domingo, 24 de outubro de 2010

[O MES DOS MORTOS] - Resident Evil

Todos nós nerds, ao compreender que estamos nesta vida fomos amaldiçoados com uma nefasta e assombrosa maldição. E eu não me refiro a inabilidade de pegar uma mulher em menos de duas horas mesmo que sua vida dependa disso, e sim a algo muito mais grave e importante que só nós sabemos.

Nós sabemos como a humanidade vai terminar.

Sim, nós temos esse conhecimento. Todo nerd de verdade sabe. Tanto é que nós falamos desse dia "quando" acontecer e não "se" acontecer. Nós sabemos como será o fim: não tem nada haver com as bichesses dos eco-chatos, não tem haver com meteoros e certamente não tem haver com profecias de indios que levaram ferro. Certamente que não.

A humanidade acabará quando os mortos andarão sobre a face da Terra e só uma questão de tempo para isso acontecer.

“Quando não houver mais espaço no inferno, os mortos andarão sobre a face da terra”
- Dawn of Dead, George Romero

Não se sabe como vai acontecer nem quando, nem porque. Pode até ser por uma causa bem intencionada (tipo alguem quis criar a cura definitiva para a rinite cronica). Não importa. O que importa é que eventualmente as cidades serão silenciosas e deserticas, pois estarão todos mortos.
Detentores deste conhecimento imprescindivel, e sabendo que a humanidade não merece a salvação, fazemos então a unica coisa que podemos fazer: nos preparamos.
Que atire a primeira pokebola o nerd que nunca pensou onde se abrigar ou o que fazer QUANDO o dia vier. Enquanto as atuais castas superiores da humanidade ficarão em panico correndo em circulos sem querer acreditar no que esta acontecendo (e tendo suas tripas arrancadas no processo), nós não perderemos tempo com isso porque já estavamos preparados.
Nós sabemos que O DIA virá. Os mortos andarão sobre a face da Terra.
E será um dia glorioso.

Em homenagem a este grande dia, e a grande série que estreiou esse mes, as postagens de novembro (onde se comemora o dia de finados) serão tematicamente sobre este tema que fala sobre um assunto temático (pleonasmos por conta da casa).

E para começar esse mes especial, falarei sobre o segundo grande jogo (o primeiro foi Zombies Ate my Neightboors) sobre este tema temático: Resident Evi.

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RESIDENT EVIL - PSX (Capcom, 1996)
Como já devem ter percebido vivemos em uma fase de transição nos games bastante... única. A ultima vez que aconteceu algo assim foi quando os jogos passaram de 2D para 3D, a diferença é que hoje estamos passando do bom e velho pauzinho da alegria (a.k.a. Joystick) para sair correndo pela sala dando piruetas. O que significa, é claro, que é hora de ligar os ventiladores porque shitty times virão com a força de um mamute diarréico. Pense o que quiser do 3DS, Kinect ou o pirulitão da Sony, o fato é que até eles pegarem o jeito de não fazerem porras constrangedoras que usem bem os novos recursos muita porcaria ainda vai rolar (voce pode contestar que a Nintendo conseguiu uma ou duas vezes com o Wii, mas aí eu posso te mandar ir arrumar uma trouxa de roupa pra lavar e não me encher os pacovas). E como eu sei disso? Ora, por dois motivos muito simples: A) EU SOU FODA PRA CARALHO e B) Já aconteceu isso antes.

"Como assim já aconteceu antes?" você me pergunta estupefato e eu te respondo pra pegar um banquinho que o tio C vai te contar uma história (sim, tem fadas e princesas nessa história, pode continuar lendo)

O ano era 1996 e o mundo era um lugar estranho e assustador para os seus padrões eminhos de hoje. Os americanos furariam os olhos com uma colher de plastico enferrujada antes de eleger um presidente negro, o Brasil ainda era Tetra e Fantasia era a alegria da molecada de férias (imagine um mundo sem internet, naturalmente). Ah sim, e Justin Bieber tinha tipo uns menos quatro anos. Naquele ano o esquisito (como assim naõ tem fita pra soprar?) Playstation ainda lutava para consolidar seu lugar ao sol e os games migravam do Super Nintendo para os 32 bits (qualquer pessoa de bem ignora qualquer merda que a SEGA tenha feito, falows?), o problema é que os caras não sabiam como fazer isso.

"Oh, ok, os jogos agora tem graficos 3D mas... que tipo de jogo a gente faz com isso?" Era a duvida deles, que se voce parar pra pensar (não pense muito pq dói) é o mesmissimo dilema dos games de hoje, só que em outras areas. E na falta de algo melhor pra fazer, eles faziam os mesmos jogos só que com gráficos 3D, o que nos brindava com pérolas absurdamente esqueciveis como Spyro The Dragon ou Crash Bandicoot. Ai voce putinha safadenha vai dar um chilique nojentinho dizendo que são bons jogos e eu vou te mandar tomar tomate cru porque voce nem lembrava desses jogos até eu cita-los. Enfim, o PS1 era uma senhora coletanea de lixo por onde quer que se olhe. Pra cada Syphon Filter tinha 15783 "Mission Impossible – The game" soltos por aí e um cavalo com ulcera fecal não regurgitaria tanta podridão nem com muito treino e 2 Chokitos. Novamente, não parece familiar com o que acontece hoje em dia?

Pois bem, essa putelança de "aimeldelwzzz ki ki a xenti faizz cum essiii 3D?!?!?" durou até que um bando de japoneses culhudos colocaram as bolas na mesa e disseram: "SUAS BICHAS EXOTÉRICAS, OLHA COMO SE FAZ ESSA PORRA!". E foi dessa leva que nasceram os grandes jogos do PS1 (aqueles que voce sabe citar de cabeça). E Resident Evil 1 não era só um deles, como um dos melhores deles.

Pra voces terem uma idéia de como esse jogo é bom, mas tão bom, mas tão bom que ele não foi um fracasso de vendas apesar da capa horrorosa que ele tinha. Sério véi, que porra mulambenta é essa? É um dos trecos mais feios que eu já vi na minha vida, e olha que eu já vi uma vaca encoxar uma ovelha no pasto...
Cara, sério... Já conheci gente fazendo por terapia por muito menos do que olhar pra isso...
Mas continuando, se voce conseguisse contrabandear o CD da loja (nenhum pai que mereça a guarda de seus filhos permitiria que este comprasse um jogo de capa tão horrenda), seria brindado não só com um novo jogo, mas introduzido (ui!) em um genero de jogos totalmente novos! Senhoras, aliens verdes e senhores, estamos falando, é claro, dos Survival Horror. Porra, um genero novo! (quem foi bichinha de PC gamer e pensou em "Alone in the Dark" favor se retirar para o canto e refletir no quanto sua vida é vergonhosa) Quantas vezes você abre um jogo e se depara com isso? DUCA, eu digo, DUCA!

Alias dá pra notar no jogo que todo o esforço da Capcom foi em prender a atenção do jogador desde o primeiro minuto, desde o primo do Undertaker dizendo "RESIDENT EVIL" até a abertura com imagens filmadas e atores reais e... espera, atores? HOLY CRAP OF DARKNESS, isso era realmente épico! (e sim, novamente eu compartilho da minha secreção anal para com os pobres coitados que tinham um *sic * SEGA CD pq estamos falando de videogames de verdade aqui, ok?). Na época era realmente inenarravel uma abertura filmada com atores contando como os fodidos do BRAVO TEAM foram deixados para os mortos numa mansão no meio da PQP de Guaxinilandia (sério, Racoon City?). Hoje eu acho isso muito mais incrivel ainda na verdade, apenas porque o video é um nível trash-fundo-de-quintal que faria Tarantino se revirar na tumba (caso estivesse morto, é claro, ou tenha um estranho fetiche por comer groupies em covas abertas). Quer dizer, eles usam claramente um cachorro empalhado cuja cabeça explode num take que remete a toda majestade e glória dos filmes B! E o que dizer da espontainedade... bom, constrangimento... dos atores? This is fucking epic win, sir!

Alem da introdução avassaladora, o jogo então mostra o "cast" do seu elenco (na versão japonesa Chris acende um cigarro na sua apresentação, bons tempos do politicamente incorreto que não voltam mais) e voce tem duas opções de escolha sobre com quem jogar: o cara grande e forte ou a menina magrelinha e esperta. Chris Redfield e Jill Valentine, respectivamente.

A grande sacada aqui é que o personagem que voce escolhe reflete a dificuldade do jogo e isso é outra dessas coisas incriveis que o politicamente correto baniu de nossas vidas para sempre. Permita-me explicar: jogar com a Jill é abusivamente mais fácil porque, bem, ser mulher é abusivamente mais fácil na vida real. E não antes que você mova seus dedinhos de cavaleiro branco da internet para o teclado, apenas tenha em mente uma coisa: VOCÊ SABE QUE EU ESTOU CERTO E VOCÊ ESTÁ ERRADO. RÁ!

Oh, você está preso em um buraco e não tem como sair? Não tema, se voce for uma menininha tem um cara grande e forte pra jogar uma corda e salvar seu (belo) rabo feminino. Não entendeu a formula pra fazer a poção de matar a planta hentai estupradora de almas? Não tema, o cara grande e forte salva seu rabecho denovo. I mean, é abusivamente mais fácil jogar com a Jill porque assim como acontece no nosso mundo, ou ela teve treinamento numa coisa idiota e futil que só mulherzinhas podem fazer (tipo tocar piano) ou porque se ela estalar os dedos um cara vai rasgar o seu proprio orificio anal com um alicate belga para salva-la sem pedir nada em troca.

Jogando com o Chris voce tem a ajuda da... Sakura. Sério, não sei o que o personagem mais dispensavel e idiota de Street Fighter está na mansão ou porque chamam ela de Rebecca, mas quando a tosquinha da Sakura é toda ajuda que voce vai ter... bom, voce tem uma grande idéia do quanto está por sua própria conta...

Dito isso, falemos do jogo.

Em Resident Evil você está preso em, como já foi dito, numa mansão (com gráficos todos renderizados, uau) na PQP da zona rural de Guaxinilandia com cachorros du mau fr0m h3ll do lado de fora e coisas mais estranhas ainda do lado de dentro. Sua missão é simples: achar um caminho para fora dali, seja ele qual for e sobreviver enquanto descobre que porra aconteceu naquele pardiero, bátima! (através de diarios e cutscenes "magnificamente" atuadas, que só tornam a canastrice do "filme B" mais épica ainda)

Básicamente a pira é andar aleatóriamente até encontrar um lugar trancado, quando encontrar voce sabe que é para lá que tem que ir – resolvendo alguns puzzles ao redor da mansão para tal (coisas como pegar uma manivela na lavanderia, que deus não me conte como foi parar lá, para manivelar a agua do patio e abrir caminho na fonte). Enquanto voce passeia feliz e saltitante pela mansão, coisas menos felizes e saltitantes tentam te tornar um cadaver bastante infeliz e nada saltitante. É claro que eu estou falando de fucking zombies e isso por si só já faz do jogo imperdivel. Porque matar zumbis e nazistas nunca é errado ou ruim. NUNCA.

Mas não pense, no advento de voce pensar, que o jogo é um carnage de sangue (que a série infelizmente acabou virando, argh) e essa que é a pira do survival horror: os inimigos não dão respawn infinito, mas sua munição também é limitada... bem limitada (mais limitada se voce jogar no hard do que se for uma mulherzinha que ganha tudo na mão, claro) e no fim é tudo sobre o clima. Voce passa um bom tempo andando sozinho e ouvindo apenas seus passos, não é questão de abrir caminho a bala e sim do PUTA CAGAÇO QUE VOCE VAI LEVAR quando abrir a porta com duas balas na shotgun e um hunter voar para separar sua cabeça de luz do seu pescoço de luz. É tudo sobre clima, no fim das contas e embora hoje o jogo seria estuprado por qualquer site não ter uma trilha orquestrada por 514 musicos canhotos, o silencio e a tensão é o grande trunfo aqui. Claro, ainda é um jogo de ação e quando o pau come, o pau come – não é um "Silent aimeborrei Hill".

Tecnicamente falando, é um adventure 3D (achar o item A, CAGAR um espaço no seu inventario pra carrega-lo até onde ele é necessário junto com a munição e as curas) com momentos de ação de cagar a ripa.

Este, meus amigos, foi o responsável pela crise economica de 2008.
"Gente branca de olhos azuis"

Por algum motivo estranho, Resident Evil 5 se passa na Africa e logo os zumbis são pessoas negras. O jogo foi racista por te fazer matar gente negra. Mas matar gente branca como o camarada ai tudo bem né?

Falando em ação, os controles são meio estranhos... tipo se eu explicar aqui voce não entenderia (até pq, como já estabelecemos, você é burro pra caralho mesmo), mas algo que até um texugo com mal de parkinson conseguiria jogar. É mais simples do que soa: voce aponta a arma com R1, gira pros lados com <> e avança e recua com CIMA e BAIXO. Colocando assim parece uma zona da porra, mas realmente é mais fácil do que parece e no fim das contas explodir monstros é uma sensação absurdamente fucking good gostosa, só superada pela sensação de mirar NO SACO do zumbi pra arrancar as pernas dele e ver ele se arrastando numa agonia atesticular. E atirar no saco de zumbis é uma das coisas mais divertidas que se pode fazer durante o seu proprio apocalipse zumbi pessoal (anota ae)

E o pior mesmo é que apesar das atuações épicas canastronas dos atores (atores é bondade da minha parte, chamaram os primos dos caras pra dublar, só pode), a história até que é legalzinha e voce vai se envolvendo mais e mais na trama que levou aquele inferno de aberrações mutantes, zumbis e o Johnny Bravo dumau. Em determinado ponto voce realmente está se perguntando que porra é aquela toda, bátima, ou se o seu parceiro está vivo (no caso de estar jogando com o Chris, o desejo é o de que a Sakura tenha tropeçado e esteja sendo estuprada por 157 zumbis jamaicanos nessemomento) e isso é mais do que muitos jogos conseguem. E sério, uma história que tem o Johnny Bravo fr0m h311 não tem como ser uma história ruim.

Albert Wesker, líder da missão e peça-chave na trama. Ao menos enquanto tiver seu pente.

Não obstante, suas escolhas durante a história decidem qual dois 6 finais (três para cada personagem, após uma batalha final contra o tempo que envolve um monstro de 2m de altura e um pusta da porra de um LANÇA MISSEIS PORTATIL!!!) voce vai ter – todos finais filmados e que envolvem helicopteros e explosões, desnecessário dizer mais. Mesmo alguem como voce consegue compreender a fodiçonice disso, creio eu (embora eu seja reconhecidamente um otimista.

Resumindo então, Resident Evil foi um pusta jogadzoo que liderou uma geração de pusta jogadzoo a uma nova e gloriosa era de gaminagem e se voce não sabe disso ou não entendeu até esse ponto é pq vc tem problemas sérios. O que eu realmente espero é que com essa porcariada toda de jogar dançando e tal, que surja logo um Resident Evil para liderar os jogos a um glorioso rumo certo, pq do contrário é as coisas apenas se abichornarem mais e mais até o não tão distante dia que teremos um vergonhoso videogame que funciona a base de peidos. Voce pode rir do Peidostation (que eu já patenteei e o processo vai comer direto e reto quando lançarem, RA!), mas essa é a nossa terrível realidade a menos que tenhamos um Resident Evil da vida e logo. Mesmo com uma capa tão mequetrefe.



2 comentários:

  1. A capa de RE eh MT capa de CONTRA do nes/snes...

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  2. Ótima idéia essa dos artigos temáticos (embora eu "desconfie" de onde veio a fonte de inspiração).

    E apocalipse zumbi é como disse o PC Siqueira, é o fim do mundo mais digno que a humanidade pode sofrer.

    Esses jogos girando em torno desse tema seria uma forma q os nerds encontraram de espalhar a idéia, e ajudarem outros a se prepararem para o dia.

    Ps.: tá, eu ri do Peidostation.

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