domingo, 5 de junho de 2005

[REFLEXÕES] Polêmicas (ou "É disso que o povo gosta!")

É, pelos comentários do último post (aliás, fazia tempo que eu não recebia tantos), acabei "dividindo opiniões" com relação ao tema abordado (embora pareça mais um caso de "todos contra um").

Ao contrário do que ocorreu em outras ocasiões aqui no blog, não estou escrevendo isto pra "reformular meu ponto de vista", deixando ele neutro o bastante pra agradar a todos. Já fiz esse tipo de coisa outras vezes, e sempre fui criticado por essa atitude, pois parecia (e realmente passa essa impressão) que eu era instável demais e "facilmente moldável" quando via que minhas idéias não agradam as pessoas com as quais tenho uma certa "amizade" (apesar de que, de uns tempos pra cá, esta vem sendo uma classificação que ando pensando seriamente em reconsiderar).

Só quero tocar em dois pontos:

1) Um computador, obviamente, não é um ser vivo com capacidade própria pra influenciar a vida de uma pessoa, seus pensamentos, e opiniões, sua forma de enxergar a vida, seus costumes, e seu modo de se relacionar com as pessoas;
2) A grande maioria de todos os nossos problemas são causados por nós mesmos, e pela forma como lidamos com "problemas externos" (isto é, que vai "além de nós mesmos"), que apesar de dizerem respeito a nós, só se tornam problemas realmente "problemáticos" a partir do momento que o encaramos desta forma.

Dito isto, o que acontece no caso do computador é que, mesmo sendo uma máquina, ela nos dá acesso a determinados tipos de informações, que chegam até nós por diferentes vias e sob diversas formas. Exemplos: um texto lido em um blog, em um site de notícias do mundo do entretenimento, em um site sobre psicologia, filosofia, cinema, história, artes plásticas, entre outros. Isso só pra falar dos sites.

Agora, se quisermos ser mais abrangentes, precisamos levar em conta ainda: músicas que baixamos da net, filmes, séries, animes, shows, animações em Flash, livros em PDF, fotos, HQs, mangás, conversas via MSN, ICQ, mIRQ, Yahoo Messenger, partipações em comunidades do Orkut, em fóruns sobre os mais variados assuntos, entre outros tipos e formas de informações.

Enfim, acho que deu pra notar que o mundo de informações que encontramos aqui é vasto, e tudo isso nos é acessível através dessa "máquina desprovida de consciência" que não tem como, diretamente, nos influenciar.

Mas dizer que não exerce sobre nós uma influência é ignorar tudo que eu acabei de dizer. Porque, que me desculpem aqueles que negarem isto, mas eu vou rir da cara de quem vier me dizendo que seria a mesma pessoa que sempre foi, com os mesmos gostos, as mesmas necessidades, e os mesmos problemas que tinham quando não possuíam um computador.

Claro que não dá pra encarar ele como um "ser" que nos prende por conta própria diante de si, estabelecendo uma relação simbiótica conosco a ponto de sentirmos necessidade de usá-lo o máximo de tempo possível. Mas é errado também ignorarmos a "fome" por informação que adquirimos após anos e anos de uso dessa máquina.

E, lembrando novamente, não é só uma "fome por conhecimento", e sim por informações sob suas mais variadas formas, o que inclui até a necessidade que sentimos de conversar com alguém no MSN, por exemplo, ou mandarmos um e-mail pra uma pessoa querendo saber como anda sua vida, ou contar como vai a nossa (todos exemplos de trocas de informações).

E aqui chegamos ao segundo ponto que eu citei: somos nós os responsáveis por nossos problemas. Isto é fato! Assim como é fato a mania que o ser humano tem de achar um culpado por problemas que dizem respeito apenas a ele, e dos quais tem culpa.

Há alguns anos atrás, quando tivemos contato com este "mundo de informações", NÓS escolhemos ter este primeiro contato com ele. Assim como, ao longo dos anos seguintes, NÓS optamos por continuar usufruindo tanto de suas vantagens, quanto tendo que lidar com suas desvantagens.

Mas, independente de termos ou não escolhido "entrar nessa", e continuar por aqui, o mundo estava lá, atraindo nossa atenção para si. Era o "desconhecido", o "novo", com uma grande placa de neon apontando pra ele, oferecendo conhecimentos com os quais jamais sonhamos, possibilidades de se relacionar com pessoas com quem nunca imaginamos conversar na vida.

E do que as pessoas precisavam pra ter acesso a este "mundo de possibilidades"? Um computador. Um "portal" que nos leve pra este mundo. Um meio de fazer a "viagem".

Era a droga do momento, disfarçada de uma máquina que prometia substituir várias, e que a cada dia mostra que sua capacidade de adaptação às nossas necessidades é maior do que nós mesmos pensávamos no início dessa "jornada sem volta". Ou vocês acham que antigamente os computadores tinham DVD, Webcam, microfone, mouse óptico, monitor de 21 polegadas tela plana, placa de captura de vídeo, placa de transferência de vídeo, modem ADSL/cabo/rádio, entre outras muitas "parafernálias acopláveis"?

Claro que quem criou tudo isso fomos nós, assim como fomos nós quem transformamos tudo nessa máquina altamente adaptável, para que ela se adequasse à nossa própria necessidade de se adaptar. Tudo em nome de uma fome a cada dia mais crescente por informações.

Sim, isto nos mata, se deixarmos! Isto nos deixa dependentes, assim como qualquer outra droga! E assim como o drogado não admite que ele próprio está se matando, optando por continuar "cheirando o pó", nós continuamos usando isto aqui, sabendo que partes de nossas vidas estão sendo absorvidas por um mundo que, teoricamente, deveria ser absorvido por nós.

E é assim que eu justifico a forma que como expus meu ponto de vista no post anterior: como o relato de um drogado, que não consegue admitir sua própria culpa.

Fazer o que se eu também sou um ser humano?

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Comentários:

Sabe porque o computadoré tão maravilhoso? Porque nos leva para a internet, porque nos dá a chance de sermos únicos. Completamente únicos pelo trajeto que fazemos para achar nossas informações, nossas caminhos são completamente diferentes e sempre serão. Pelo menos na internet podemos escolher onde vamos clicar e para onde podemos ir sem corrermos o risco de nos machucar ou de perder algo realmente sério. O máximo que pode acontecer é vc pegar um virus e a maquina adoecer e você voltar a viver para o mundo externo...Você finalmente fica off e sofre riscos, ou fica on e vive a vida do interligados. A escolha sempre será sua. Poutz... Que viagem!

tab | 06-06-2005 05:54:08

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