terça-feira, 28 de setembro de 2004

[DESABAFO] Esquecimento Induzido (o ato falho)

Ela

Preciso esquecê-la.

Esquecer seus olhos. Esquecer sua boca. Esquecer seus cabelos, dando mil voltas em milhares de cachos.
Esquecer seu rosto, que me parece tão perfeito agora. E seu sorriso, que me ilumina lá dentro por alguns instantes.

Mas não é só isso.

Preciso também esquecer suas palavras.

Palavras escritas e digitadas. Palavras ditas e pensadas.
Palavras que viajam pelos pensamentos, nossos pensamentos, que se chocam em um ato inevitável.
Palavras que me deram ânimo em momentos de exaustão. Que me transmitiram esperança em épocas de desespero.

Palavras que mudaram minha forma de enxergar o mundo, de enxergar a vida, e de enxergá-la também.
Enxergar aquela que é razão disso tudo aqui.

Preciso esquecer das horas em que a distância não fez difirença.
Daquelas horas tão especiais que um abraço era um abraço, e não uma palavra com seis letras na tela de um computador.
Das horas que não eram mais horas, mas minutos, segundos... Pois o tempo parece outro quando falo com ela.

Tudo tão breve, mas ao mesmo tempo, tão extenso.
Tudo representando a extensão de meu sentimento.

Desse sentimento que luta para que eu não esqueça daqueles instantes em que não conseguia esquecê-la.
De instantes que se estendiam por horas, que se fundiam em dias.
E logo a semana passava, e eu olhava pra trás, apenas para enxergá-la naquele espaço entre segunda e sexta.
Em cada hora, minuto e segundo, dominando minha mente.

Mas, não consigo esquecê-la. Não posso.

Não posso esquecer de alguém que está entre o meu hoje e o amanhã.
De alguém que é meu presente, e que eu quero que seja meu futuro.

Não consigo e não quero esquecer de quem me deu uma razão.
De quem me deu um rumo a seguir, e uma meta pela qual lutar.

De uma pessoa tão parecida comigo, e mesmo assim, tão diferente.
De alguém que aprendi a gostar em tão pouco tempo, e de quem gosto cada vez mais conforme a conheço melhor.

E quanto mais eu tento esquecê-la, mais me lembro dela.

Me lembro que ela não pode ser esquecida. Que sua existência já faz parte da minha.
Que sua vida já se cruzou com a minha. E que parte dela está dentro de mim, assim como uma parte da minha está com ela.

E é ela que dá sentido a minha vida. Ela que É o sentido da minha vida. E como não posso esquecer de minha própria vida...

E vocês se perguntam: por que quis esquecê-la? Minha resposta é apenas uma: tenho medo de jamais me esquecer dela, mas de ela se esquecer de mim...

Não posso mais lutar contra isso. E não quero.

Já me apaixonei...

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Comentários:

Diante dessas palavras, a menina que sempre soube brincar com elas, se esquece completamente como fazê-lo. . .

Lu | 29-09-2004 16:44:10
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Texto maravilhoso! Dificil esquecer quem já está impregnado em nós. Já aconteceu comigo, quanto mais queria, mais lembrava, rsrsrrs, Não é que hoje o esqueci, apenas deixei de sentir saudades e de sofrer pela ausência. Não podemos jogar a memória fora, seria muito bom, em determinadas situações. Apaixone-se, é um sentimento que não podemos detê-lo e boa sorte. Quase não chego aqui, Wolv, teu blog não abria. Beijo.

anne | Email | Homepage | 29-09-2004 16:10:20
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Quem liga para o que você pode ou não esquecer? Queremos tirinhas novas!

C | 29-09-2004 05:22:26

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