- Dawn of Dead, George Romero
"Como assim já aconteceu antes?" você me pergunta estupefato e eu te respondo pra pegar um banquinho que o tio C vai te contar uma história (sim, tem fadas e princesas nessa história, pode continuar lendo)
O ano era 1996 e o mundo era um lugar estranho e assustador para os seus padrões eminhos de hoje. Os americanos furariam os olhos com uma colher de plastico enferrujada antes de eleger um presidente negro, o Brasil ainda era Tetra e Fantasia era a alegria da molecada de férias (imagine um mundo sem internet, naturalmente). Ah sim, e Justin Bieber tinha tipo uns menos quatro anos. Naquele ano o esquisito (como assim naõ tem fita pra soprar?) Playstation ainda lutava para consolidar seu lugar ao sol e os games migravam do Super Nintendo para os 32 bits (qualquer pessoa de bem ignora qualquer merda que a SEGA tenha feito, falows?), o problema é que os caras não sabiam como fazer isso.
"Oh, ok, os jogos agora tem graficos 3D mas... que tipo de jogo a gente faz com isso?" Era a duvida deles, que se voce parar pra pensar (não pense muito pq dói) é o mesmissimo dilema dos games de hoje, só que em outras areas. E na falta de algo melhor pra fazer, eles faziam os mesmos jogos só que com gráficos 3D, o que nos brindava com pérolas absurdamente esqueciveis como Spyro The Dragon ou Crash Bandicoot. Ai voce putinha safadenha vai dar um chilique nojentinho dizendo que são bons jogos e eu vou te mandar tomar tomate cru porque voce nem lembrava desses jogos até eu cita-los. Enfim, o PS1 era uma senhora coletanea de lixo por onde quer que se olhe. Pra cada Syphon Filter tinha 15783 "Mission Impossible – The game" soltos por aí e um cavalo com ulcera fecal não regurgitaria tanta podridão nem com muito treino e 2 Chokitos. Novamente, não parece familiar com o que acontece hoje em dia?
Pois bem, essa putelança de "aimeldelwzzz ki ki a xenti faizz cum essiii 3D?!?!?" durou até que um bando de japoneses culhudos colocaram as bolas na mesa e disseram: "SUAS BICHAS EXOTÉRICAS, OLHA COMO SE FAZ ESSA PORRA!". E foi dessa leva que nasceram os grandes jogos do PS1 (aqueles que voce sabe citar de cabeça). E Resident Evil 1 não era só um deles, como um dos melhores deles.
Alias dá pra notar no jogo que todo o esforço da Capcom foi em prender a atenção do jogador desde o primeiro minuto, desde o primo do Undertaker dizendo "RESIDENT EVIL" até a abertura com imagens filmadas e atores reais e... espera, atores? HOLY CRAP OF DARKNESS, isso era realmente épico! (e sim, novamente eu compartilho da minha secreção anal para com os pobres coitados que tinham um *sic * SEGA CD pq estamos falando de videogames de verdade aqui, ok?). Na época era realmente inenarravel uma abertura filmada com atores contando como os fodidos do BRAVO TEAM foram deixados para os mortos numa mansão no meio da PQP de Guaxinilandia (sério, Racoon City?). Hoje eu acho isso muito mais incrivel ainda na verdade, apenas porque o video é um nível trash-fundo-de-quintal que faria Tarantino se revirar na tumba (caso estivesse morto, é claro, ou tenha um estranho fetiche por comer groupies em covas abertas). Quer dizer, eles usam claramente um cachorro empalhado cuja cabeça explode num take que remete a toda majestade e glória dos filmes B! E o que dizer da espontainedade... bom, constrangimento... dos atores? This is fucking epic win, sir!
Alem da introdução avassaladora, o jogo então mostra o "cast" do seu elenco (na versão japonesa Chris acende um cigarro na sua apresentação, bons tempos do politicamente incorreto que não voltam mais) e voce tem duas opções de escolha sobre com quem jogar: o cara grande e forte ou a menina magrelinha e esperta. Chris Redfield e Jill Valentine, respectivamente.
A grande sacada aqui é que o personagem que voce escolhe reflete a dificuldade do jogo e isso é outra dessas coisas incriveis que o politicamente correto baniu de nossas vidas para sempre. Permita-me explicar: jogar com a Jill é abusivamente mais fácil porque, bem, ser mulher é abusivamente mais fácil na vida real. E não antes que você mova seus dedinhos de cavaleiro branco da internet para o teclado, apenas tenha em mente uma coisa: VOCÊ SABE QUE EU ESTOU CERTO E VOCÊ ESTÁ ERRADO. RÁ!
Oh, você está preso em um buraco e não tem como sair? Não tema, se voce for uma menininha tem um cara grande e forte pra jogar uma corda e salvar seu (belo) rabo feminino. Não entendeu a formula pra fazer a poção de matar a planta hentai estupradora de almas? Não tema, o cara grande e forte salva seu rabecho denovo. I mean, é abusivamente mais fácil jogar com a Jill porque assim como acontece no nosso mundo, ou ela teve treinamento numa coisa idiota e futil que só mulherzinhas podem fazer (tipo tocar piano) ou porque se ela estalar os dedos um cara vai rasgar o seu proprio orificio anal com um alicate belga para salva-la sem pedir nada em troca.
Jogando com o Chris voce tem a ajuda da... Sakura. Sério, não sei o que o personagem mais dispensavel e idiota de Street Fighter está na mansão ou porque chamam ela de Rebecca, mas quando a tosquinha da Sakura é toda ajuda que voce vai ter... bom, voce tem uma grande idéia do quanto está por sua própria conta...
Dito isso, falemos do jogo.
Em Resident Evil você está preso em, como já foi dito, numa mansão (com gráficos todos renderizados, uau) na PQP da zona rural de Guaxinilandia com cachorros du mau fr0m h3ll do lado de fora e coisas mais estranhas ainda do lado de dentro. Sua missão é simples: achar um caminho para fora dali, seja ele qual for e sobreviver enquanto descobre que porra aconteceu naquele pardiero, bátima! (através de diarios e cutscenes "magnificamente" atuadas, que só tornam a canastrice do "filme B" mais épica ainda)
Básicamente a pira é andar aleatóriamente até encontrar um lugar trancado, quando encontrar voce sabe que é para lá que tem que ir – resolvendo alguns puzzles ao redor da mansão para tal (coisas como pegar uma manivela na lavanderia, que deus não me conte como foi parar lá, para manivelar a agua do patio e abrir caminho na fonte). Enquanto voce passeia feliz e saltitante pela mansão, coisas menos felizes e saltitantes tentam te tornar um cadaver bastante infeliz e nada saltitante. É claro que eu estou falando de fucking zombies e isso por si só já faz do jogo imperdivel. Porque matar zumbis e nazistas nunca é errado ou ruim. NUNCA.
Mas não pense, no advento de voce pensar, que o jogo é um carnage de sangue (que a série infelizmente acabou virando, argh) e essa que é a pira do survival horror: os inimigos não dão respawn infinito, mas sua munição também é limitada... bem limitada (mais limitada se voce jogar no hard do que se for uma mulherzinha que ganha tudo na mão, claro) e no fim é tudo sobre o clima. Voce passa um bom tempo andando sozinho e ouvindo apenas seus passos, não é questão de abrir caminho a bala e sim do PUTA CAGAÇO QUE VOCE VAI LEVAR quando abrir a porta com duas balas na shotgun e um hunter voar para separar sua cabeça de luz do seu pescoço de luz. É tudo sobre clima, no fim das contas e embora hoje o jogo seria estuprado por qualquer site não ter uma trilha orquestrada por 514 musicos canhotos, o silencio e a tensão é o grande trunfo aqui. Claro, ainda é um jogo de ação e quando o pau come, o pau come – não é um "Silent aimeborrei Hill".
Tecnicamente falando, é um adventure 3D (achar o item A, CAGAR um espaço no seu inventario pra carrega-lo até onde ele é necessário junto com a munição e as curas) com momentos de ação de cagar a ripa.
Este, meus amigos, foi o responsável pela crise economica de 2008."Gente branca de olhos azuis"
Falando em ação, os controles são meio estranhos... tipo se eu explicar aqui voce não entenderia (até pq, como já estabelecemos, você é burro pra caralho mesmo), mas algo que até um texugo com mal de parkinson conseguiria jogar. É mais simples do que soa: voce aponta a arma com R1, gira pros lados com <> e avança e recua com CIMA e BAIXO. Colocando assim parece uma zona da porra, mas realmente é mais fácil do que parece e no fim das contas explodir monstros é uma sensação absurdamente fucking good gostosa, só superada pela sensação de mirar NO SACO do zumbi pra arrancar as pernas dele e ver ele se arrastando numa agonia atesticular. E atirar no saco de zumbis é uma das coisas mais divertidas que se pode fazer durante o seu proprio apocalipse zumbi pessoal (anota ae)
Resumindo então, Resident Evil foi um pusta jogadzoo que liderou uma geração de pusta jogadzoo a uma nova e gloriosa era de gaminagem e se voce não sabe disso ou não entendeu até esse ponto é pq vc tem problemas sérios. O que eu realmente espero é que com essa porcariada toda de jogar dançando e tal, que surja logo um Resident Evil para liderar os jogos a um glorioso rumo certo, pq do contrário é as coisas apenas se abichornarem mais e mais até o não tão distante dia que teremos um vergonhoso videogame que funciona a base de peidos. Voce pode rir do Peidostation (que eu já patenteei e o processo vai comer direto e reto quando lançarem, RA!), mas essa é a nossa terrível realidade a menos que tenhamos um Resident Evil da vida e logo. Mesmo com uma capa tão mequetrefe.
A capa de RE eh MT capa de CONTRA do nes/snes...
ResponderExcluirÓtima idéia essa dos artigos temáticos (embora eu "desconfie" de onde veio a fonte de inspiração).
ResponderExcluirE apocalipse zumbi é como disse o PC Siqueira, é o fim do mundo mais digno que a humanidade pode sofrer.
Esses jogos girando em torno desse tema seria uma forma q os nerds encontraram de espalhar a idéia, e ajudarem outros a se prepararem para o dia.
Ps.: tá, eu ri do Peidostation.