terça-feira, 22 de setembro de 2009

[REVIEWS] Fringe e FlashForward: um retorno e uma pré-estréia

ATENÇÃO: o post abaixo está lotado de SPOILERS!

Um alô para nossos leitores. Essa é uma ocasião especial, além de ser a estréia da segunda temporada de Fringe, temos a pré-estréia da ótima FlashForward. Resolvemos então fazer uma resenha em conjunto. Esperamos que apreciem.

Pra facilitar suas vidas, destacamos os trechos escritos pelo Rodrigo em
azul, enquanto os comentários do Kasul estão em verde.


Fringe s02e01 - "A New Day in the Old Town"


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E finalmente chegou a 2ª temporada de Fringe! Depois de uma 1ª temporada que começou muito bem, deu uma ou outra deslizada em sua primeira metade, mas daí pra frente só foi melhorando até o excelente season finale que apontava pra um caminho cheio de possibilidades, a série volta com tudo, e ganha novos rumos.

Não podemos aqui deixar de comentar um pouco dos momentos marcantes do final dessa primeira temporada. Encontramos Walter num pequeno cemitério. Descobrimos que o túmulo para o qual olha pertence a seu filho Peter, morto ainda criança. Então quem é o Peter que participa da trama? Minha hipótese é que, de alguma forma, Walter o tenha trazido de outra dimensão, para substituir o filho morto. Isso explicaria sua constante preocupação com a saúde dele e também as citações de gostos do filho que não mais correspondem à verdade.

Outro ponto marcante do final foi Olivia se encontrando com William Bell. Explícita a forma como deram a entender que estavam numa outra realidade, primeiro dando um close no jornal, onde uma notícia já colocava Obama como presidente, ficando assim clara a data atual, e logo após, as Torres Gêmeas ainda intactas.

Se a minha preocupação durante esses meses de espera era a forma com que os roteiristas lidariam com a "abertura" de caminhos proporcionada pelo final da temporada anterior, este primeiro episódio veio como um grande alívio. Tudo que havia de melhor em Fringe estava lá, e muitos dos pontos negativos da primeira temporada começaram, aos poucos, a serem consertados.

O episódio tem início imediatamente após um acidente envolvendo dois carros. Um desconhecido sai de um dos veículos cambaleante, andando desorientado pelas ruas de Manhattan, até conseguir entrar num prédio, matar um homem e, com a ajuda de um aparelho estranho, assumir a forma do sujeito! Logo nesta cena começa uma série de citações a uma das principais fontes de inspiração de Fringe. Na TV do apartamento onde se encontravam passa uma cena de Arquivo X, focando o inesquecível casal de agentes do FBI, Fox Mulder e Dana Scully.

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Desta vez a verdade está mais "lá fora" do que você imagina, meu caro Mulder.

Partimos então para a abertura do episódio. Os mais atentos notaram que todas as palavras que aparecem durante a apresentação foram trocadas. Agora somos bombardeados com frases como Universos Paralelos, Poder Extra Sensorial, Protociência, Mente de colméia (ou coletiva), entre outras. Será isso uma dica de coisas que poderemos ver nesta temporada?

Não demora muito e já somos apresentados à nova personagem do elenco fixo da série, a agente Amy Jessup, uma gracinha que é intimidada pelo agente Broyles a fim de que ela desista de ir mais a fundo no caso em que se meteu.

Outro destaque, pois essa agente não parece ter entrado no meio dessa confusão por acaso. Dá a entender que sabe muito bem onde está e o que quer fazer. Mas suas verdadeiras motivações ainda são um mistério.

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Tá, eu vou ouvi-lo com essa cara de quem tá com muito medo,
mas não darei a mínima pro que me pediu.

Como se as coisas já não tivessem começado suficientemente estranhas, descobre-se que o outro carro é de Olivia Dunham, embora ele não traga o menor sinal de que ela esteve ali, até que Walter Bishop vai lá dar uma fuçada no veículo que, do nada, começa a funcionar, e "cospe" a agente de dentro dele, através do parabrisa!

E os mistérios seguem um atrás do outro! Olívia é por um tempo considerada clinicamente morta, mas não demora a acordar falando uma frase misteriosa em grego, além de dar a entender que há uma ameaça contra o mundo inteiro chegando no horizonte, e que antes do acidente tinha um encontro decisivo com alguém. Atormentada, atordoada e paranóica ela soa como uma personagem bem mais interessante do que vinha sendo na primeira temporada.

Mais tarde somos apresentados à possibilidade do transmorfo ser um soldado de outro universo, que por sua vez é uma idéia MUITO parecida com o conceito de espiões que podiam assumir a forma de qualquer pessoa, usados na 2ª temporada de Alias, que por sinal foi a melhor de todas (de repente um sinal de que este também será o caso de Fringe?).

E que tal um espelho que mostra um universo paralelo?! Ou ainda uma máquina de escrever que "capta" mensagens datilografadas em sua contraparte de outro universo?!

Legal destacar aqui que toda a “super tecnologia” usada em Fringe é construída de modo bem rústico. Nada de hologramas, lasers ou outras coisas digitais e “futurísticas”. Mesmo as máquinas que fazem as coisas mais esquisitas como o teletransporte, ou atravessar paredes, demandam um esforço grande para serem produzidas e utilizam apenas material , por assim dizer, comum. A comunicação entre as realidades é feita com uma simples máquina de escrever. Note-se a máquina de transformação usada pelo soldado, um aparelho com um interruptor muito antigo, e que ainda necessita que uma parte com pregos sejam enfiadas no céu da boca do sujeito... Mas tudo isso é bola dentro por parte dos criadores, que trazem todas essas coisas surpreendentes para termos mais plausíveis, ou o que costumamos chamar de pseudociência.

Mais tarde no episódio, Arquivo X torna a ser quase explicitamente citada durante a audiência de Broyles em Washington, quando o comitê de investigação menciona a "designação X" referente a casos inexplicáveis do FBI. O que demonstra o senso de justiça que os roteiristas de Fringe possuem, tornando ainda mais claro que a intenção deles não é plagiar, mas inovar no uso de algumas das idéias apresentadas ao longo das 9 temporadas da série de Chris Carter.

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Essa só veio pra cá porque achei ela uma gatinha. Especialmente quando ela diz:
"Ele é de outro universo, cara!" Pelo jeito como ficou, até parece que teve um orgasmo na hora

E já que falamos do Broyles, descobrimos neste episódio que ele já foi um militar com a patente de Coronel, e que tem um caso com Nina Sharp, a "garota propaganda" da Massive Dinamic! Até onde estas informações serão relevantes pra trama, só o futuro dirá.

John Noble continua mostrando a cada episódio que é um grande ator, alternando com facilidade entre cenas cômicas, tensas e dramáticas. A empolgação quase infantil de Walter Bishop diante da permissão do filho em fazer algo que desejava muito é um dos muitos pontos que contribuem para o grande carisma do personagem, talvez o mais querido do público.

Pessoalmente, ele é o meu personagem favorito nesta série. (o que não é nenhuma grande surpresa, já que um dos pontos negativos de Fringe é a falta de mais personagens carismáticos, a começar pela Olivia)

A cena em que ele faz uma autópsia ao mesmo tempo em que supervisiona Astrid enquanto ela prepara sua receita de pudim é ótima!

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"Mistura bem essa massa enquanto eu cuido do "presunto" aqui!"

Peter Bishop também se destaca, se tornando ainda mais atuante na história, e tomando atitudes que apontam pra uma participação mais importante do personagem nesta temporada.

Já tava na hora né? Peter sempre me pareceu um personagem de grandes possibilidades, mas andava meio ofuscado pela trama até então. (adorei a cena final dele com o Broyles, mostrando quem dá as cartas agora)

O mesmo valendo pro Agente Charlie, interpretado com competência por Kirk Acevedo, que soube aproveitar sua chance de mostrar um pouco mais de seu talento. Sinal de que os roteiristas estão dispostos a explorar mais os coadjuvantes nesta temporada (vamos ver se a Astrid desta vez ganha um "background" mais elaborado).

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Momentos finais de Charlie antes de seu futuro tornar-se sombrio

O episódio termina com uma seqüência de ganchos promissores a serem melhor desenvolvidos no decorrer da temporada. Sendo um dos mais intrigantes, na minha opinião, a cena em que Amy começa a relacionar os casos já investigados pela Divisão Fringe a passagens da Bíblia (!). Vamos aguardar o que sairá disto.

Resumindo, um excelente episódio de estréia, que chegou a ser melhor que o episódio piloto, pela quantidade de possibilidades criadas para a série, o que já era de se esperar por tratar-se de um roteiro escrito por J. J. Abrams, e Akiva Goldsman, este último também cuidando da direção. Que este nível se mantenha nos próximos!

E, o mais importante, a vaca está de volta! hahaha


FlashForward s01e01 - "No More Good Days"

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E a série que é a mais nova tentativa de encontrarem uma substituta pra Lost (que daqui a pouco termina) começou muito bem!

Nota aos leitores: segue abaixo resenha muito bem feita pelo Rodrigo. Vou me limitar a alguns comentários irônicos durante o texto.

Com elenco e produção de primeira, FlashForward já começa a história do ponto em que Los Angeles está mergulhada no caos instaurado pelo evento global que ocorre simultaneamente a todos os seres humanos. Dá um gostinho de quero mais, numa cena que lembra MUITO a abertura de Lost (personagem acorda desorientado num cenário posterior a um grande acidente, e encontra pessoas apavoradas, gritando, pedindo socorro...), mas logo trata de dar uma "esfriada" no telespectador, voltando algumas horas no tempo pra mostrar onde cada personagem estava antes de tudo ocorrer.

Assim, conhecemos um pouco da vida do casal principal, Mark e Olivia Benford. Ele, interpretado por Joseph Fiennes (o "Shakespeare Apaixonado"), um detetive que anda tendo problemas no casamento, graças à sua condição de ex-alcoólatra. Ela (papel de Sonia Walger, a Penny de Lost, uma delícia de mulher! ai ai...), uma médica que está fazendo de tudo pra salvar seu relacionamento com o marido, como, por exemplo, deixando bilhetinhos irônicos pra ele aprender a tomar jeito.

E olha o estereótipo! Os jardineiros deles são latinos... serão imigrantes ilegais?
Tá, eu não acho a Sonia Walger isso tudo não, se é para falarmos de gostosas vindas de Lost, de começo podemos citar a ... Ops, vamos voltar pra resenha... (algo naquela mulher me provoca muito... acho que é aquele sorriso meio torto dela)

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"Ser ou não ser... Ooops! Personagem errado!"

Os dois têm uma filha chamada Charlie (Lennon Wynn), que até o momento se mostrou apenas como uma daquelas menininhas loirinhas, coradinhas, de vozinha e jeitinho cutie, embora seja dela uma das melhores frases do episódio de estréia ("Sonhei que não há mais dias bons"), que por sua vez é o título do mesmo.

Creepy... lembrei dessas menininhas de filmes de terror agora.

Ainda temos Demetri Noh (John Cho), parceiro de investigação de Mark, que o acompanhava quando as mentes de todo o planeta se apagaram, bem no meio de uma perseguição a uma mulher suspeita de financiar atos terroristas (o que, obviamente, é o mote pra ser a primeira culpada pelo evento).

Também conhecemos Aaron Stark (Brian F. O'Byrne), padrinho de Mark no AA, que teve sua filha morta no Afeganistão há dois anos, e ainda procura uma forma de enfrentar a perda, sem mergulhar novamente no vício.

À beira de uma praia encontramos Bryce Varley (Zachary Knighton), médico e colega de trabalho de Olivia, que passava por uma fase péssima em sua vida, chegando ao ponto de tentar suicidar-se pouco antes de também apagar com o resto do planeta.

Vai ter sorte assim lá na pqp... (enrolou demais pra puxar o gatilho)

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Mais um pretenso suicida cagão que não deu conta de ir até o fim.
Pfff!

E por fim Nicole, a babá de Charlie (Payton List), que não pensa duas vezes antes de ligar pro namorado pra darem uma trepada no sofá do casal Benford enquanto a garotinha tira um cochilo no quarto.

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Ela adora dar 'umazinha' em dias de caos global! ^.^

Há outros personagens além destes, obviamente, mas que não ganharam tanto destaque no episódio, o qual deixou bem claro que ainda há muito o que falar deles.

Quando voltamos ao ponto em que o episódio teve início somos apresentados à série de conseqüências do evento que botou toda a humanidade pra dormir durante exatos 2 minutos e 17 segundos, tempo em que todos se viram 6 meses no futuro, exatamente no mesmo dia, 29 de abril de 2010.

Mas antes de mergulhar fundo no mistério da natureza do fenômeno, há a preocupação de mostrar como o mundo foi afetado durante um tempo tão curto em que a Terra, literalmente, parou.

Como o foco da história é Los Angeles, vemos a cidade num estado totalmente caótico. Carros acidentados em praticamente todas as ruas da cidade, incêndios, pacientes de hospitais mortos antes de intervenções cirúrgicas, helicópteros que se chocaram contra prédios quando seus pilotos "dormiram" em pleno vôo, dezenas de banhistas mortos por afogamento nas praias quando perderam a consciência, saques em várias lojas da cidade.

E não demora muito pros personagens descobrirem que não aconteceu só ali.

Notícias pipocam a todo momento nas TVs: Incêndios próximos à Torre Eifel! Mortes em massa em Hong Kong! 877 acidentes aéreos somente nos Estados Unidos!

No Brasil deve ter voltado o caos aéreo... mas ae logo vem uma ministra e diz pra relaxar e gozar... (provavelmente é o que ela estava fazendo no momento do apagão)

O mundo inteiro fica paranóico com a possibilidade de acontecer de novo, e tudo ficar ainda pior.

Que nada, é só uma marolinha... (Pegadinha do Malaaandro!!!)

E quando começam a surgir relatos do que cada um viu em seu futuro daqui há 6 meses, tem início os mistérios! (Oh, YEAH, BABY!)

Aparelhos de ressonância magnética usados em pessoas que tinham seus cérebros examinados no momento do acidente registraram uma atividade altíssima no hipocampo, o "centro da memória", fato que só acontece quando estamos acordados, indicando que não se tratava de sonhos ou ilusões tudo aquilo que as pessoas viram.

Com o clamor geral por uma explicação sobre a origem do fenômeno surge uma idéia: postar os relatos das visões de todos em jornais de circulação nacional nos Estados Unidos. E também criar um site mundial onde todos possam postar suas experiências, a fim de cruzarem referências, e criar conexões entre elas, para que se chegue a algumas respostas.

A mulher suspeita de terrorismo se vê no meio de uma tempestade, onde cavalos correm assustados.

Mark se vê sozinho, 6 meses no futuro, em seu escritório. Está apreensivo, voltou a beber. Observa febrilmente uma parede cheia de anotações sobre o Caso Mosaico, no qual ele tenta reunir o máximo de informações possíveis das pessoas que tiveram flashforwards a fim de chegar a uma resposta. De repente aparece um sujeito mascarado e armado claramente sem boas intenções.

Com três estrelinhas tatuadas no antebraço...

Charlie tem um pesadelo onde "não há mais dias bons."

Olívia se vê amorosamente envolvida com um homem que nem sequer conhece.

Bryce recupera seu gosto pela vida, quando vê que ela mudou pra melhor no futuro.

Aaron se vê diante da filha que estava supostamente morta.

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"Whoohooo! Finalmente vou ter um flashforward!"

Mais tarde Olívia recebe o garoto Dan no hospital, vítima de um dos muitos acidentes ocorridos no momento do apagão. Quando ela o conforta dizendo que vai ficar bem, pra sua surpresa, antes de ir pra sala de cirurgia, ele responde "Eu sei, Olívia", sendo que ela nem o conhecia (!).

Logo descobrimos que Dan é filho de Lloyd, que estava em Stanford durante o flash forward global, o qual, por sua vez, é o homem com quem ela se viu envolvida em seu futuro (informação que Olivia ainda desconhece).

Como se todo esse mosaico de premonições não bastasse, Demetri reaparece como o único até o momento que diz não ter passado por flashfowards, e desconfiado de que isto significa que estará morto quando 29 de abril chegar.

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"Pô! Eu também queeerooo! >.<"

E pra fechar, temos um ótimo gancho que nos apresenta a figura misteriosa do único ser humano até então conhecido que permaneceu acordado durante o flashforward.

Já temos os possíveis suspeitos: Peter de Heroes ou Neo de Matrix... (vai dizer que na hora que ele olhou pros dois lados vocês não pensaram que ele olharia pra cima e sairia voando? =P)

Bom, acho que deu pra notar que a intenção é investir no público que curte séries dramáticas de suspense com toques de sci-fi e paranormalidade (meu caso, obviamente).
Opa! o/ (1, 2, 3! Baila salsa e merengue, Maria! Foi mal, não resisti! ^.^'')
Bem produzida, bem escrita, e com um elenco variado e talentoso, FlashForward tem tudo pra ser uma série instigante daquele tipo que deixa o telespectador com os olhos grudados na tela do início ao fim do episódio, e louco para que a próxima semana chegue.

Alguém falou de 24 Horas?
(que por sinal teve uma 7ª temporada excelente)

É sempre bom ser pego de surpresa, e sentir arrepios de ansiedade diante de uma história, e felizmente foram estas as reações que este episódio despertou em mim. E que continue assim!

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