terça-feira, 26 de outubro de 2010

[O MÊS DOS MORTOS] The Walking Dead – A Série de TV

ATENÇÃO: o texto abaixo contém alguns SPOILERS!!

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31 de outubro de 2010 já se tornou uma data histórica. 42 anos depois de George Romero nos brindar com um dos maiores e melhores clássicos do terror, o seminal A Noite dos Mortos Vivos, Frank Darabont, o diretor responsável por algumas das melhores adaptações cinematográficas de obras de Stephen King (Um Sonho de Liberdade, O Nevoeiro, entre outras), estréia no visionário canal AMC (da excepcional Breaking Bad, e da aclamada Mad Men), a adaptação de uma das mais elogiadas HQs de terror já escritas, criada por Robert Kirkman e Terry Moore. É um sonho se realizando para uma legião de apreciadores de um dos subgêneros mais populares do terror: o apocalipse zumbi.

Comentário do C: Uma coisa curiosa sobre o Halloween é que ele é um dos poucos acontecimentos da cultura anglo-saxônica que não "pegou" por aqui. Nós temos um feriadinho paia que ninguém dá muita coisa por ele (dia de finados), mas não é nem perto do quanto a véspera do dia de todos os santos é importante na cultura americana. Evidentemente que é o dia que começará o apocalipse zumbi, então, por favor, tenham a decência de não começar nenhum experimento ou ritual nesta data, obrigado.

Agora, sei lá, foi só eu que não sabia que porra de canal é esse AMC? Acidente Molecular Cerebral?


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A verdade é que tal fato já era esperado. A HQ fez sucesso praticamente desde sua estréia em 2003 (a primeira edição foi reimpressa 6 vezes!), e conforme Robert Kirkman ia demonstrando sua capacidade de escrever uma série longa sem perder a mão, e mantendo o leitor sempre ansioso pela próxima edição, não demorou muito pra começarem a achar que era o material perfeito pra ser transformado numa série de TV, desde que houvesse alguém capaz de convencer algum canal de televisão de que uma série de terror focada no drama dos personagens era garantia de sucesso.

Comentário do C: Eu tenho todas as críticas do mundo a Lost, mas tenho que admitir que a série mudou a visão que o mundo tem dos seriados. Depois de Lost se decidiu que dava pra extrair um "drama pessoal" sério de qualquer coisa. Tanto é que tivemos até de Super-Heróis (antes de Heroes cagar no tomate). Então, uma vez provado que dava pra aplicar esse "padrão seriado" de qualidade, era só questão de tempo até alguém perceber o óbvio: Walking Dead.

Tenho fé que um dia expandirão esse padrão de qualidade (focado em tramas pessoais bem feitas) para universos que eu pago pau infinitamente. Quem não daria a orelha da mãe por um seriado foda de Halo?

Adendo do Wolv: Além disto, como bem observou o pessoal do Omelete, Walking Dead é uma série que, se fizer sucesso (e muitos estão apostando nisto), abrirá espaço para que outros quadrinhos de temática mais adulta sejam adaptados pra TV. Já estão falando de uma adaptação de Sandman, e no ano passado surgiu o boato de que adaptariam Fábulas, outra HQ que recomendo muito a leitura.

6 anos depois do lançamento da HQ, eis que surge Frank Darabont com uma proposta de adaptar os quadrinhos para o formato de telefilmes, a qual é aceita e bancada pelo canal AMC. Conforme a produção avançava, os executivos da emissora acreditaram na força do material que tinham em mãos, e aprovou a produção de uma série. A confiança é tanta que já deram sinal verde para a 2ª temporada.

Comentário do C: Ainda podemos ter fé no bom senso da humanidade? E... WTF, canal AMC ainda tô tentando engolir. Chamarei de America Channel doravante, pronto.


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Tanto a história da HQ como a da série gira em torno de Rick Grimes (Andrew Lincoln), um policial de uma cidadezinha de interior que é baleado durante uma operação que dá errado, entra em coma devido à gravidade do ferimento, e só desperta depois que o mundo inteiro virou um caos. Daí pra frente, descobrimos com Rick o estado em que as coisas se encontram.

Comentário do C: Pessoalmente esse não é meu estilo de narrativa favorito, devo dizer. Veja, o "cara novo" no mundo através de quem o espectador conhece o universo (como melhor exemplo, pegue a Arquiteta de Inception, para quem é explicado tudo, e quem são os caras) é uma técnica válida, mas eu prefiro algo mais estilo Zumbilândia - que o cara já conhece o mundo, já tem suas regras, e nós vamos sendo apresentadas a elas sem prévio aviso (em Zumbilândia não tem essa "carona" narrativa com o protagonista).

Adendo do Wolv: Tendo em vista que a HQ foi lançada um ano depois de Extermínio, que representou uma reinvenção do gênero na época, podemos dar um desconto pro Robert Kirkman, que, afinal, estava tentando emplacar o projeto partindo de uma fórmula que deu certo. Felizmente, através do desenrolar da trama, ele se distanciou muito de sua fonte de inspiração inicial.

Muitos vão falar da semelhança entre o começo da série e o do filme Extermínio, de 2002, e alguns até o acusarão de plágio. Na HQ realmente soa como um plágio, porque não há muitas diferenças entre as duas histórias neste ponto, mas na série de TV, Darabont conseguiu realizar um trabalho tão primoroso expandindo essa seqüência (nos quadrinhos dura apenas umas poucas páginas), a ponto de torná-la mais tensa e impactante que a vista no filme de Danny Boyle. É uma seqüência brilhante, que cria uma atmosfera opressiva, gerando estranheza de início, depois ansiedade e por fim puro terror.


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Comentário do C: Hmm, nesse ponto eu discordo. Eu realmente prefiro a cena de Extermínio por mais nada, porque Londres jogada às moscas é muito mais perturbador que uma cidadezinha do interior de merda, que provavelmente estaria às moscas de qualquer jeito. O impacto é totalmente diferente. Eu achei a seqüência arrastada demais, e os primeiros mortos-vivos que aparecem no seriado são jogados sem muito estilo.

Veja, todo mundo sabe que os mortos vencem pela quantidade, e veremos hordas de zilhões deles, é isso que se espera afinal, mas quando aparece o primeiro para dar o clima de "não estamos mais no Kansas, Totó" merece um tratamento especial. E eu achei que faltou esse brilho, que é um dos grandes momentos quando falamos de mortos-vivos. Como o protagonista descobre que os mortos andam é um momento marcante, e eu achei muito "méeeh" nesse episódio.

Adendo do Wolv: Concordo em parte. De fato o primeiro contato do Rick com um morto-vivo deixou a desejar.

E sobre eu achar a seqüência melhor que a de Extermínio, acredito que seja mais por já fazer algum tempo que assisti o filme. O impacto foi maior justamente por esse "distanciamento".

A série conseguiu traçar um panorama geral da tragédia que assolou o mundo ainda mais inquietante, optando por gastar mais tempo apresentando o cenário de desolação e abandono (e demonstrando o quanto o canal está confiante de seu sucesso, a ponto de investir tanto na produção de cenários).

Comentário do C: Ainda considero a possibilidade da série ter sido filmada numa quarta-feira de uma cidadezinha cu do mundo do interior qualquer. Diz aí, Rodrigo, Guaxupé realmente seria muito diferente se acontecesse um apocalipse zumbi ou mal daria pra notar? Pois é.

Adendo do Wolv: Guaxupé seria mais morta do que normalmente já é.

Outro ponto em que a série se sai melhor que os quadrinhos é no desenvolvimento dos personagens.

O diálogo entre Rick e Shane, antes do tiroteio, é uma cena que não existia na HQ, mas que funciona muito bem na série, estabelecendo uma dinâmica entre eles, que mais adiante criará um contraste maior quando os dois se encontrarem no acampamento de sobreviventes, visto rapidamente no final do episódio.

Comentário do C: Eu sou suspeito pra falar, já que eu sou um grande sucker por esse tipo de conversa. Que atire a primeira pedra quem não lembrou dos filmes do Tarantino onde os personagens normalmente têm conversas filosóficas absurdamente fodas sem relação nenhuma com a trama (como por exemplo, qual a moral da música "Like a Virgin"). A conversa desse episódio não é tão infinitamente foda assim, mas é muito bom ver os personagens em vidas normais falando sobre coisas do cotidiano, e não apenas vivendo em função da aventura.

O mesmo pode ser dito sobre o breve período em que Rick fica na casa de Morgan e Duane. Além de servir de guia para Rick, Morgan é quem protagoniza uma das melhores cenas deste piloto, quando procura superar seus sentimentos pela esposa morta e convertida em zumbi, e tenta matá-la. É uma seqüência de forte carga emocional, que tem grande impacto sobre o espectador, em parte graças à ótima atuação de Lennie James, que se destaca neste episódio, e também à edição excepcional, que alterna entre o conflito emocional de Morgan e o conflito moral de Rick, quando este volta ao parque pra dar cabo da zumbi sem pernas.

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Comentário do C: Eu estou com acesso limitado a internet aqui, então me confirma: esse por acaso não é o negão de Jericho? Porque se for o mesmo, tá explicado tudo. Na mão de qualquer ator teria sido uma cena amarrada e chata pra caralho, não adequada para caras fodas que nem eu, mas a coisa é tão bem feita, que eu não só tive saco o bastante para assistir, como fiquei em dúvida sobre o que iria acontecer. E, tipo, eu sou inteligente pra caralho, então eu querer saber o que vai acontecer, e não apenas deduzir, é um grande mérito da série.

Adendo do Wolv: Sim, é ele mesmo.

Claro que a série não fica só por conta de desenvolver e dar maior complexidade psicológica a seus personagens. Como todo bom filme de desmortos, The Walking Dead também tem uma boa dose de gore, e faz questão de exibir isto na ótima cena de abertura, quando Rick é forçado a plantar um tiro na cabeça de uma garotinha zumbi. Eu chamo essa cena de “ou vai ou fica”. É daquele tipo que já deixa bem claro para o espectador o que esperar da série, e já afasta de vez quem não tem estomago pra encarar cenas tão fortes como esta. Daí pra frente, prepare-se pra ver muitos tiros e tacos de baseball explodindo miolos de mortos vivos, sempre mostrados de maneira explícita, e o “banquete” no final, que mostra até onde vai a fome dos zumbis por carne.

Comentário do C: HOLY DANCING CRAP OF AWESOME APOCALIPSENESS! Necessário dizer apenas que a série começa com uma garotinha levando um headshot na cabeça! Isso é infinitos níveis de formidavel fr0m h311!

O que tem de tão incrivel numa série abrir com uma criança sendo baleada na fuça? Você deve estar pesando que eu sou um sado-pedo-necrófilo amalgamo, mas não é isso. Nos tempos politicamente corretos em que vivemos, nos últimos dez anos, qual foi a última vez que você viu alguém dizer um ai para uma criança? Eu lembro do brilhante AVP2 (um dos filmes mais underrated de todos os tempos) e só. Deve ter mais. Mais precisamente, em alguns estados americanos, você pode perder a guarda de seu filho se você elevar a voz com ele. Isso diz a bicharlhadice dos tempos em que vivemos.

Então eu pensei "pfff, eles não têm OS CULHÕES NECESSÁRIOS para fazer um seriado foda sobre mortos-vivos".

E a série me respondeu "ah é, bebé? Então saca só!"


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EU FUI UM HEREGE SEM FÉ! ÓH COMO FUI TOLO, COMO FUI TOLO!

The Walking Dead tem tudo pra agradar quem curte boas histórias de terror e suspense, e dramas de sobrevivência. A ambientação lembra tanto os filmes clássicos de Romero, quanto o romance Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, cujas as vítimas da epidemia de cegueira que assola o país não são muito diferentes dos mortos-vivos tradicionais (recomendo o livro e a adaptação para o cinema).

Comentário do C: Recomendo só a adaptação para o cinema, mas meu ponto contra o Saramago não é a questão aqui...

A julgar por este início, deu pra notar que Frank Darabont e sua equipe de roteiristas estão dispostos a ser tanto fiéis à obra original, como torná-la ainda melhor em sua transição para a TV, com um cuidado maior no desenvolvimento dos personagens e seus dramas, e numa melhor exploração do mundo que se criou após a praga.

Tendo lido a HQ até a edição 54 (atualmente está na 78 lá fora), posso garantir que a história só tende a melhorar, com muitas reviravoltas, momentos chocantes, e cenas altamente polêmicas. A equipe responsável pela série já mostrou que tem coragem de ousar, e isto é um ótimo sinal. A TV ficou mais interessante com a estréia de Walking Dead, sem dúvida a melhor série da temporada.

Comentário do C: Um último ponto que eu gostaria de ressaltar é a incrivel capacidade de chocar dos caras. Tipo, eu já vi muita coisa, mesmo, e pouca coisa nesse mundo me impressiona. Mas eu fiquei impressionado com a cena do cavalo. Para te convencer a assistir essa série, direi que tripas de cavalo são devoradas com o mesmo ainda se debatendo. Pô, era um bom cavalo, era um cavalo maneiro, e havia empatia com ele, e então... e então... e então... PQ? POR QUEEEEEEEEEEEEE?

O cavalo não! Tudo menos o cavalo!

O que me lembra daquele filme Eu Sou a Lenda, onde 5 bilhões de pessoas morrem, mas a cena mais emocionante do filme é quando um único cachorro morre. Isso não diz tanta coisa sobre a nossa espécie?


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domingo, 24 de outubro de 2010

[O MES DOS MORTOS] - Resident Evil

Todos nós nerds, ao compreender que estamos nesta vida fomos amaldiçoados com uma nefasta e assombrosa maldição. E eu não me refiro a inabilidade de pegar uma mulher em menos de duas horas mesmo que sua vida dependa disso, e sim a algo muito mais grave e importante que só nós sabemos.

Nós sabemos como a humanidade vai terminar.

Sim, nós temos esse conhecimento. Todo nerd de verdade sabe. Tanto é que nós falamos desse dia "quando" acontecer e não "se" acontecer. Nós sabemos como será o fim: não tem nada haver com as bichesses dos eco-chatos, não tem haver com meteoros e certamente não tem haver com profecias de indios que levaram ferro. Certamente que não.

A humanidade acabará quando os mortos andarão sobre a face da Terra e só uma questão de tempo para isso acontecer.

“Quando não houver mais espaço no inferno, os mortos andarão sobre a face da terra”
- Dawn of Dead, George Romero

Não se sabe como vai acontecer nem quando, nem porque. Pode até ser por uma causa bem intencionada (tipo alguem quis criar a cura definitiva para a rinite cronica). Não importa. O que importa é que eventualmente as cidades serão silenciosas e deserticas, pois estarão todos mortos.
Detentores deste conhecimento imprescindivel, e sabendo que a humanidade não merece a salvação, fazemos então a unica coisa que podemos fazer: nos preparamos.
Que atire a primeira pokebola o nerd que nunca pensou onde se abrigar ou o que fazer QUANDO o dia vier. Enquanto as atuais castas superiores da humanidade ficarão em panico correndo em circulos sem querer acreditar no que esta acontecendo (e tendo suas tripas arrancadas no processo), nós não perderemos tempo com isso porque já estavamos preparados.
Nós sabemos que O DIA virá. Os mortos andarão sobre a face da Terra.
E será um dia glorioso.

Em homenagem a este grande dia, e a grande série que estreiou esse mes, as postagens de novembro (onde se comemora o dia de finados) serão tematicamente sobre este tema que fala sobre um assunto temático (pleonasmos por conta da casa).

E para começar esse mes especial, falarei sobre o segundo grande jogo (o primeiro foi Zombies Ate my Neightboors) sobre este tema temático: Resident Evi.

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RESIDENT EVIL - PSX (Capcom, 1996)
Como já devem ter percebido vivemos em uma fase de transição nos games bastante... única. A ultima vez que aconteceu algo assim foi quando os jogos passaram de 2D para 3D, a diferença é que hoje estamos passando do bom e velho pauzinho da alegria (a.k.a. Joystick) para sair correndo pela sala dando piruetas. O que significa, é claro, que é hora de ligar os ventiladores porque shitty times virão com a força de um mamute diarréico. Pense o que quiser do 3DS, Kinect ou o pirulitão da Sony, o fato é que até eles pegarem o jeito de não fazerem porras constrangedoras que usem bem os novos recursos muita porcaria ainda vai rolar (voce pode contestar que a Nintendo conseguiu uma ou duas vezes com o Wii, mas aí eu posso te mandar ir arrumar uma trouxa de roupa pra lavar e não me encher os pacovas). E como eu sei disso? Ora, por dois motivos muito simples: A) EU SOU FODA PRA CARALHO e B) Já aconteceu isso antes.

"Como assim já aconteceu antes?" você me pergunta estupefato e eu te respondo pra pegar um banquinho que o tio C vai te contar uma história (sim, tem fadas e princesas nessa história, pode continuar lendo)

O ano era 1996 e o mundo era um lugar estranho e assustador para os seus padrões eminhos de hoje. Os americanos furariam os olhos com uma colher de plastico enferrujada antes de eleger um presidente negro, o Brasil ainda era Tetra e Fantasia era a alegria da molecada de férias (imagine um mundo sem internet, naturalmente). Ah sim, e Justin Bieber tinha tipo uns menos quatro anos. Naquele ano o esquisito (como assim naõ tem fita pra soprar?) Playstation ainda lutava para consolidar seu lugar ao sol e os games migravam do Super Nintendo para os 32 bits (qualquer pessoa de bem ignora qualquer merda que a SEGA tenha feito, falows?), o problema é que os caras não sabiam como fazer isso.

"Oh, ok, os jogos agora tem graficos 3D mas... que tipo de jogo a gente faz com isso?" Era a duvida deles, que se voce parar pra pensar (não pense muito pq dói) é o mesmissimo dilema dos games de hoje, só que em outras areas. E na falta de algo melhor pra fazer, eles faziam os mesmos jogos só que com gráficos 3D, o que nos brindava com pérolas absurdamente esqueciveis como Spyro The Dragon ou Crash Bandicoot. Ai voce putinha safadenha vai dar um chilique nojentinho dizendo que são bons jogos e eu vou te mandar tomar tomate cru porque voce nem lembrava desses jogos até eu cita-los. Enfim, o PS1 era uma senhora coletanea de lixo por onde quer que se olhe. Pra cada Syphon Filter tinha 15783 "Mission Impossible – The game" soltos por aí e um cavalo com ulcera fecal não regurgitaria tanta podridão nem com muito treino e 2 Chokitos. Novamente, não parece familiar com o que acontece hoje em dia?

Pois bem, essa putelança de "aimeldelwzzz ki ki a xenti faizz cum essiii 3D?!?!?" durou até que um bando de japoneses culhudos colocaram as bolas na mesa e disseram: "SUAS BICHAS EXOTÉRICAS, OLHA COMO SE FAZ ESSA PORRA!". E foi dessa leva que nasceram os grandes jogos do PS1 (aqueles que voce sabe citar de cabeça). E Resident Evil 1 não era só um deles, como um dos melhores deles.

Pra voces terem uma idéia de como esse jogo é bom, mas tão bom, mas tão bom que ele não foi um fracasso de vendas apesar da capa horrorosa que ele tinha. Sério véi, que porra mulambenta é essa? É um dos trecos mais feios que eu já vi na minha vida, e olha que eu já vi uma vaca encoxar uma ovelha no pasto...
Cara, sério... Já conheci gente fazendo por terapia por muito menos do que olhar pra isso...
Mas continuando, se voce conseguisse contrabandear o CD da loja (nenhum pai que mereça a guarda de seus filhos permitiria que este comprasse um jogo de capa tão horrenda), seria brindado não só com um novo jogo, mas introduzido (ui!) em um genero de jogos totalmente novos! Senhoras, aliens verdes e senhores, estamos falando, é claro, dos Survival Horror. Porra, um genero novo! (quem foi bichinha de PC gamer e pensou em "Alone in the Dark" favor se retirar para o canto e refletir no quanto sua vida é vergonhosa) Quantas vezes você abre um jogo e se depara com isso? DUCA, eu digo, DUCA!

Alias dá pra notar no jogo que todo o esforço da Capcom foi em prender a atenção do jogador desde o primeiro minuto, desde o primo do Undertaker dizendo "RESIDENT EVIL" até a abertura com imagens filmadas e atores reais e... espera, atores? HOLY CRAP OF DARKNESS, isso era realmente épico! (e sim, novamente eu compartilho da minha secreção anal para com os pobres coitados que tinham um *sic * SEGA CD pq estamos falando de videogames de verdade aqui, ok?). Na época era realmente inenarravel uma abertura filmada com atores contando como os fodidos do BRAVO TEAM foram deixados para os mortos numa mansão no meio da PQP de Guaxinilandia (sério, Racoon City?). Hoje eu acho isso muito mais incrivel ainda na verdade, apenas porque o video é um nível trash-fundo-de-quintal que faria Tarantino se revirar na tumba (caso estivesse morto, é claro, ou tenha um estranho fetiche por comer groupies em covas abertas). Quer dizer, eles usam claramente um cachorro empalhado cuja cabeça explode num take que remete a toda majestade e glória dos filmes B! E o que dizer da espontainedade... bom, constrangimento... dos atores? This is fucking epic win, sir!

Alem da introdução avassaladora, o jogo então mostra o "cast" do seu elenco (na versão japonesa Chris acende um cigarro na sua apresentação, bons tempos do politicamente incorreto que não voltam mais) e voce tem duas opções de escolha sobre com quem jogar: o cara grande e forte ou a menina magrelinha e esperta. Chris Redfield e Jill Valentine, respectivamente.

A grande sacada aqui é que o personagem que voce escolhe reflete a dificuldade do jogo e isso é outra dessas coisas incriveis que o politicamente correto baniu de nossas vidas para sempre. Permita-me explicar: jogar com a Jill é abusivamente mais fácil porque, bem, ser mulher é abusivamente mais fácil na vida real. E não antes que você mova seus dedinhos de cavaleiro branco da internet para o teclado, apenas tenha em mente uma coisa: VOCÊ SABE QUE EU ESTOU CERTO E VOCÊ ESTÁ ERRADO. RÁ!

Oh, você está preso em um buraco e não tem como sair? Não tema, se voce for uma menininha tem um cara grande e forte pra jogar uma corda e salvar seu (belo) rabo feminino. Não entendeu a formula pra fazer a poção de matar a planta hentai estupradora de almas? Não tema, o cara grande e forte salva seu rabecho denovo. I mean, é abusivamente mais fácil jogar com a Jill porque assim como acontece no nosso mundo, ou ela teve treinamento numa coisa idiota e futil que só mulherzinhas podem fazer (tipo tocar piano) ou porque se ela estalar os dedos um cara vai rasgar o seu proprio orificio anal com um alicate belga para salva-la sem pedir nada em troca.

Jogando com o Chris voce tem a ajuda da... Sakura. Sério, não sei o que o personagem mais dispensavel e idiota de Street Fighter está na mansão ou porque chamam ela de Rebecca, mas quando a tosquinha da Sakura é toda ajuda que voce vai ter... bom, voce tem uma grande idéia do quanto está por sua própria conta...

Dito isso, falemos do jogo.

Em Resident Evil você está preso em, como já foi dito, numa mansão (com gráficos todos renderizados, uau) na PQP da zona rural de Guaxinilandia com cachorros du mau fr0m h3ll do lado de fora e coisas mais estranhas ainda do lado de dentro. Sua missão é simples: achar um caminho para fora dali, seja ele qual for e sobreviver enquanto descobre que porra aconteceu naquele pardiero, bátima! (através de diarios e cutscenes "magnificamente" atuadas, que só tornam a canastrice do "filme B" mais épica ainda)

Básicamente a pira é andar aleatóriamente até encontrar um lugar trancado, quando encontrar voce sabe que é para lá que tem que ir – resolvendo alguns puzzles ao redor da mansão para tal (coisas como pegar uma manivela na lavanderia, que deus não me conte como foi parar lá, para manivelar a agua do patio e abrir caminho na fonte). Enquanto voce passeia feliz e saltitante pela mansão, coisas menos felizes e saltitantes tentam te tornar um cadaver bastante infeliz e nada saltitante. É claro que eu estou falando de fucking zombies e isso por si só já faz do jogo imperdivel. Porque matar zumbis e nazistas nunca é errado ou ruim. NUNCA.

Mas não pense, no advento de voce pensar, que o jogo é um carnage de sangue (que a série infelizmente acabou virando, argh) e essa que é a pira do survival horror: os inimigos não dão respawn infinito, mas sua munição também é limitada... bem limitada (mais limitada se voce jogar no hard do que se for uma mulherzinha que ganha tudo na mão, claro) e no fim é tudo sobre o clima. Voce passa um bom tempo andando sozinho e ouvindo apenas seus passos, não é questão de abrir caminho a bala e sim do PUTA CAGAÇO QUE VOCE VAI LEVAR quando abrir a porta com duas balas na shotgun e um hunter voar para separar sua cabeça de luz do seu pescoço de luz. É tudo sobre clima, no fim das contas e embora hoje o jogo seria estuprado por qualquer site não ter uma trilha orquestrada por 514 musicos canhotos, o silencio e a tensão é o grande trunfo aqui. Claro, ainda é um jogo de ação e quando o pau come, o pau come – não é um "Silent aimeborrei Hill".

Tecnicamente falando, é um adventure 3D (achar o item A, CAGAR um espaço no seu inventario pra carrega-lo até onde ele é necessário junto com a munição e as curas) com momentos de ação de cagar a ripa.

Este, meus amigos, foi o responsável pela crise economica de 2008.
"Gente branca de olhos azuis"

Por algum motivo estranho, Resident Evil 5 se passa na Africa e logo os zumbis são pessoas negras. O jogo foi racista por te fazer matar gente negra. Mas matar gente branca como o camarada ai tudo bem né?

Falando em ação, os controles são meio estranhos... tipo se eu explicar aqui voce não entenderia (até pq, como já estabelecemos, você é burro pra caralho mesmo), mas algo que até um texugo com mal de parkinson conseguiria jogar. É mais simples do que soa: voce aponta a arma com R1, gira pros lados com <> e avança e recua com CIMA e BAIXO. Colocando assim parece uma zona da porra, mas realmente é mais fácil do que parece e no fim das contas explodir monstros é uma sensação absurdamente fucking good gostosa, só superada pela sensação de mirar NO SACO do zumbi pra arrancar as pernas dele e ver ele se arrastando numa agonia atesticular. E atirar no saco de zumbis é uma das coisas mais divertidas que se pode fazer durante o seu proprio apocalipse zumbi pessoal (anota ae)

E o pior mesmo é que apesar das atuações épicas canastronas dos atores (atores é bondade da minha parte, chamaram os primos dos caras pra dublar, só pode), a história até que é legalzinha e voce vai se envolvendo mais e mais na trama que levou aquele inferno de aberrações mutantes, zumbis e o Johnny Bravo dumau. Em determinado ponto voce realmente está se perguntando que porra é aquela toda, bátima, ou se o seu parceiro está vivo (no caso de estar jogando com o Chris, o desejo é o de que a Sakura tenha tropeçado e esteja sendo estuprada por 157 zumbis jamaicanos nessemomento) e isso é mais do que muitos jogos conseguem. E sério, uma história que tem o Johnny Bravo fr0m h311 não tem como ser uma história ruim.

Albert Wesker, líder da missão e peça-chave na trama. Ao menos enquanto tiver seu pente.

Não obstante, suas escolhas durante a história decidem qual dois 6 finais (três para cada personagem, após uma batalha final contra o tempo que envolve um monstro de 2m de altura e um pusta da porra de um LANÇA MISSEIS PORTATIL!!!) voce vai ter – todos finais filmados e que envolvem helicopteros e explosões, desnecessário dizer mais. Mesmo alguem como voce consegue compreender a fodiçonice disso, creio eu (embora eu seja reconhecidamente um otimista.

Resumindo então, Resident Evil foi um pusta jogadzoo que liderou uma geração de pusta jogadzoo a uma nova e gloriosa era de gaminagem e se voce não sabe disso ou não entendeu até esse ponto é pq vc tem problemas sérios. O que eu realmente espero é que com essa porcariada toda de jogar dançando e tal, que surja logo um Resident Evil para liderar os jogos a um glorioso rumo certo, pq do contrário é as coisas apenas se abichornarem mais e mais até o não tão distante dia que teremos um vergonhoso videogame que funciona a base de peidos. Voce pode rir do Peidostation (que eu já patenteei e o processo vai comer direto e reto quando lançarem, RA!), mas essa é a nossa terrível realidade a menos que tenhamos um Resident Evil da vida e logo. Mesmo com uma capa tão mequetrefe.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

COMO FUNCIONAM AS SÉRIES

Claro que há as exceções, como Os Simpsons e South Park, mas achei incrivelmente divertido notar como a fórmula se aplica à maioria dos seriados que já acompanhei.

(artigo traduzido da webcomic Subnormality)

Primeira temporada - a série ainda luta para se consolidar, contando com o benefício da dúvida.

Segunda temporada - elementos que pareciam bons no papel, mas não funcionaram na tela, são removidos; escritores e atores começam a encontrar o tom dos personagens; a série vai construindo sua identidade.

Terceira temporada - por tentativa e erro, tudo acabou em seu devido lugar, e a série desfruta de uma zona de conforto; histórias simples podem ser contadas sem que os roteiristas pareçam ter perdido a ambição; surgem muitos episódios clássicos.

Quarta temporada - equidistante do auge e da decadência da série; as histórias são construídas sobre modelos pré-estabelecidos sem parecerem ridículas; os escritores ainda têm um considerável estoque de boas ideias.

Quinta temporada - os escritores começam a ficar desesperados e a usar todas as ideias que já tiveram na vida; a equipe criativa original ainda está inalterada e ainda tem algo a provar, não dando o sucesso da série como garantido (mas isso fatalmente acontecerá).

Sexta temporada - os membros da equipe criativa original começam a sair, em sua maioria para tocar projetos pessoais destinados a durar pouco; os roteiristas começam a se repetir e cair em padrões; os personagens começam a cair na autoparódia, por medo de arriscar o bem-sucedido (e lucrativo) ritmo da série; a última temporada em que o número de bons episódios supera o de ruins.

Sétima temporada - os escritores estão sem ideias, e a equipe criativa compensa elevando os gastos de produção; os personagens agora são moldados para acomodar as tramas, em vez das histórias serem desenvolvidas de acordo com suas personalidades; qual quer que fosse a motivação original da série, ela está distante demais para que os escritores se lembrem; temos eventuais bons episódios, mas isso se deve às leis da probabilidade e estatística; a série ainda pode terminar com dignidade, mas essa é a sua última chance de fazê-lo.

Oitava temporada e além - a série se torna um pálido reflexo de seus melhores dias, existindo apenas para manter as carreiras de seus maquiavélicos criadores; os personagens são quase irreconhecíveis em relação às suas versões originais, com suas personalidades removidas para facilitar a manipulação.

Cada temporada além da sétima cancela uma das anteriores em termos de legado da série – ou seja, uma série que chegue à 14ª temporada estará virtualmente morta-viva.

Se uma série não for cancelada quando fica claro que seu período de vida útil terminou, o melhor é fazer é reunir um grupo de amigos armados até os dentes, cercar os membros da produção numa garagem e eliminá-los pelo bem da civilização ocidental. Ou então simplesmente parar de assistir à referida série. ;)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

[FELIZ ANIVERSÁRIO] - Porque nenhum de nós é tão cruel quanto todos nós



"Bam! To behold, a public bulletin board, built of both brilliance and barbarity by bastards with boners. This bastion, no mere bulwark of boredom, is a brutal barrage of blistering bullshit, barely benevolent... But behind the bigotry and boobs, beyond the bitter broadcasts of bragging buffons: here be the body politic. A brotherhood of blasphemy blessed with more balls than brains, battling the bland, the bogus, the benign. Bedlam? Bring it on. But I babble... Better to be brief.
You may call me /b/"




Imagine um lugar repleto de pornografia grátis e de todos os tipos para (quase) tudo que é lado, sem encher seu computador de vírus. Imagine que esse lugar existe. Imagine agora que ele existe a 7 anos, completados hoje.
Sim, hoje é aniversário do coração pulsante da própria internet, o lugar onde os memes nascem e as inocencias morrem, o alpha e o omega do http: 4chan


FELIZ ANIVERSÁRIO!