domingo, 8 de novembro de 2009

[RESENHA] Flashforward s01e06 e 07

Bom, como fiquei devendo a resenha de "Scary Monsters and Super Creeps" na semana passada, resolvi juntar minhas impressões sobre os dois últimos episódios de Flashforward num só post.


POST RECHEADO DE SPOILERS


Episódio 6 - Scary Monsters and Super Creeps

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Que tipo de gênio da física quântica deixa uma foto dessas vazar na internet?
Um metido a popstar, obviamente.

Conhecemos um pouco mais de Simon, que até então era só mais um dos personagens da série cercados de mistérios. Descobrimos que ele é um físico quântico egocêntrico metido a sabe-tudo, que de cara joga uma cantada numa passageira gostosa do trem onde viaja, prometendo explicar o motivo do apagão.

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A velha cantada do Gato de Schrödinger. Infalível.

Na verdade ele não explica nada, só dá uma arranhada na superfície de todo o fenômeno, citando o experimento da fenda dupla de Thomas Young (que rende uma piadinha de mal gosto feita pela gostosa, que serve só pra revelar suas aventuras sexuais), e o famoso Gato de Schrödinger, ambos relacionados a estudos de física quântica.

Até dei uma lida sobre o experimento da fenda dupla, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Não sou profundo conhecedor de teorias quânticas. Já o Gato de Schrödinger, que ganhou mais destaque no episódio, pareceu-me mais adequado ao que vimos até o momento, e pode ser a chave para a compreensão da natureza dos flashforwards.

Uma das idéias defendidas pela física quântica é a de que a matéria existe, subatomicamente, como uma superposição quântica, ou seja, as "partículas" subatômicas existem em dois estados simultaneamente, como ondas e como partículas, e só assumem um deles por vez quando são medidas por um observador. Aquele papo sobre o gato de Schrodinger pode ter relação com o "funcionamento" dos flashforwards, e do próprio futuro de uma forma geral.

O futuro de cada pessoa seria uma "multifacetada superposição de probabilidades" que, quando observada, se colapsa, assumindo um só aspecto/faceta.

Assim, cada flashforward é apenas uma das inúmeras possibilidades do que pode ocorrer com seu observador. Talvez o que cada pessoa viu no dia do apagão correspondesse a uma das muitas conseqüências possíveis decorrentes da série de eventos na qual ela estava inserida naquele ponto de sua vida. Mas, a partir do instante que a pessoa teve acesso a uma das possibilidades, ela ganhou a vantagem de poder impedir que o futuro/superposição de probabilidades se materializasse da forma como o viu naquele dia.

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E esse daí que Simon matava em seu flashforward, quem seria?

Tá, chega de extrapolações científicas por hora. Passando pro plot de Mark e seus colegas do FBI, Demetri acha que quase ser morto por supostos terroristas chineses no episódio anterior não foi emoção o suficiente para um dia, e resolve investigar mais a respeito do cara que tentou matar Janis. Para isto ele chama o agente Al pra dar uma forcinha, outro que parece não sentir necessidade alguma de descansar após uma longa jornada de trabalho, e partem atrás de mais informações sobre o símbolo da mão azul, encontrada no corpo do criminoso.

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Boooooo!
A mão azul vai te pegar!

Enquanto a dupla de agentes vai atrás de mais uma pista retirada do flashforward de Mark, ele tem coisas mais importantes pra fazer, como sair correndo atrás de adolescentes mascarados em plena noite de Halloween após confundi-los com os assassinos que tentarão matá-lo no futuro. Pura encheção de lingüiça, e clichê até dizer chega. Poderíamos ter passado sem esta.

Antes da crise de paranóia, Mark reviu seu amigo canguru, aquele mesmo que apareceu no primeiro episódio em meio ao caos que dominou a Los Angeles pós-apagão. Há quem diga que a presença do bicho é simbólica. Uns defendem que tem algo a ver com a Austrália (o que deve ter feito muita gente não pensar duas vezes antes de gritar "PLÁGIO DE LOST!"), outros com a China (recentemente descobriram que os primeiros ancestrais da espécie vieram de lá), e outros por causa da origem do nome, que tem relação com situações em que ninguém sabe o que exatamente está acontecendo (é célebre a "história" dos exploradores ingleses que, ao chegarem lá pela primeira vez, perguntaram para um dos nativos o nome do animal, no que ele respondeu "Kan Gu Ruh", os bebedores de chá das cinco o batizaram com este nome mesmo, quando na verdade o nativo dizia apenas que não entendeu porra nenhuma do que os ingleses disseram). O jeito é aguardar alguma explicação, se é que há alguma. Eu por enquanto fico com a teoria de que o responsável por cuidar da alimentação do bicho caiu no sono enquanto entrava em sua jaula no zoológico, e largou a porta aberta.

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Sou mais estiloso que aqueles ursos polares computadorizados

Enquanto isto Dylan apronta das suas, foge do hospital, e decide ir embora pra sua futura casa, o que culmina no primeiro encontro do triângulo amoroso de Flashforward, que torna-se mais um abalo sísmico na relação entre Mark e Olivia, e mais um motivo pra Lloyd ter mais um ataque de gagueira e chatice. Aliás, por falar em coisas chatas, outra que já encheu é a insistência do sujeito em ir atrás de Olivia pra agradecê-la pelo que fez pelo filho. Cinco episódios disto já deu, né? Bom, infelizmente não é o que os roteiristas acham, pois teve mais um pouco disto no episódio 7...

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Muito suspeito o interesse desse cara por Dylan.
Sei não, mas desconfio que logo ele volta a aparecer.

Mas, vamos nos concentrar no conteúdo do flashforward de Dylan, que finalmente foi revelado. Vimos ele com Charlie e Lloyd numa noite tranqüila na casa de Olivia. Não há como a situação ter mudado tão repentinamente em 2 minutos e 17 segundos pra Charlie ter acesso a qualquer informação sobre D. Gibbons, como mencionado no episódio 2, e muito menos ver Dylan em apuros (suposição minha até ver esta cena). Afinal, qual foi o motivo pra Charlie ter entrado em pânico ao vê-lo no hospital? Essa história ainda está mal contada.

Demetri e Al terminam por descobrir três corpos na casa pra onde fugiu o cara que atirou em Janis, e dão de cara com mais um pedaço do futuro, Ian Rutherford, do caso no qual o agente Al trabalhará (ou não) nos próximos meses com Fiona Banks. E, vendo aqueles corpos, alguém mais se lembrou daquelas notícias de suicídios coletivos realizados por seitas de fanáticos religiosos que viviam pipocando nos telejornais há alguns anos atrás? E a Mão Azul, teria alguma relação com Simon, Lloyd ou D. Gibbons?

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Falando em Simon e Lloyd, o episódio termina com o primeiro encontro dos dois. Nada muito revelador. Lloyd vem evitando encontrar-se com Simon, que faz menção a mais pessoas envolvidas no experimento que gerou o apagão. 20 milhões de pessoas mortas no mundo inteiro durante o evento, o que os coloca como os autores do maior ataque terrorista da história (uma frase que deve provocar orgasmos em alguns norte-americanos, de tanto que adoram usá-la em séries e filmes desde o 11 de setembro).


Episódio 7 - "The Gift"

Neste episódio tivemos, de novo:

1) O casamento de Mark e Olívia se afundando cada vez mais;
2) Aaron sendo desacreditado de que Tracy continua viva;
3) Nicole procurando uma forma de ser boazinha pra não merecer a morte punitiva que receberá no futuro;
4) Lloyd e sua insistência em falar com Olivia pra agradecê-la pelo que fez por Dylan.

Como se não bastasse o drama maçante de Mark e Olívia, agora Demetri também anda deixando seu relacionamento com Zoey ser prejudicado por sua obsessão em descobrir alguma forma de não ser morto nos próximos meses. Ele é mesmo o parceiro perfeito para o Mark, ambos podem trocar confidências sobre as cagadas que fizeram ao esconder por tanto tempo de suas mulheres o que vem atormentando suas vidas desde o apagão. Uma pena que não ajudou nenhum dos dois a evitar essa chatice toda que anda virando as cenas envolvendo os respectivos casais que formam.

E por falar em chatices, a cada episódio se torna mais difícil encontrar um motivo plausível pra Olivia terminar gostando de Lloyd no futuro. O sujeito não é um pé, é uma pisada de calcanhar no saco!

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Tá, deixa eu começar a ser mais útil nesta série...

Já a Nicole pelo menos começou a ganhar alguma importância dentro da trama. Quando vi ela se encontrando com Bryce no hospital eu pensei que eles teriam um caso (previsível), e que ela seria o motivo daquela alegria repentina que o "ex-suicida" sentiu após o apagão, mas, pelo visto, o sujeito tem bom gosto, e andará pegando uma japinha no futuro. É com a ajuda dela que Bryce começa sua busca pela mulher que mudará sua vida pra melhor.

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Mudar de profissão seria um bom começo.
O cara desenha excepcionalmente bem.

E o Aaron, cada vez mais apagado dentro da série, pelo menos neste episódio conseguiu uma virada interessante em sua história, ainda que previsível. Mas, estou curioso pra saber que explicação vão dar pro ocorrido, depois de tantas provas afirmando o contrário.

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OH MEU DEUS! ENTÃO VOCÊ ESTÁ VIVA MESMO?!
(Tá, quem não esperava por esta..?)

Bom, comentados os fatos que vêm se tornando corriqueiros em Flashforward, partamos para as novidades.

Pra começar, a Mão Azul se revela uma espécie de sub-cultura mundial pós-apagão formada por pessoas que não tiveram nenhuma visão do futuro durante o evento (apelidadas de "fantasmas"), muitas delas dispostas a morrer a qualquer instante passando por experiências de risco extremo (tortura, uso abusivo de drogas, sexo sem proteção, roleta russa, e daí pra coisas piores). Os "fantasmas" organizavam baladas em locais secretos no mundo inteiro.

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O preço pra entrar na festa dos fantasmas:
sobreviver à roleta russa.

No caso de Ian Rutherford, parece que foi só um pobre coitado usado por uma organização maior para despistar as investigações do FBI, e fazer seu trabalho sujo. Resta saber a quem ele respondia, e se ele tinha mesmo alguma relação com os chineses que atacaram Mark e os demais em Washington.

Foi bem sacada a idéia de que a rede aberta de usuários do site Mosaico vinha sendo usada por Raynauds pra entrar em contato com outros "fantasmas", o que tornou um dos carros-chefe do caso uma faca de dois gumes, como toda boa idéia lançada na internet que rapidamente pode ser deturpada por outros para fins menos nobres (alguém aí atrás gritou regra 34?).

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Frase estilosa do episódio:
"Prazer em encontrá-lo de novo... pela primeira vez."

Mas, o grande destaque do episódio foi a história do agente Al, um personagem que não foi tão bem desenvolvido quanto deveria, mas que mesmo assim conseguiu causar o impacto de que a trama de Flashforward necessitava pra derrubar uma das crenças estabelecidas desde o início.

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"Encontrei um jeito de virar o jogo."

A jogada que o roteirista e o diretor fizeram ao inserir o texto da carta escrita por ele à mulher que mataria no futuro tanto no início quanto no final do episódio foi uma sacada genial! Se no começo eu pensava que era um convite da Mão Azul encaminhado a ela, como acredito que muita gente pensou, foi surpreendente descobrir que Al era o autor, e que apesar de tratar-se do mesmo texto, o ponto onde ele foi reapresentado mudou totalmente o significado das palavras, tornando a seqüência final ainda mais emocionante, além de muito tensa.

O gato de Schrodinger atacou novamente. O futuro ainda não está escrito, mas aberto a escolhas do observador. Uma superposição de probabilidades se colapsa, e Al desiste do seu futuro para dar um de presente à mãe que não tinha nenhum. Belo final para um personagem que teve a chance de crescer em apenas um episódio.

Na próxima semana: "Playing Cards with Coyote"

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