Na natureza vivemos. Na floresta.
No riacho entre folhas secas dispo-me totalmente. Sento-me contra a correnteza calma e sem pressa. Sinto-me intimamente acariciado por suas águas sensuais e sexualmente excitadas em minhas genitálias. Não há comunhão mais prazerosa que esta com a natureza .
Inclino-me para trás, observando meu sexo, meu abdômen, deixando que inundem-se por aquele gesto amoroso. Volto meus olhos para as copas altas das árvores que nos cercam. Elas também parecem excitadas, trêmulas e vibrantes de excitação e amor.
Vejo-a chegando em silêncio, contemplativa, baixa, vestido claro, solto, leve em seu corpo apetitoso. Caminha até mim e observa-me naquela cena que a outros olhos soaria inusitada. A ela soa como um convite.
Não há troca de palavras, apenas gestos, passos de uma dança compassada. Um erguer lento e provocante de tecido macio correndo sobre a carne de seu abdômen, costelas, seios, todos tão alvos e envoltos naquela luz mágica de nosso amor.
Despe-se toda e monta-me, tocando delicada meu sexo, levando-o de encontro ao dela, e assim eu, ela, e tudo ao redor nos amamos, sem pudores, sem preconceitos. Sem ciúmes, racionalizações e transcendências. Apenas homem, mulher, e o amor que os envolve e penetra seus corpos e almas numa comunhão perfeita. "Agrada-me tal cena", diria Deus diante de nós.
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Este conto foi inspirado no filme Anticristo, de Lars Von Trier, cuja crítica você pode conferir aqui.
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