sexta-feira, 24 de julho de 2009

[REFLEXÕES] Eu e Mim: Impressões de Ontem




Mim: E lá ontem, como foi?
Eu: Foi a experiência mais libertadora que eu já fiz em toda a minha vida até então!
Mim: Diga o que fez!
Eu: Acho que tudo começou 4ª feira, quando escrevi nossa conversa e postei aqui, pra que todos que quisessem lê-la tivessem acesso. Sabe, eu não ligo mais pro que as pessoas vão pensar de mim. Não dá pra dizer que desencanei total disto, mas em comparação ao que era antes foi uma melhora de uns... deixa eu pensar... 70%! É, acho que é uma estimativa razoável.
Mim: Certo. Então, você postou nossa conversa aqui e..?
Eu: Joguei um link direto dela lá no Orkut, na parte do "Quem sou eu" do meu perfil. Eu queria que todos os meus amigos lessem. Na verdade eu precisava disto!
Mim: Foi uma jogada bem arriscada, não acha?
Eu: Sim, foi. Mas, como eu disse há pouco, não me importo mais tanto assim pro que vão achar de mim. Quem gosta de mim de verdade não vai se deixar abalar pelo que eu disse lá. Aquele do post anterior sou eu, com as minhas neuras, minhas limitações, imperfeições, defeitos e crenças! Ontem eu não disse nada menos do que a mais pura e bruta verdade.
Mim: Você me parece satisfeito com isto.
Eu: Sim, estou mesmo. Demais!
Mim: E lá na sua psicóloga, como se saiu?
Eu: Ah sim! Hahaha. Foi mal, tinha me esquecido da sua primeira pergunta.
Mim: Sem problemas. Continue!
Eu: Foi lindo, cara! Antes de eu ir pra lá ontem, logo depois de tomar um banho assim que cheguei em casa, eu peguei as folhas onde imprimi nossa conversa, fui lá pro meu quarto, aproveitei que não tinha ninguém em casa, e interpretei ele todo! Hahahaha! Quem me ouvisse naquela hora com certeza pensaria que eu tava ficando louco! Mas eu nunca estive tão lúcido! E não pense que foi fácil interpretar Eu e Você não, meu velho! Levou um tempo até eu "calibrar" minha interpretação. Até eu pegar o jeito da minha verdadeira voz, dessa voz que ficou esperando anos pra sair de mim. De lá do fundo da minha alma! E a coisa foi tão boa, tão... transcendental, que mesmo eu tendo que interromper a interpretação no meio do texto, quando meus pais chegaram com a minha irmã, eu estava tão eufórico por ter pegado o jeito daquela minha voz verdadeira que a primeira coisa que fiz foi brincar com a minha irmã como há muito tempo eu não brincava, e contei mil casos pros meus pais, e falei todo empolgado da nossa viagem pra Passos semana que vem, e da minha missão de tirar uma foto com o Selton Mello, e depois eu vim pro PC e conversei com o Lucil, e há muito tempo eu não me sentia tão hilário, tão cheio de timming, sabe. E ele ria do outro lado, e apesar de ser um riso digitado, minha intuição me dizia que ele tava rindo de verdade lá em Passos, porque eu me sentia realmente engraçado, e quando a gente acredita em nós mesmos, a gente acaba convencendo as pessoas a acreditarem em nós.
Mim: Puxa! hehehe Agora você disparou.
Eu: E depois de falar com ele eu tomei um lanche rápido, me troquei, e fui lá pra casa da Márcia, e a primeira coisa que disse pra ela foi que eu leria a nossa conversa. E esta foi a primeira surpresa que ela teve, porque no lugar de ler eu interpretei! Eu me entreguei ao personagem, eu me tornei tão verdadeiramente Eu e Você, que eu saí de lá ontem mais Nós do que jamais fui capaz de ser! Eu me senti mais completo do que jamais havia me sentido antes!
Mim: Fale mais da sensação que teve quando terminou sua sessão de ontem.
Eu: Foi como livrar-se de um engastalho, sabe, como desobstruir uma passagem há muito tempo bloqueada, como desentupir um cano, tirar toda a ferrugem, e liberar um jorro de pensamentos, ações, gestos, idéias, atitudes, que há muito tempo golpeavam aquela pedra enorme que os impedia de fluir livremente por mim, através de mim.
De ontem pra hoje, em questão de horas, eu virei um rapaz mais despachado do que jamais fui. A ponto de fazer questão de resolver todos os problemas e pendências que eu precisava resolver hoje, a ponto de finalmente, depois de anos, me impor sem medo de ser mal interpretado, ou de achar que eu estava tomando uma atitude muito repentina se comparada ao padrão de comportamento mais retraído, introspectivo, que eu vinha seguindo, tipo, há dois dias atrás, pra você ter uma idéia.
Hoje, durante todo o dia, eu me senti, finalmente, interpretando eu mesmo da maneira mais vívida! Eu me senti mais vivo do que há meses não me sentia, porque eu estava finalmente sendo, eu havia finalmente me tornado quem eu realmente sou, quem eu de fato sou capaz de ser!
Eu falava pelos cotovelos lá na biblioteca! Eu conversei muito com a Elizete, e acho que ela ficou tão surpreendida, que tinha umas horas que eu olhava pra ela, e notava um brilho de admiração e até pasmo em seus olhos!
Cara, eu fiz piada pros funcionários que estavam lá, sem a menor inibição, e eles riram pra valer! Riram como se tivessem se esquecido totalmente de que aquele ali na frente deles era o mesmo cara de alguns dias antes que só fazia questão de ficar plantado na frente do computador cadastrando livros o dia todo e só abria a boca quando era realmente necessário.
E hoje, logo cedo, assim que eu cheguei lá pra abrir a biblioteca, antes de todo mundo chegar, do nada, da maneira mais espontânea e desengonçada possível, eu dancei, cara, dancei SEM MÚSICA! Dá pra realizar isto, velho?! Eu, Rodrigo Ferreira Simões de Souza, dancei feito uma bicha louca em pleno FIM DO MUNDO sem medo de ser feliz (nada contra as bichas loucas, OK? acredito que muitas delas são mais felizes do que a maioria das pessoas).
E depois que eu fiz isto eu entrei num acordo com o meu "monstro interior", sabe. Eu bati um papo com ele, e disse que eu não queria mais aquela guerra total. Eu prometi a ele um papel em muitas das minhas futuras criações, onde ele será o ator principal, e mesmo que não seja o protagonista, vou procurar, na medida do possível, incluí-lo como coadjuvante. Vou multifacetá-lo! Ele será meu instrumento mais precioso, querido e respeitado de sublimação do que há de pior em mim. Mas não o transformarei em uma marionete, um servo meu. Tudo será feito com cooperação, um quase companheirismo que, não duvido muito, se tornará até mesmo uma amizade.
Mim: E o que mais você fez depois disto?
Eu: Não pude evitar de pensar que muitas pessoas precisam só de um momento como o que eu tive ontem lá na casa da Márcia, e um pouco antes aqui em casa, pra darem o primeiro passo e tirarem essas coisas ruins que guardamos em nós por anos, talvez vidas inteiras! A maioria das pessoas não precisa de anti-depressivos ou anfetaminas pra aumentar o fluxo de seus pensamentos, atos, idéias. Só de um primeiro passo libertador em direção ao desentupimento dos canos que conduzem a sujeira que se acumula em nós, a sujeira psicológica, pra fora.
Mim: E com isto, com este primeiro passo, você ganhou mais espontaneidade.
Eu: Eu a chamaria de uma espontaneidade quase à flor da pele. Só não digo que é totalmente à flor da pele porque ainda há muito pra libertar daqui de dentro, muito pra manifestar, muitas idéias pra pôr em prática, muitas questões pra resolver, muitas limitações pra eliminar, muitas imperfeições pra corrigir.
Mas, pra um primeiro passo, este superou todas as minhas expectativas! Fiz surgir de dentro de mim um "eu" não-ególatra, um "eu" que, apesar disto, é mais ousado, menos temeroso, menos tímido e reprimido.
Mim: E como pretende manter este ritmo?
Eu: Continuando meu tratamento com a Márcia. Semana que vem terei finalmente minha primeira sessão de renascimento. Minha primeira revisita a algumas partes da minha vida que precisam ser revistas. Meus primeiros movimentos em direção a uma integração e cooperação maior entre as partes que me formam.
Mim: Não acha que está empolgado até demais com tudo isto?
Eu: Claro que estou! Não vou negar uma coisa que está tão evidente. Estou sim! E por que diabos não estaria? Sou eu agora, eu como realmente sou, e como de fato sempre fui, debaixo daquela camada toda de repressão e medos e inseguranças! Só não me sinto nas nuvens porque ainda tem muita sujeira pra ser eliminada, muitos problemas, probleminhas e problemões pra consertar aqui dentro, mas já me sinto com os pés de um bailarino, bem mais leve pra dar meus passos de dança, mesmo que desengonçados, mesmo que ainda doa um bocado pisar com o calcanhar direito, mas isto eu também vou dar um jeito de resolver logo logo, você vai ver!
E é claro que vou tentar me moderar um pouco, porque eu sei que a gente não pode se exaltar demais, a gente não pode ultrapassar um certo limite. Mas sempre pensando em ousar um pouco mais a cada dia, porque eu simplesmente já me cansei da merda que era ter medo de mostrar-me como de fato sou! Este sou eu! Ou melhor, este está sendo eu aprendendo a ser um pouco mais do meu eu verdadeiro!
Mim: É, estou vendo que você evoluiu muito em questão de dias.
Eu: Sim, e estou feliz com isto, e estou mais feliz ainda em finalmente dizer, sem pensar muito, que eu estou mesmo feliz. É uma felicidade muito grande aquela que conseguimos proporcionar a nós mesmos pelo simples fato de sermos nós mesmos!
E quer saber? Tenho mais uma coisa pra dizer. Mas esta é só pra deixar aquele gostinho de quero mais.
Mim: Pois diga logo!
Eu: Eu VOU convencê-la de que eu SOU mais capaz de fazê-la mais feliz do que ele! Eu SEI disto! Simples assim. Eu SINTO! Porque foi isto que o destino nos traçou! É assim que será! Sim, será desse jeito! Eu e ela, pra sempre, PRA SEMPRÃO, e mais seis eternos, infindáveis, intermináveis meses MUITO FELIZES..! Como diria meu querido Buzz Lightwear: "AO INFINITO, E ALÉM!" Sim, é assim que será...
Mim: Amém a isto!
Eu: Pode apostar!

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