O texto abaixo na verdade é uma colagem feita com vários recortes.
Ele é formado por trechos de diversos comentários que deixei ao longo dos últimos meses no blog da Anne, e possuem algo em comum entre si: o amor.
Falei tanto dele por lá, inspirado pelos textos que ela vira e mexe posta falando desse "sentimento que não é apenas sentimento", que resolvi fazer um apanhado geral.
Peguei todos os que encontrei que tinham o amor como tema, e os mesclei em um só texto, fazendo as devidas adaptações, e acrescentando mais alguma coisa.
Por isso, não consegui pensar em um título melhor pra esse post do que "Retalhos D'Alma", pois ele inteiro é formado por "partes de mim", deixadas no blog da Anne através de palavras, o qual, pra quem não sabe, tem o mesmo título desse post.
Portanto, uso ele também como uma homenagem a essa amiga que tanta inspiração me trouxe desde que comecei a ler seus textos.
Assim, sem mais enrolações, apresento-lhes parte de minha alma, um pedaço do meu coração (o qual já tem dono):
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Por muito tempo, venho procurando uma definição do que é esse sentimento que tanto fascina e transforma o ser humano quando se manifesta nele: o amor.
Um sentimento tão forte que consegue, em um simples beijo dado por dois seres que se amam, eternizar e congelar o tempo ao redor, apenas para que ele possa ser sentido em toda a sua plenitude.
Uma das coisas que eu descobri é que o amor não é um "algo" que pode ser dividido e individualizado. Não há um tipo, mas apenas um só, que se manifesta de diversas formas. É isso que poucos entendem, ou que poucos tentam entender.
Podemos amar alguém, podemos amar algo. Podemos amar a nós mesmos e ao mundo maravilhoso, vasto e simples em sua complexidade, pois ele próprio é um conjunto de elementos simples que um dia se uniram para plasmar a beleza do mundo, dos seres. Para dar forma ao amor.
E é isto que todos somos, é isto que tudo é: um grande monumento à força que une cada elemento para formar o que existe, e o que deixa de existir.
Portanto, não dá pra pensar em amor como algo que surge do nada dentro de nós. Ele é pré-existente, basta apenas que nós o procuremos.
Também posso dizer, com toda a certeza, que ele é principal fonte da felicidade humana, senão a única. Só que o ser humano sofre de um grave problema: sua ignorância relativa à sua própria capacidade.
A verdade é que todos nós, sem exceção, fomos criados para sermos felizes. Esse é o grande propósito que move nossas vidas. E todos temos condições de alcançarmos este objetivo. Infelizmente a vida é cheia de "distrações", que desviam nossa atenção, desviando-nos do caminho que devemos seguir para chegar à felicidade.
Perdemos tanto tempo com coisas supérfluas, fúteis, e sem uma importância realmente significativa pra nós.
O nosso grande problema é não dedicarmos alguns minutos de nossas vidas para perguntarmos a nós mesmos: "o que eu realmente quero?"
Se todos parassem pra fazer essa pergunta a si mesmos... Ah, quantos problemas deixariam de acontecer...
Mas é difícil, realmente complicado fazer isso. Somos a todo momento levados a "olhar para os lados" ao invés de voltarmos nossos olhos para o caminho magnífico que temos à nossa frente.
Toda a nossa existência aponta para ele. É um fluxo constante que nos empurra para a felicidade. Basta permitir que ele nos leve.
Por isso tudo, o ser humano se encontra em uma eterna busca: se completar. Mas, costumo dizer que somos como cacos de vidro tentando não se cortar enquanto tentamos unir nossos pedaços da maneira correta, de modo que voltemos a constituir o que compunhamos inicialmente.
É preciso ter cuidado, pois somos sensíveis demais, assim como os cacos de vidro. Temos a capacidade de machucar profundamente alguém com uma simples palavra. Como um mísero caquinho de vidro pode causar um corte pequeno mas incômodo, e que é capaz de doer mais do que um maior.
Assim somos nós. Mas, felizmente, há aqueles que conseguem realizar tal tarefa com maestria. Juntam os cacos sem se cortarem, e colam-nos cuidadosamente, para que voltem a formar belas taças.
Seu trabalho em equipe é tão perfeito, que o resultado final é uma taça que parece nunca ter se quebrado. São cacos que, de tão perfeitamente encaixados, parecem nunca terem se separado.
E assim são as pessoas que realmente amam. Que amam com todo o seu ser, atingindo as instâncias mais profundas do coração um do outro. Esses vão pra prateleira dos amores perfeitos. A das taças raras.
Uma das formas de manifestação do amor são as palavras. Não todas, obviamente, mas aquelas palavras especiais, provindas de um lugar especial.
Elas são capazes de fortalecer a alma de alguém que amamos, seja um amigo ou "aquela pessoa especial". Para isso, o que importa não são as palavras em si, mas de onde elas provém.
Saídas da boca não são mais do que isso. Mais do que sílabas liberadas de forma ordenada por meio de nossas cordas vocais.
Mas, quando são palavras provindas do coração, aí sim a história muda de figura. Estas criam um canal que liga nossa própria alma à da pessoa para a qual queremos o bem, transferindo a energia fortalecedora e revitalizante que tanto desejamos entregar à ela, tamanha é nossa vontade de vê-la se sentindo melhor.
E aqui peço licença para citar Matrix Revolutions. O filme, tão odiado por muitos dos fãs do primeiro, possui um trecho que acho um dos melhores, onde o pai de Sati, a menininha que é um programa sem propósito, diz a Neo que amor não é uma uma emoção humana, é uma palavra. O que importa é a conexão que a palavra implica.
E é bem por aí mesmo. Pois, como eu disse no início desse texto, o amor não pode ser encarado como um simples sentimento, ou como o mero ato de gostar muito de uma pessoa a ponto de sentir a necessidade de tê-la próxima de você. Isso é uma definição muito vaga e superficial de algo que transcende qualquer tentativa de defini-lo.
Ele é a conexão. É a rede invisível que liga todas as coisas e as torna tão belas.
É somente através dele que podemos enxergar tudo como parte de um todo. Como um grande espelho refletindo a beleza do criador dessa obra, que é o universo. Porque, não há como um acaso dar ordem ao caos. Uma ordem tão perfeita que mantém as coisas ordenadas mesmo quando elas ficam caóticas.
Amor é a harmonia da criação. É as partes se tornando um todo.
Só que, para que duas pessoas se tornem uma só, em essência, é preciso deixar o coração aberto, tanto para o que quer entrar, quanto para o que queremos transmitir.
Acho que esse é o segredo.
E, amor não é só com "aquela pessoa especial", mas funciona com todos. Portanto, para que as partes se unam é preciso acolher a todos dentro daquele lugar dentro de nós onde qualquer pessoa se sente bem. Estar naquele ponto de nós mesmos onde tudo que de melhor temos se concentra. Emitir essa energia positiva do amor que todos, no fundo, têm pela vida, àqueles que não estão próximos o bastante pra se abrigar em nossos corações, sentindo o melhor calor que há: o do amor.
Acho que é por aí. Só falta o resto do mundo entender isso...
Sei que a vida é muito difícil e complicada pras pessoas aceitarem uma visão tão sublime do amor. De aceitar ele como algo forte o suficiente pra sobreviver a tudo que ela possa nos apresentar como desafio.
A gente anda muito ao longo de nossa existência. Em algum ponto dela podemos encontrar um rastro que nos orienta.
Uma tocha que nos guia na escuridão, mas pode ser que o vento ou a chuva venha a apagá-la em algum instante, pois o labirinto da vida é muito extenso. Por lá se passa de tudo, se encontra todo tipo de pessoas, coisas e perigos, alegrias, tristezas e frustrações.
Tudo isso, como a chuva e o vento, pode apagar a chama, às vezes tímida, outras relutante, que tenta se manter acesa para nos servir de guia.
Só que nada é eterno, e o fogo, por mais intenso que ele possa ser, e por mais forte que o calor emanado por ele pode se tornar, no final continua sendo um fogo, e pode se apagar.
Mas, nada nos impede de reacendermos a tocha. Mesmo que não se encontre nada por um longo tempo no caminho que nos ajude acendê-la, se a vontade persistir, uma hora ela há de se materializar em fato.
E só então descobrirmos que a chama não depende da força que a tocha possui, e sim da vontade que temos de mantê-la acesa.
Em resumo, amor é isso, e mais um pouco...
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Comentários:
Olá wolv, que lindo! Tentei vir aqui várias vezes mas teu blog não abria, como tantos outros. Tiveste uma ótima idéia, porque teus comentários são sempre maravilhosos e complementam sempre os meus textos. Falar de amor, sempre falo, porque ele está dentro de mim, às vezes fica tão grande que extrapola e escrevo os meus textos. É bom falar dos bons sentimentos. A D O R E I ! Obrigada pelo carinho. É um privilégio ter-te por perto, ler teus comentários tão lindos. Boa semana e beijos. Um dia ainda posto teus retalhos, já pensei nisso. Bjus. anne | Email | 20-09-2004 06:28:30 _____________________________________________ |
Oh meu Deus... acho que eu vou vomitar... C | 19-09-2004 23:37:54 |
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