E a chuva cai lá fora, acompanhada pelo coro dos trovões, e iluminada, ao longe, pelos relâmpagos que cortam o céu.
E as gotas caem, chocando-se contra as telhas desta casa que me abriga. E tais gotas se separam em gotículas, que caminham por entre as nervuras do telhado. Na verdade deslizam, assim como o fazem em meio às folhas e galhos das árvores lá fora, que recebem essa água bem-vinda transmitindo uma alegria quase palpável.
Mas, ao contrário das sortudas plantas, não me sinto alegre. Bate-me uma saudade lá dentro, em meu íntimo mais íntimo. E apesar de desfrutar da sorte de ter um abrigo contra a chuva que não cessa do lado de fora, não paro de pensar em como ele ficaria mais agradável com ela.
E a partir disso, fico eu aqui pensando em como me seria prazeroso estar ao lado dela agora. Quem sabe assistindo a um filme, e aproveitando esse resto de domingo curtindo um momento juntos. Ou talvez lendo algum livro um para o outro. Interpretando seus trechos e rindo de ambos pelos erros de interpretação cometidos.
De repente essa idéia me agrada, e fico só imaginando como seria...
Porém, também seria bom não fazermos nada! Ficarmos simplesmente sentados, um ao lado do outro, abraçados e em silêncio, mas satisfeitos e felizes o bastante pra desejarmos que aquele instante não acabe jamais.
Só que, nem bem essa idéia também comece a me seduzir, me vem em seguida outra, que me parece mais produtiva, e eu me pergunto: por que não aproveitar melhor esse tempo que nos resta?
E me imagino beijando-a, e lhe distribuindo beijos por todo o corpo, e abraçando-a bem forte, como se aquele fosse nosso último abraço. E me imagino amando-a, mas logo paro de imaginar isso, pois amá-la pelo menos não depende da minha imaginação.
E a chuva acalma, e os trovões continuam seu coro em outras paragens, e eu encerro aqui esse relato de um momento qualquer de um domingo chuvoso e sem graça, sem ela...
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Comentários:
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Oi Wolv, Estou mais uma vez aqui e mais uma vez encontro um lindo texto!!!! []'s carol CAROL | 14-10-2004 19:22:43 |
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