
Inspirado no poema de Martin Niemöller
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No começo deste mês, mais exatamente no dia 1º, fui na Mostra Selton Mello que estava acontecendo em Passos, Minas Gerais. Confesso que só viajei até lá com a minha irmã, virei hóspede por um dia na casa do namorado dela, e assisti Feliz Natal, só pra no final disto tudo tirar uma foto ao lado do ator, que esteve presente em todas as sessões da mostra. Sim, eu realmente não tinha nada melhor pra fazer naquele final de semana. E a prova de que cumpri a missão que me propus está logo abaixo (praqueles que não tiveram a chance de vê-la no meu Orkut).
Mas felizmente esta minha obstinação de viver meu momento "tietagem" serviu não apenas pra satisfazer minhas necessidades egoísticas de auto-afirmação por intermédio da parasitagem da fama e prestígio alheios. Serviu também pra eu conferir o primeiro trabalho de um ator que considero um dos mais talentosos do nosso país, desta vez atrás das câmeras, como diretor.
Logo de início o que chama a atenção em Feliz Natal são as escolhas de enquadramento tomadas por Selton Mello, na seqüência inicial, pontuadas por uma trilha sonora incidental. Aos poucos somos apresentados ao protagonista, Caio (Leonardo Medeiros), no começo mostrado à distância, perdido em meio às carcaças do ferro-velho onde trabalha. Descobrimos sua rotina diária, sua vida pacata, e uma paz um tanto insegura de si num lar simples e tranqüilo que ainda assim transmite certo desconforto. Aliás, este é um dos elementos fundamentais que estabelecem o clima que permeia o filme inteiro. O incômodo gerado pela música do primeiro ato só é melhor compreendido mais adiante, quando descobrimos o quanto o passado de Caio o atormenta, impedindo-o de aproveitar plenamente aquela paz e calmaria oferecidas pela cidadezinha interiorana onde escolheu exilar-se.
No segundo ato da história, quando Caio vai para a festa de Natal de sua família, já é possível encontrar muitos indícios de que Selton Mello andou trocando muitas idéias com os diretores e toda a equipe de produção dos filmes em que atuou.
Toda a seqüência de eventos ocorridos na festa é recheada de hiper-closes enigmáticos que pacientemente vão se abrindo, deixando mais claros seu significado e contexto, os quais também funcionam como fator de reforço do incômodo que se torna a presença de Caio naquele ambiente.
Nesta parte foi fundamental o ótimo entrosamento entre os atores, todos muito competentes na interpretação dos diálogos cheios de citações vagas de um passado que poucas vezes fica claro para o espectador. São muitos olhares enviesados, reencontros em parte indesejados, e desafetos muito próximos de explicitarem-se.
Caio é o catalizador de reações por muito tempo adiadas. A última gota que faltava pra todo um manancial de frustrações, decepções e insatisfações individuais transbordarem, sendo ele o "elefante branco" daquela família a tentar mais um mergulho naquela piscina que esconde mais do que revela.
O plano-seqüência que fecha o 2º ato vem como um novo exemplo da ousadia e maturidade de Selton Mello, que o usa como recurso narrativo a fim de ilustrar com maior ênfase as oscilações de postura e humor entre os personagens uns com relação aos outros. Nela vemos o amor quase incestuoso entre Caio e sua mãe Mércia (Darlene Glória) emergir de maneira mais acentuada; o desprezo odioso e enciumado de Miguel (Lúcio Mauro), seu pai, tanto pelo filho como pela ex-esposa; e novamente Mércia, interpretada com brilhantismo exemplar por Darlene Glória tanto nesta como em todas as outras cenas em que participa, que despreza o resto de sua família, a qual, por sua vez, a considera louca.
Passado todo o trecho-chave da festa, já temos uma noção de que a história trata o tema arquetípico da "volta do filho pródigo", apresentado em Feliz Natal numa versão deturpada e um tanto pessimista, onde a tentativa frustrada de reintegração de Caio abala toda a frágil estrutura daquela família, cuja base é tão corrompida de hipocrisia. Fato este muito bem ilustrado na cena do almoço, em que Mércia insiste em lembrar todos os presentes do verdadeiro significado da data que supostamente comemoravam, e tem suas palavras ignoradas. A "louca" acaba mostrando-se a personagem mais consciente da deterioração moral de sua família.
A 2ª metade do filme busca explorar os desdobramentos daquela festa sobre as vidas dos que foram mais afetados por ela. Acompanhamos Caio trocando a família pelos amigos de vida tão inconseqüente quanto a que ele levava antes de sua mudança. Sua cunhada, Fabiana, interpretada pela bela Graziella Moretto (que ninguém tira da minha cabeça que se parece demais com uma irmã mais velha da Paula Toller, do Kid Abelha), a cada dia mais insatisfeita com o rumo que tomou seu casamento. Seu pai, Miguel, cujo ódio por Caio é o maior mistério que procuramos desvendar da história. Sua mãe, Mércia, a cada dia mais distante da sanidade de um mundo que enxerga como injusto por ter-lhe afastado seu filho mais amado. E seu irmão, Theo (Paulo Guarnieri), invejoso do espírito indomável que um dia enxergou em Caio, e frágil a ponto de deixar que sua piedade pelo mesmo abale ainda mais seu casamento e sua relação com o pai.
Quando a nebulosidade do passado de Caio torna-se perturbadora o suficiente, surge um vislumbre do evento que foi o ponto de ruptura entre sua vida anterior e a atual, sob a forma de um flashback que não se limita a apresentar um passado objetivo, optando por uma subjetividade carregada de significados ocultos. Assim, o momento mais revelador do filme torna-se também um dos mais passíveis de interpretação.
Outro grande destaque do filme é o elenco bem equilibrado. Darlene Glória dá um show de interpretação como Mércia, cuja figura me lembrou muito o trabalho de Ellen Burstyn em Réquiem para um Sonho, embora consiga ser tão original e visceral como sua contemporânea americana. Vale também destacar o trabalho de Fabrício Reis, que interpreta um dos sobrinhos de Caio, muito a vontade e cativante em sua tarefa de convencer-nos de que se trata realmente de uma criança, ao contrário das muitas que desfilam pelo cinema e a TV como se fossem andróides se passando por humanos. E, claro, Leonardo Medeiros, usando uma atuação contida e comovente que consegue passar todo o peso de culpa e frustração carregado pelo personagem.
Feliz Natal é uma estréia que surpreende pela segurança e ousadia demonstradas por Selton Mello na direção. Por uma história que foge do convencional e de soluções fáceis, evitando a tarefa de agradar um público maior. Funciona mais como uma provocação. É a conquista de um paraíso feito das carcaças de uma vida cheia de acidentes de percurso. É a busca de um homem por redenção, condenando-se à pena de lidar dia após dia com reflexos distorcidos e retorcidos daquele que considera seu maior pecado: o peso da vida que tirou graças a mais uma de suas inconseqüências, talvez maior que o peso sentido pelo desperdício de uma vida que ele acredita não merecer.
Trazendo um final que é tanto poético como trágico, Feliz Natal encerra-se como uma obra cujo principal objetivo é levar o espectador à reflexão. Como o próprio Selton Mello definiu sua primeira experiência como diretor, Feliz Natal é um filme pra ser degustado, que nos consome um tempo maior para captarmos toda nuance de sabores que ele oferece, por mais amarga que seja a mistura de todos eles no final.
Não, eu não odeio o Orkut. Também não odeio o Galvão Bueno nem o Faustão e na verdade até acho engraçados esses dois últimos (assim como vc, que fala mal pra pagar de cool mas não perde uma transmissão dele). Mas voltando ao tema, esse post não é para falar mal do orkut, it's something else.
Na ultima década, enquanto eu ainda era jovem e juvenil, garoto colorido tão cheio de vida que não cabe no país, eu usei bastante essa ferramenta e conforme a misantropia e a sociopatia iam tomando conta de mim eu fui percebendo essa pequena mas absurdamente irritante característica do ser humano. Ou se não é uma característica do ser humano, passou a ser na ultima década de qq jeito a qual eu não acho que o Orkut seja o culpado por criar apenas por revelar esse ponto (assim como as Lan Houses a R$1,00 e os computadores em 86x nas casas Bahias não são os culpados pelas antas na internet, apenas revelam uma coisa que sempre esteve lá)
O que eu chamo de "efeito Orkut" é essa necessidade de querer aparecer mesmo sabendo previamente que ninguém vai dar a mínima atenção a vc. Quer um exemplo?
Tópicos do tipo "Diga sua cor favorita" (acrescente aqui todos os erros de português que conseguir imaginar). Esse tópico tem 49574 respostas, cada um foi lá e postou o que achava sem nem ler o que o anterior escreveu e assim sucessivamente. A minha duvida é: qual o ponto? Pq isso? O que a pessoa espera com isso? Pq ela faz isso? O que ela estava pensando?
Eu realmente não gosto de pessoas, e se tem uma coisa que é menor que o gostar delas é a minha capacidade de compreensão das mesmas.
Vê, eu entendo a necessidade de aparecer, deixar sua marca, ficar na história, ter seus 15 minutos de fama. Junto com pegar mulher, essas são as duas coisas que empurraram a humanidade pra frente nos últimos 25mil anos. Mas isso eu entendo. O que eu não entende é querer fazer o mesmo sabendo que vai ser sumariamente ignorado.
Vc é uma das 50mil pessoas que postaram no tópico ali que todo mundo leu sem postar. E aí?
Bem, acho que vcs entenderam meu ponto. Se não entenderam é pq são extraordinariamente burros, então fodam-se. Dando uma voltinha pelo Orkut é fácil constatar que 90% dos tópicos são desse tipo, 9% são tentativas de pegar alguém a qq custo e 1% são tópicos com assuntos relacionados ao tema da comunidade que invariavelmente descambam em xingação generalizada (isso quando não são temas da comunidade cheios de post "postei sem ler só pra dar a minha opinião, vlw!")
Ai vc poderia argumentar que o problema talvez seria o publico médio do Orkut. Ok, realmente adolescentes entre 13-16 anos semi-alfabetizados realmente não são as credenciais que eu apresentaria ao líder da invasão alienígena. Mas não é só isso.
Eu tenho um vídeo upado no youtube que hoje completara 300mil exibições. Mas alem do vídeo, eu recomendaria que vc desse um pulinho na pagina de recados:
São mais de 550 comentários , a vastíssima maioria deles apenas dizendo algo como 'huahujhfjalçjdksn,nm,cnm,.nm,kjhjdh". Eu torno a perguntar: qual o ponto, afinal?
Ok, a pessoa deu sua opinião (ou bateu a cabeça no teclado, em termos de Brasil não tem tanta diferença assim também) mas NINGUEM vai ler ou dar a mínima ou lembrar ou qq coisa. Eu entendo quando vc deixa uma mensagem pra falar algo para o autor do vídeo ou até mesmo, argh, discutir com outras pessoas. É imbecil, mas isso eu entendo. Agora, isso de "oi mãe postei aqui" realmente foge da minha compreensão.
Mas vá lá, faz parte da idiotice humana eu suponho. E felizmente eu não estou tão louco assim, porque não foi o único que percebi essa loucura sem sentido já que o pessoal da então quase falida Odeo Inc. percebeu essa característica idiota do ser humano e o que fez?
Ahá, lançou o Twitter!
O Twitter é uma mistura de Orkut com MSN aberto, com a premissa "O que vc esta fazendo agora?". Ok, eu entendo usar o Twitter para conversar com seus amigos, para trocar links ou receber noticias, vai lá. Mas 90% dos "tweets" são coisas do tipo "Estou coçando a perna", "meu café veio com 2 cubos de açúcar e não 3" e assim por diante. Teoricamente teriam, sei lá, 20 pessoa "te seguindo" e lendo suas atualizações mas na real elas só te seguem para que vc leia as atualizações delas e ai temos um mar de pessoas falando sozinhas mas torcendo que alguém não as ignore como elas fazem com os outros.
Putaqueopariubátima! Isso é loucura! Isso é insanidade!
Isso, é claro, pra não falar dos joguinhos do Twitter (tipo "cite três palavras usadas após o sexo") que NADA diferem dos posts do Orkut ou dos comentários hikhsflnvjlkkhewkfhn do youtube. E olha que eu não estou nem entrando no mérito da palhaçada que se tornou a questão do numero de seguidores para alguns. E não, eu não vou falar do #forasarney pq embora não pareça até eu tenho um limite de quanta vergonha alheia pode ser tolerada
Em junho, o líder dos Nine Inch Nails, Trent Reznor, decidiu fechar todas as suas contas em redes sociais. Facebook, Twitter, MySpace, não sobrou uma. "Os idiotas dominam", escreveu Reznor, no último texto do blog associado ao site dos NIN (o único que continua no ar).
Sério, o que se passa com as pessoas? Voltamos a era dos urros? Pq todos são tão idiotas? Depois falta o que? Programa de TV de uma hora sobre chute no saco? O quanto falta para Idiocracia deixar de ser apenas um filme mediano com uma boa idéia para se tornar um documentário?
Ontem mesmo eu vi uma chamada do "No Limite" onde eles perguntavam para as pessoas em quem eles iam votar, me chamou a atenção um rapaz que disse categoricamente: "fulano de tal é muito falso e dissimulado, e comigo isso não tem vez, já era!".
Ouvindo assim vc pensaria que ele foi convocado para ser parte de um seleto júri que expulsaria o cara do programa, mas não, ele vai ser só mais UM dos 15 milhões de idiotas a ligar e dar o seu miserável votinho. E com certeza ele não inventou essa frase para a reportagem, ele já pensava assim e calhou dele ser ouvido mas os outros 14 milhões que não foram ouvidos pela reportagem pensam do mesmo modo.
Será que só eu que consigo ver o quão idiota isso é? Será que só eu vejo o ridículo da coisa toda?
Poderíamos facilmente chegar a conclusão de que essa geração digital é um caso perdido mesmo e dessa vez a humanidade chegou ao seu mais baixo nível, certo? Vivemos AGORA em mundo onde as pessoas apenas grunhem como porcos sangrando e isso as satisfaz?
Nem tanto. Essa coisa de gritar para as paredes e achar que isso faz tem qualquer relevância não é nova.
Tanto é que estão aí os psicólogos com mais de 30 anos de carreira.
Disseram que a depressão é o mal do século, mas isso só pq nunca tinham parado pra pensar na orkutização (ou twiterização, que seja) da forma com as pessoas se expressam. No fim das contas, ainda fico que é uma combinação perigosa de péssima educação básica (qualquer adolescente retardada, fútil e semi-letrada pode ser professora de 1a a 4a série, quando estas são as séries mais importantes) com solidão. Some isso a democracia e estamos todos invariavelmente fodidos. (estão ai Lula, Obama e Hugo Chaves que não me deixam mentir)
Os idiotas venceram.
So say we all.
O maior desafio para aquele que escreve uma resenha é deixar o leitor instigado para saber mais sobre o que o autor escreve (neste caso, uma série), e ainda tomar cuidado para não revelar nada crucial, que faça o leitor perder seu interesse por já saber o que vai ocorrer. Bom, devo concordar com o Queza, não sou bom nisso, mas espero alcançar algo razoável. Vamos lá então:
Para todos aqueles que estavam se sentindo órfãos desde o fim de Arquivo X, ou para os que curtem uma boa série de ficção e que perderam a vontade de assistir Smallville ou Heroes e tantas outras séries que começam arrebentando mas perdem a mão, Fringe é a solução.
Saída da cabeça de J.J. Abrams, que já nos presenteou com Alias e Lost, Fringe começou sua primeira temporada um pouco morna. Parecia somente mais uma série como tantas outras, mas aos poucos foi me prendendo, ao ponto de não conseguir parar de assistir até saber o desfecho. Aliás, como toda série de sucesso (e exigência do capitalismo selvagem) deixa um bom gancho para a próxima temporada (que, pra minha sorte, não demora a sair).
Mas afinal, do que essa série trata? É cópia do aclamado Arquivo X? É original? Bom, não é exatamente original, visto que cai na mesma formula que trouxe sucesso ao “antecessor”: agentes do FBI investigando casos estranhos. Mas, numa época em que praticamente tudo é chupado de outra coisa de sucesso (má má oiii Lombardi...) a genialidade está em pegar velhas fórmulas e tratá-las sob um nova roupagem ou ponto de vista. E nosso caro J.J. consegue fazer isso com maestria.
De começo, somos apresentados à agente Olivia Dunham, que, ao investigar o que parece ser simplesmente um caso de bioterrorismo, acaba sendo envolvida por algo bem maior: o Padrão. WTF??? Segundo explicado na própria série, o Padrão seria constituído por uma série de experiências onde o mundo é o laboratório. Olivia passa então a trabalhar para a divisão fringe, que se dedica a investigar esses casos.
Logo para resolver o primeiro caso, Olivia precisa recorrer à ajuda do cientista louco (eita) Walter Bishop. Conseguir essa ajuda não é fácil no entanto. Ela precisa que o filho de Walter, Capitão Duck, digo, Peter, assuma a custódia do pai para que ele seja liberado da instituição mental em que está confinado. Assim, é formado o grupo de investigação.
Não posso deixar de destacar aqui esses personagens. Walter Bishop é, sem dúvida nenhuma o maior fucking genial cientista da face da Terra. Sim, esqueça Einstein, Stephen Hawking. Se o caso é esquisito e envolve ciência de ponta, pode ter certeza q ele já trabalhou. O que aliás, em minha opinião, fica um pouco forçado. Todo caso apresentado nesta primeira temporada, ou Walter trabalhou com ele no passado, ou tem alguma ligação. O que nos leva a crer que ele fez experimentos por uns 100 anos, pois é impossível alguém se dividir entre tantos projetos e obter resultados rápidos em todos eles. Mas tudo isso é um pequeno detalhe, facilmente ignorado, quando se soma a brilhante interpretação de John Noble (diga-se de passagem, a única digna de nota dentro da série), que sabe dar vida ao personagem de uma forma maravilhosa, intercalando momentos de genialidade com pura abstração e a divertida loucura de Walter Bishop.
Completando o quadro acima, temos Peter Bishop, gênio e trambiqueiro, cínico e cético. Fazendo dupla com seu pai, traduzindo e explicando para os leigos as teorias e divagações do pai. Ainda assim uma criança que cresceu tendo a figura de um pai ausente e desorientado, e que agora tem de aprender a conviver com ele. E, apesar de já passar dos trintas, não posso deixar de notar que o ator Joshua Jackson ainda tem a mesma cara de quando gravou “Nós somos os campeões”. Melhor são as caras que ele faz, quando Walter aparece com suas teorias “absurdas”, mas que no final sempre estão corretas.
Uma série que realmente promete. Somente nesta primeira temporada tivemos (olha o spoiler...), lobisomens, quimeras, viagem no tempo, teletransporte e outras tantas que fazem a alegria de um nerd. Um prato cheio para quem curte boa ficção, embasada na velha e famosa pseudo ciência. Muitos casos bizarros, agentes do FBI investigando... peraí, onde já vi isso? Bom, dessa vez a verdade não está lá fora, mas bem aqui, pertinho, à um deja vu de distância. Como assim? Oras, isso só é respondido no final da temporada, então, confira!
Blocks de Jennifer Davis
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1º capítulo | 2º capítulo | 3º capítulo | 4º capítulo | 5º capítulo | 6º capítulo
Viu-se em uma ampla varanda, toda cercada de vidro. Havia muitas plantas espalhadas por ela. Samambaias de três tipos, um coqueirinho, duas orquídeas, dezenas de violetas roxas, rosadas e brancas. Ao seu lado uma garotinha, que aparentava uns sete anos, brincava sentada no chão com bloquinhos de madeira que imitavam tijolos. Havia dezenas deles espalhados à frente de suas pernas abertas em arco. Sentada no piso, construía um castelo. Uma boneca de plástico estava sentada, recostada na parede de frente pra menina.
- Só mais um pouquinho e eu termino, princesinha! - tinha os cabelos castanhos, ondulados, pele rosada. Usava um vestido bege, e um par de sandálias azuis com fivelas.
- Tô com saudades da Lúcia... - sua voz era de menina. Devia ter seus nove anos, a julgar pelo tamanho das mãos, que repousavam sobre o encosto da varanda, cuja parede subia até cerca de um metro e meio. Estava ajoelhada sobre uma cadeira de madeira azul. Olhava os carros passando pela rua, a árvore que fazia sombra na varanda, e o movimento do supermercado na esquina que formava uma diagonal com a de sua casa. Não conseguia decidir onde fixar seus olhos - Essa casa é tão grande! Tem o balanço no quintal, e o banheiro escondido dentro do guarda-roupas. Ia ser muito legal mostrar esses lugares pra Lúcia. E pra Marcinha! Sinto falta dela também.
- É, ia ser divertido se elas viessem pra cá. - terminou de montar a torre central.
- Se não fosse tão difícil pra elas viajarem...
- É... - botou o segundo bloco da ponte dupla.
- Nosso quarto é tão grande! Dava pra brincar muito lá dentro.
- A tampa de privada de vidro com a borboleta dentro é tão bonita! Elas iam gostar de ver. - começou a construir o muro da biblioteca.
- É. E também é legal olhar a rua pela janela do banheiro enquanto a gente toma banho.
- Uhum! O Felipe também ia gostar bastante do balanço - estava na metade do muro.
- E o Fábio e o Douglas iam adorar o fliperama lá da praça!
- O Sílvio e o Leo também! - terminou o muro.
- Aham! E a Gisele ia gostar muito do jardim lá do centro, principalmente dos arcos de flores!
- E acho que todo mundo ia querer andar de pedalinho lá na lagoa. - começou a torre direita.
- É, todo mundo ia querer... - três garotinhas passavam na calçada do outro lado da rua. Riam muito, cochichando entre elas. Uma abraçava uma boneca de pano, outra carregava um caderno rosa cheio de adesivos brilhantes, e a terceira levava uma bolsinha branca com detalhes azuis nas costas. - Queria que todos estivessem aqui!
Piscou, e no momento seguinte estava de volta ao degrau vermelho. Virou a folha e leu em seu verso:
18 de setembro, com 9 anos, 1 semana, 10 horas, 13 minutos, 26 segundos
"A Cidade Ideal..." Um sorriso triste e contido formou-se. "Apesar de tudo, era bom..."
Esqueceu-se da folha, e soltou-a no abismo branco sem dar muita bola. Vagou com os olhos por poucos segundos sobre o aglomerado de folhas brancas à sua frente, e parou com eles sobre o portal vermelho do qual saía a árvore. Notou que ela prosseguia longamente pra dentro dele. "O que será que existe do outro lado?"
CONTINUA...
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