me encheu de caraminholas na cabeça... Fiquei em tike! Me perguntando por qual motivo não havia descoberto a origem do som... :D Bem... espero que de uma próxima você já tenha arrumado um Babel Fish para poder nos passar a mensagem interestelar de nossos vizinhos galácticos!!! XD _o/

Alynne | Email | 21-10-2006 22:31:50
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Wolv, isso tem nome. Se chama esquizofrenia.

Cilon | 17-06-2006 01:22:39
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Oo Aaaaaaahhh! Mas isso já aconteceu comigo várias vezes Oo Na última foi de noite, quando ia pra casa, mesmo dia que vi e ouvi muitas coisas que ~...não eram pra ser ouvidas nem vistas Oo Enfim Oo Eu já me acostumei com isso x.x Aleas...o "eu" é a Heluza ¬¬

eu. | 16-06-2006 00:28:47