sábado, 3 de maio de 2003

[CONTO] Quando o maior vazio se preencheu...

No início havia o nada.

Supremo, onipresente, absoluto. Reinando em tudo q existia, ou em tudo q deixava de existir.

O nada não tinha nenhuma companhia. Nada com quem conversar. Mas nem se tivesse faria diferença, pois o nada era apenas nada, e não podia falar.

E assim foi por muito tempo. Um tempo q não se pode contar. O tempo em q o nada era o tudo, e o tudo era simplesmente um grande nada.

Porém, chegou o dia q do nada, apesar de tudo, surgiu algo.

Era apenas uma partícula. Pequena, ínfima e insignificante. Quase inexistente diante do nada infinito onde se encontrava.

Ela era tão pequena, mas tão pequena, q um simples átomo era um gigante perto dela. Isso se na época existisse um átomo.

Na verdade, sua pequenez era tamanha, q ela era menor q a menor partícula de um átomo. Menor q a menor coisa q podemos imaginar. Menor até do que o que não podemos imaginar.

Mas, mesmo não sendo nada para o grande nada, ela, ao mesmo tempo, era tudo q existia nele. Era era o tudo q existia nele.

E por causa dessa partícula, o nada deixou de ser nada, e virou o tudo. Não o tudo complexo q é visto hoje, mas o tudo mais simples e básico q já existiu na história da própria existência. Tão simples q chega a ser impossível imaginarmos algo tão simples como ela, graças a nossas mentes complexas, como o tudo q evoluiu daquele outro tudo.

Tudo bem. O nada virou tudo quando algo quase inexistente surgiu nele, mas, como isso surgiu?

Ninguém sabe.

Tlz pq o nada, mesmo sendo o nada, passou a pensar, a se contemplar, a se sentir sozinho. Tlz ele próprio acabou criando a solidão, e foi o primeiro a sentir esse sentimento.

Solidão. Seria esse mesmo o primeiro dos sentimentos? Não se sabe ao certo.

Tlz ainda o nada guardava, em si, tudo. Todas as possibilidades de ser alguma coisa. As possibilidades dele virar alguma coisa. Possibilidades infinitas. E, ao acaso, ou não, ele escolheu a possibilidade de se preencher com apenas uma partícula. Algo simples, assim como simples eram os conceitos no princípio do tudo, q ainda nem existia.

Mas, ainda não se pode chegar a uma explicação convincente de como o nada virou tudo. Então, voltemos à nossa pequena partícula.

Lá estava ela. Tb sozinha, e tb sem companhia. Pois, apesar de não existir nada ao seu redor, o nada já não estava mais lá, pois agora ela era tudo q existia.

E contemplando a inexistência q a cercava, ela, q era a única coisa existente nela, a única coisa existindo na inexistência, começou a se entediar. Assim como o nada q virou tudo.

E desse tédio, e novamente dessa solidão, ela resolveu usar mais uma vez uma das, agora quase, infinitas possibilidades q ela tinha de fazer e ser alguma coisa. Mas sua consciência, q nem era consciência ainda, e sim um arremedo de consciência, criou outra igual a ela, e ambas passaram a se interagir.

Vagaram, vagaram e vagaram pelo vazio q pra elas não era tão vazio, pois tinham uma a outra. E nem poderia ser mais chamado de vazio, pois elas o preenchiam.

O tempo passou, e apesar de se divertirem vagando por aquele espaço infinito, uma hora se cansaram. Afinal, não viam nada de novo q não fosse apenas uma a outra.

Assim, as duas resolveram criar outras delas, e essas outras criaram outras, e essas outras tornaram a criar outras... Depois de um longo tempo, o quase-vazio tinha se tornado menos vazio ainda. Muitas e muitas "particulazinhas" vagavam de um lado para o outro, percorrendo o espaço infinito, brincando e se divertindo umas com as outras. E isso durou muito tempo.

Mas, todas eram iguais. Nenhuma tinha sequer a menor diferença da outra. E isso tb começou a cansá-las.

Foi então q algumas delas resolveram se juntar. Se combinar. E assim ficaram diferentes.

Outras mais se juntaram de outras formas, e assim, todas ficaram muito diferentes umas das outras quando unidas. E por mais um tempo vagaram. Brincaram e se divertiram, agora sendo todas parte de outras coisas maiores e diferentes entre si.

Mas isso tb as cansou. Pois, apesar das diferentes formas, elas começaram a se tornar poucas pra elas. E mesmo sempre mudando a combinação, isso se tornou chato.

Foi então q elas acharam q seria interessante saber o q aconteceria se todas elas formassem uma grande forma. Algo completamente novo, q elas nunca viram antes.

Elas então combinaram de se espalhar. Cada uma foi pra um canto do espaço infinito, e quando uma delas gritasse "já", todas correriam para o mesmo ponto.

Assim o fizeram. E para a surpresa delas, todas se encontraram ao mesmo tempo, todas se chocaram ao mesmo tempo, e todas explodiram ao mesmo tempo, cada uma gerando milhões, bilhões... zilhões de partículas iguaizinhas.

Agora tinha bem mais possibilidades de se combinar, bem mais pecinhas para reunir de infinitas formas diferentes. Algumas delas formaram espirais, outras aglomerados sem forma. E, uma inovação, dentro dessas formas, outras formas foram criadas por elas. E assim surgiram bolas brilhantes e incandescentes, de muitas cores e tamanhos. E dessa bolas outras menores se formaram, para girarem ao redor delas, em uma ciranda q ainda demoraria muito para terminar. E nessas bolas menores muitas se reuniram para formar outras formas, ainda menores...

E, por fim, elas ficaram felizes, pois tinham conseguido arranjar uma diversão q até hoje não terminou. Elas ainda continuam se combinando, e formando outras formas. Se multiplicando, e sempre se unindo.

E a solidão nunca mais existiu pra elas, q até se esqueceram o q significa essa palavra.

A brincadeira continua, e não se sabe ao certo quando, e se, ela vai terminar.


Aqui me desanexo...

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Comentários:

Gostei muito do texto. É seu? Q discussão é essa aqui??????

Leo Spy | 05-05-2003 20:04:51
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Eu realmente nunca vou entender o blog do Wolv....x_x

Sukinha | Email | Homepage | 04-05-2003 00:21:17
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É interessante como uma pessoa pode mudar seu jeito de ser...eu sou falsa..mas nem havia pensado isso de vc!

Elt... | 03-05-2003 21:50:28
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Olha o q eu achei! Eu jah ouvi essa historinha de parículas antes!¬¬

Elt | 03-05-2003 17:51:34

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