A verdade é que a maioria dos seres humanos não possui o hábito de se pôr no lugar dos outros. Alguns daqueles que se preocupam em fazer isto são os escritores, cuja maior parte faz por egocentrismo e o simples desejo de se sentirem deuses, criadores de outros seres diferentes deles próprios, e ao mesmo tempo fragmentos de si mesmos.
Nada mais é do que uma forma de compensar a falta de total controle sobre suas próprias vidas, criando a ilusão de controlarem totalmente a de personagens gerados por suas mentes, em um raro momento de projeção mental sob a ótica de outro, um exercício da prática de se sentir "o outro", e esquecer um pouco do "eu", e se livrar temporariamente da tirania do egoísmo, em sua relação simbiótica com o orgulho.
O orgulho de controlar um mundo, e vidas inteiras que o habitam, geradas por sua própria imaginação é uma das maneiras mais peculiares e produtivas de "inflação do ego". Controle sobre uma vida que não se tem, a vida do "outro", gerada pela necessidade egoísta de ser o outro, o inatingível, o imaterializável, o ilusório.
A imaginação é apenas a maneira mais poética que um ser humano encontra para dizer que desistiu de concretizar boa parte de seus sonhos, aprisionando-os em molduras, blocos de pedra lapidados, letras impressas em papel, ou fragmentos seqüênciais de realidade gravados em enormes rolos de filme.
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Pessoalmente os que tem sindrome de vagalume (emoticons em neon ofuscante no lugar de onde deveria haver palavras) me incomodam mais... C | Homepage | 02-02-2006 17:54:33 _____________________________________________ |
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