Blocks de Jennifer Davis
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Viu-se em uma ampla varanda, toda cercada de vidro. Havia muitas plantas espalhadas por ela. Samambaias de três tipos, um coqueirinho, duas orquídeas, dezenas de violetas roxas, rosadas e brancas. Ao seu lado uma garotinha, que aparentava uns sete anos, brincava sentada no chão com bloquinhos de madeira que imitavam tijolos. Havia dezenas deles espalhados à frente de suas pernas abertas em arco. Sentada no piso, construía um castelo. Uma boneca de plástico estava sentada, recostada na parede de frente pra menina.
- Só mais um pouquinho e eu termino, princesinha! - tinha os cabelos castanhos, ondulados, pele rosada. Usava um vestido bege, e um par de sandálias azuis com fivelas.
- Tô com saudades da Lúcia... - sua voz era de menina. Devia ter seus nove anos, a julgar pelo tamanho das mãos, que repousavam sobre o encosto da varanda, cuja parede subia até cerca de um metro e meio. Estava ajoelhada sobre uma cadeira de madeira azul. Olhava os carros passando pela rua, a árvore que fazia sombra na varanda, e o movimento do supermercado na esquina que formava uma diagonal com a de sua casa. Não conseguia decidir onde fixar seus olhos - Essa casa é tão grande! Tem o balanço no quintal, e o banheiro escondido dentro do guarda-roupas. Ia ser muito legal mostrar esses lugares pra Lúcia. E pra Marcinha! Sinto falta dela também.
- É, ia ser divertido se elas viessem pra cá. - terminou de montar a torre central.
- Se não fosse tão difícil pra elas viajarem...
- É... - botou o segundo bloco da ponte dupla.
- Nosso quarto é tão grande! Dava pra brincar muito lá dentro.
- A tampa de privada de vidro com a borboleta dentro é tão bonita! Elas iam gostar de ver. - começou a construir o muro da biblioteca.
- É. E também é legal olhar a rua pela janela do banheiro enquanto a gente toma banho.
- Uhum! O Felipe também ia gostar bastante do balanço - estava na metade do muro.
- E o Fábio e o Douglas iam adorar o fliperama lá da praça!
- O Sílvio e o Leo também! - terminou o muro.
- Aham! E a Gisele ia gostar muito do jardim lá do centro, principalmente dos arcos de flores!
- E acho que todo mundo ia querer andar de pedalinho lá na lagoa. - começou a torre direita.
- É, todo mundo ia querer... - três garotinhas passavam na calçada do outro lado da rua. Riam muito, cochichando entre elas. Uma abraçava uma boneca de pano, outra carregava um caderno rosa cheio de adesivos brilhantes, e a terceira levava uma bolsinha branca com detalhes azuis nas costas. - Queria que todos estivessem aqui!
Piscou, e no momento seguinte estava de volta ao degrau vermelho. Virou a folha e leu em seu verso:
18 de setembro, com 9 anos, 1 semana, 10 horas, 13 minutos, 26 segundos
"A Cidade Ideal..." Um sorriso triste e contido formou-se. "Apesar de tudo, era bom..."
Esqueceu-se da folha, e soltou-a no abismo branco sem dar muita bola. Vagou com os olhos por poucos segundos sobre o aglomerado de folhas brancas à sua frente, e parou com eles sobre o portal vermelho do qual saía a árvore. Notou que ela prosseguia longamente pra dentro dele. "O que será que existe do outro lado?"
CONTINUA...
Eu brincava com esses blocos de madeira.
ResponderExcluirMinha mae nao comprava esses bloquinhos pra mim porque eu engolia eles !
ResponderExcluirTa beeim legal ! =DD
O que aprendemos hoje? Não coloque imagens nos textos, as pessoas tem a capacidade de foco do Homer Simpson e vão esquecer o que vc escreveu pela coisa colorida
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