segunda-feira, 5 de outubro de 2009

[OPINIÃO] Japão, a morte de uma nação



Se você é um nerd solitário, certamente que você sabe o que é um dating sim.
Se você é um nerd solitário com muito tempo livre (o que é uma certa redundância, mas ok), e usualmente você o terá, então com certeza é mais íntimo de algumas histórias de dating sims do que da vida de uma pessoa de verdade.

É triste, é patético, de certa forma deprimente, e de muitas formas constrangedor, mas primeiramente é necessário explicar um dating sim para as pessoas normais. Resumidamente, dating sim é uma espécie de simulador de vida. Aparece os textos, textos, textos, textos e mais textos, e volta e meia você tem que fazer alguma escolha.

Nem todas as cenas são ilustradas, a grande maior parte é apenas descrita, então imagine como um tipo de livro com trilha sonora. Às vezes as escolhas influenciam no resultado final, às vezes apenas nos próximos diálogos.

Se você leu essa descrição e considera a possibilidade de saber mais sobre esse mundo, parabéns, você não tem vida social. Mas continuando, sobre o que é esse tipo de jogo?

Bom, essa é fácil de responder.
Imagine que você é um adolescente ou adulto japonês (embore se aplique de forma geral a losers ocidentais) sem nenhum acontecimento interessante na vida, sem grandes amigos, o mais perto que você chegou de uma garota na sua vida foi na lista de chamada no colégio. Sobre que tipo de história você gostaria de ser protagonista? Obviamente, sobre uma vida que você gostaria de viver. E provavelmente essa vida envolve garotas (algo completamente fora da sua realidade), e uma aventura ou acontecimentos relevantes.

Dentro desses parâmetros, existe uma infinidade de roteiros possíveis: desde invasão de aliens antropomórficos (incluso, mas não restrito a, catgirls, doggirls, bunnygirls...), ou simplesmente herdar um pensionato feminino para gerenciar, ou ganhar uma enfermeira/empregada de presente.

Seja como for, você de um zé-mané sem futuro passa a ser alguém que você teria orgulho de ser na vida real, e como brinde um harém de garotas apaixonadas por você para você escolher (conforme suas escolhas no jogo).

Deve-se observar que as garotas não são simples garotas comuns e humanas, mas sim seguem um padrão de estereótipo ao gosto do freguês (desde a irmã adotiva de saúde frágil à atleta gostosa pacaraio, complexada por não se achar feminina, cada uma adorável ao seu próprio modo). Com alguns anos de experiência você aprende a identificar esses estereótipos em poucos segundos.

Esse tipo de jogo movimenta uma industria milionária no Japão, e não é segredo entender o por quê. Se você é um cara sozinho, que vive apenas para o trabalho/estudos, como dizer não à fantasia de ter uma amiga de infância apaixonada por você, ou ter sua própria catgirl empregada?

Obviamente esses jogos possuem cenas de sexo (com as censuras estranhas das leis japonesas), porque esta também é uma parte importante da vida que o público-alvo não possui. Mas por experiência própria, e pelo constatado em fóruns, ao contrário do que uma pessoa saudável pensaria, esse não é o maior atrativo do jogo. Você não joga um jogo desses para ver desenhos hentais (existem meios muito mais fáceis e rápidos de tal). A carência (e o ponto loser da coisa toda), é muito mais profundo do que isso.

Eu não acho que esse tipo de jogo seja um problema, e alguns têm histórias que realmente valem a pena serem lidas, e realmente despertam empatia pelos personagens (o que é particularmente loser da minha parte, mas azar).

O que eu acho realmente errado é um mundo onde tantas pessoas vivam essa subvida triste e carente. Nenhum ser humano deveria viver dessa forma.
No Japão o governo já considera um problema de saúde publica realmente relevante esse tipo de comportamento, e o índice de jovens adultos e adolescentes sem praticamente nenhuma vida social (tem uma palavra para esse tipo de comportamento, mas me escapa agora) é alarmante. E quando eu digo nenhuma, é nenhuma mesmo: o cara trabalha pela internet, vive de tele-entrega, não tem amigos, e mulheres de carne e osso na sua vida são tão reais quanto personagens de anime.

Aliás, lembrei do termo:
hikikomori.
Incapazes de seguir o frenético ritmo de vida do país, no Japão existem cerca de 1 milhão de adolescentes ou jovens que sofrem de hikikomori - comportamento causado pela reclusão ou isolamento. Esses jovens vivem por sua própria vontade trancados em suas casas ou quartos durante anos.

Normalmente o problema começa na adolescência, após enfrentar casos de ijime (maus-tratos na escola) ou falta de adaptação devido à pressão social que existe no Japão para não transgredir as regras sociais, disse Mami Iwamoto, diretora de um centro de reabilitação para vítimas de hikikomori em Yokohama (Kanagawa).

Cansados de sofrer pressão de colegas, alguns se encerram em seus quartos ou outros locais da casa, e recusam sair durante um longo período de tempo, que pode durar até anos.

Calcula-se que cerca de 1 milhão de pessoas apresente esses sintomas, mas as causas ainda não estão muito claras.

Da explosão econômica dos anos 70 e 80, o Japão passou por uma crise que terminou há pouco tempo, e agora muitos jovens não se sentem seguros quanto ao futuro quando saem das universidades.

A falta de perspectivas de futuro é um fator, mas o fenômeno hikikomori acontece exclusivamente no Japão, salvo alguns casos na Coréia do Sul.

A rigidez social da cultura japonesa impõe muita pressão sobre os jovens, de quem se espera a excelência nas atividades que executam.

O especialista Tamaki Saito, pioneiro em estudar o tema, culpa em parte o culto à individualidade na cultura japonesa.

O fenômeno hikikomori, que segundo Mami atinge um em cada 40 lares japoneses, está relacionado, em alguns casos, com o fenômeno otaku, palavra que descreve os fanáticos por animes e videogames.

Segundo Iwamoto, alguns jovens reclusos passam o tempo dormindo durante o dia, e jogando games, ou navegando na internet, durante a noite, porque para eles é mais fácil interagirem em um mundo virtual do que no mundo real, onde é necessário fazer esforços.

Como acontece muitas vezes entre os lares japoneses, os pais não forçam os filhos reclusos a saírem de casa, com a esperança de que o mal passe com o tempo.

É comum que a família sinta-se envergonhada com a situação, e esconda o fato do estar sofrendo de hikikomori.

No Reino Unido, o hikikomori foi relacionado também ao termo NEET (Not currently engaged in Employment, Education or Training), que designa alguém que no momento não trabalha, nem estuda, nem se prepara para nada.

Segundo especialistas consultados pelo Japan Times, não se trata apenas do resultado de uma longa crise econômica que atingiu o país nos anos 90. Esse grupo começou a preocupar as autoridades japonesas, que já começam a enfrentar o problema da redução da força de trabalho, em um país que registra uma das menores taxas de natalidade do mundo.

De fato, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar pretende construir centros de internação para ensinar os jovens a serem mais disciplinados e interessarem-se pela carreira profissional.

Para a diretora do centro particular de tratamento para hikikomori, Mami Iwamoto, no entanto, não é correto relacionar os jovens reclusos ao grupo NEET, nem tampouco é uma questão de emprego ou profissão.

No centro segue-se um programa de quatro fases no qual a primeira tenta fortalecer as relações dos indivíduos com pessoas da mesma idade. Só depois os internos passam a mudar seu ritmo de vida através de apoio psicológico. No final, os pacientes são conduzidos a um programa de inserção no trabalho, no qual aprendem a conseguir independência econômica.

O problema do Japão, no entanto, vai mais longe ainda. Porque cada dia mais e mais, com exceção do emprego, não se pode apontar GRANDES diferenças entre a vida de um hikikomori e um cidadão saudável e comum. Não, é sério mesmo, the shit goes deeper and deeper!

Segundo a BBC, o Japão é um país que caminha para a morte. O jornalista Robin Lustig especula que as causas sejam a incapacidade do homem japonês de adaptar-se à cultura moderna, e lidar com a atual realidade. As mulheres são mais independentes, e as esposas gradualmente perdem o manto de “segunda mãe”, tão comum na cultura nipônica. As facilidades tecnológicas dos jogos de romance, dos animes, e dos mangás cheios de garotas submissas e perfeitinhas, e o investimento massivo neste mercado de homens solitários – lanchonetes e docerias com garçonetes “fofinhas” submissas, que sentam ao lado do cliente e sorriem estupidamente, são comuns no país – vêm servindo como subterfúgio para a vida real. Por que enfrentar os “perrengues” de um relacionamento real, os altos e baixos de uma vida a dois, se eu posso me sentir querido e especial em Shibuya, e me aliviar à noite com um belo hentai? Este é o pensamento de uma pequena, mas crescente, população de homens japoneses.

No mais famoso fórum anônimo do mundo, o infame 2chan (o 2chan é o fórum japonês equivalente ao 4chan - que é o americano, aí tu consegue medir o tamanho da doença da coisa - a propósito, o do Brasil é o 7chan, se eu não me engano, mas que seja), as declarações dos internautas é um misto de indignação e resignação perante os comentários de Lustig:

- Façam a realidade ser mais interessante que os games, por favor!

- Sim, eu posso viver só de videogames.

- (Não sou eu que não quero lidar com a realidade) É a realidade que não quer lidar comigo, seu idiota!

- Minha namorada (2D) é a Aiko-chan. Ela está sempre disposta a me dar um sorriso, e não se importa se eu estou sem dinheiro, ou esqueço uma data importante. Isso é o que me importa.

- Os comentários dele ( Lustig) são racistas!

- Não sei na Inglaterra, mas os custos e sacrifícios para se casar no Japão, nos últimos 20 anos, se tornaram simplesmente altos demais.

- Estou ocupado demais com meu trabalho para arrumar uma mulher e me casar.

É fácil culpar os jogos e animes. Entretanto, ao meu ver, eles são mais conseqüência do que causa. A verdadeira culpada é a vida expressa dos grandes centros nipônicos. Um trabalhador médio japonês trabalha 12 horas por dia. O intervalo de almoço é de 1 hora, o que torna a volta para casa impossível. Na prática são 13 horas longe do lar, isso sem levar em conta o tempo gasto no trajeto da casa para o local de trabalho. Muitas companhias adotam um rigoroso sistema de metas, que está o tempo todo analisando o desempenho do empregado de modo que – especialmente nestes anos recessivos – se ele tem uma performance abaixo do esperado, a demissão é imediata. É um ambiente de pressão intensa, de correria interminável. Difícil exigir que, ao chegar em casa, haja ânimo para sair com os amigos e flertar com garotas. A fuga é relaxar no sofá, e conhecer mulheres mais simples geradas por um processador.

É triste, apesar de que, para nós ocidentais, pode parecer engraçado, mas os japoneses simplesmente acham “problemático demais” despender energia na construção de um relacionamento. Pesquisa realizada pelo Nikkan Gendai mostra que nos últimos 20 anos o desejo sexual do povo japonês caiu em 40%. Atualmente o japonês é o povo que menos faz sexo no mundo, em pesquisa realizada por divisão da OMS.

A situação entre os japoneses CASADOS também não é boa. Pesquisa do escritório japonês do The Guardian revelou que 26% das mulheres casadas do país não fizeram sexo nos últimos 2 anos! Outro fenômeno comum é o de casais virgens. Isso mesmo, pessoas casadas que, mesmo após vários anos, seguem sem terem intercurso sexual. O governo japonês paga 170 euros (+-500 reais) por mês – durante 10 anos – por cada criança que os japoneses decidem ter. É uma forma de tentar impedir que a população do país míngüe ao ponto de faltar mão-de-obra para a indústria e o comércio.

O fenômeno é tão sério que gerou bizarrices como Voluntários Sexuais para Esposas Abandonadas, e o Serviço de Suporte à Perda da Virgindade.

Eu estou falando MUITO sério! MESMO!

Acho que de qualquer coisa que eu possa dizer ou mostrar, nada é mais prático para entender esse mundinho à parte do que a contracapa do jogo "Yume Miru Kusuri - A Drug That Makes You Dream" (desde a descrição até o título, nada pode ser mais esclarecedor)


I am just an average student, living an average, colorless life. I study, I work my part-time job, I get through my day just like everyone else, trying not to stand out from the crowd. But suddenly, almost before I realize it, the winds of change have blown into my life. They come in the form of three girls, girls who have been around me for some time, but who I never noticed in this way before. They are most definitely not living a colorless life like everyone else in postmodern Japan. They seem to float above society, strangely unaffected by it. Instinctively I know I should avoid getting involved with them, and yet before I know it, my destiny is bound with theirs. Where will it all lead?

E se você acha que isso é o fundo do poço, é porque não viu a nova geração de simuladores de vida que ainda não foi lançado, mas que já está bombando alucinadamente no pré-venda. A Konami está trabalhando no Love Plus, e isso complementa a idéia do tamanho da coisa toda.

O que é o Love Plus?

Bem, vamos lá: a primeira parte do jogo é um dating sim padrão: o jogador corteja algumas garotas, que inevitavelmente se apaixonarão por ele. Ele dá uma boa comida romântica nela, e normalmente é aí que um dating sim termina - só que com Love Plus é exatamente onde ele começa de verdade.

Ok, você tem a guria, e agora? Quer tocá-la na testa, bochecha, braços, curupita via a caneta do DS? Você pode mandar um e-mail pra ela, e falar com ela através do microfone embutido do DS, para estudarem juntos. E que tal levá-la ao cinema? Marcar um encontro? (tudo isso no mundo real) Nada que um acesso à internet não torne possível. Em troca, ela vai se modificando conforme os gostos e desgostos do jogador, e até seu tom de voz muda com o decurso do jogo. Love Plus tem mais de 5000 situações possíveis, 150 ilustrações diferentes, e 25000 expressões vocais. A idéia é REALMENTE você namorar com o seu DS.


Muitos japoneses simplesmente largaram de mão, de uma forma que não pode sequer ser imaginada. Vou te contar uma história, ok? A história de Ryoma Igarashi.

Ryoma Igarashi gosta de dirigir longas distâncias pelas montanhas, tirando fotos de templos budistas, e explorando vizinhanças antigas.Ele começou jardinagem, criando rabanete em um canteiro no apartamento. Até recentemente, Igarashi, um japonês de 27 anos apresentador de televisão, seria considerado efeminado, até mesmo gay. Se fosse só isso, ele é gay e pronto, isso não seria tão grave assim, aliás, sequer seria um problema. O problema mesmo é... que as coisas não são tão simples assim.

Igarashi tem uma nova identidade (e muita companhia entre outros homens jovens) como um dos “soushoku danshi” - literalmente significando “garoto come-grama”. Definidos assim por sua falta de interesse em sexo, e sua preferência por vidas mais quietas e menos competitivas, os “herbívoros” do Japão estão provocando um debate nacional sobre como a estagnação econômica desde os anos 90 alterou o comportamento dos homens.

Jornais, revistas e televisão estão recentemente fixados nos herbívoros. “Teriam os homens se tornado mais fracos?” era o tema recente de um talk show. “Herbívoros não são tão ruins” é o título de uma coluna regular no site japonês NB Online.

Media Shakers, uma companhia de consultoria que é subsidiária da Dentsu, a maior companhia publicitária do país, estima que 60% dos homens de 20 anos, e 42% dos homens entre 23 e 34 anos, consideram-se “herbívoros”. Partner Agent, uma empresa japonesa de relacionamentos, descobriu em uma pesquisa que 61% dos homens solteiros, na casa dos 30 anos, definem a si mesmos como herbívoros. Dos 1000 homens solteiros na casa dos 20 e 30 anos, em uma enquete do site LifeNet, uma empresa de apólices de seguro, 75% se descreveu como “garoto come-grama”.

fobia de relacionamentos dos Come-Gramas (N.T.: que agora me refiro como Herbs) não é a única coisa preocupando as mulheres japonesas. Ao contrário das gerações anteriores de homens japoneses, eles preferem não tomar o primeiro passo, gostam de rachar a conta e não são particularmente motivados por sexo. “Eu passei a noite inteira na casa de um cara e nada aconteceu - nós apenas dormimos!” resmunga uma mulher incrédula em um programa de TV dedicado a Herbs. “É como se algo estivesse faltando neles” disse Yoko Yatsu, uma dona de casa de 34 anos, em uma entrevista. “Se eles fossem mais normais, eles seriam mais interessados em mulheres. Eles pelo menos iriam querer falar com mulheres.”

Se no Século XIX os Samurais largaram as armas - forçados - os japoneses de hoje largaram o pênis: voluntariamente


E você acha que isso é o fundo do poço? Quer dizer, acha que o espírito dos japoneses não pode estar mais quebrado e dilacerado do que isso? Ok, então senta aí e eu te digo que pode. Vou te mostrar onde a água bate na bunda porque chegamos no fundo do poço. E se eu te falar do PUTA MEGA SUCESSO de vendas no Japão, o Tomodachi Collection?

Bem, mulher realmente tem padrões de exigência que beiram o inacessível para alguém sem personalidade forte/tempo/dinheiro/experiência. Entretanto, não é só das “coisas difíceis” que os japoneses estão abrindo mão, e acompanhando esse passo os dating sims evoluíram para “friend sims”. Sim, exatamente isso, o jogo mais vendido do Japão (período: 24/08 a 30/08: 1. DS. Tomodachi Collection [Friend Collection] 83.000) é um “simulador de amigo”.

Imagine uma mistura de Tamagochi com The Sims, e você vai ter uma boa idéia do que é Tomodachi Collection. Eu realmente preciso explicar qual é o problema do jogo mais vendido no país ser um “simulador de amigo”? Não preciso, né? Pois é.

Sim, esse é o mesmo país que nos deu Super Mario World, o Gigante Guerreiro Daileon, samurais e ninjas.

Só de escrever isso eu já me senti deprimido, é uma coisa realmente triste.


Mas o que pode ser feito para salvar esse país amigo, que nunca nos fez nada senão nos brindar com divertidas séries na TV Manchete?

Mudar os valores da sociedade? Num mundo em que o que determina o quanto um homem vale é o quanto ele consegue se impor como caçador? Não vai acontecer.

Mudar o sistema de ensino? Um sistema que não faça vistas grossas ao bullying, assim como considere que o processo de formação psicológica é muito mais importante do que a formação cultural? Não vai acontecer também.

Admitir que algumas pessoas simplesmente não são boas o bastante, e esquecê-las para que apodreçam sozinhas? Hm, isso é o que já está sendo feito, mas algo me diz que não é bem isso que resolve o problema...

Sinceramente, não vejo como resolver esse problema que não é mais apenas japonês, mas mundial. Como um câncer, vejo a cada dia os mesmos problemas e efeitos que destruíram o Japão se alastrando pelo mundo. Hikikomoris não são mais novidade na Coréia do Sul. Nos Estados Unidos não é tão estranho “losers” admitirem que não são bons o bastante para competir pelas fêmeas da espécie, e simplesmente largarem de mão. No Brasil não é de todo indesejado por várias pessoas que lançassem um “simulador de amigo”. De uma parcela calada, sozinha e invisível do mundo, o tipo de pessoa que você nunca saberia o nome no final de contas, a estrutura do mundo como o conhecemos caminha em direção aos mesmos passos que o Japão seguiu, e temo não haver mais volta ...

Muitos especialistas acreditavam que essa destruição dos valores do homem japonês era efeito colateral remanescente da guerra, da humilhação de uma rendição incondicional, e o fato de que, mesmo passados mais de 60 anos, o Japão não possui um exército próprio (o território japonês é defendido por bases americanas, onde não é incomum relatos de abusos de poder, e até mesmo estupros sem qualquer tipo de punição). Mas o fato de que essas características estão se espalhando pelo mundo prova que as coisas não são tão simples assim.

Parafraseando os irmãos Cohen, o mundo está se tornando cada dia mais e mais “no country for weak men”. É um jogo onde todos perdem no final.

Honestamente, da forma como eu vejo as coisasn e como elas estão se desenvolvendo, o Japão hoje é o mundo todo daqui a 50 anos...

É uma bola de neve e eu não vejo solução pra isso.
E tem gente que ainda acha que aquecimento global é que vai ser o problema deste século, noobs idiotas...



4 comentários:

  1. agora entendo uma prima minha que morou no japão e disse que as japonesas são loucas pelos estrangeiros...

    Japão... ae vou eu... hehehehe

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  2. Ah se a Eliane lê isto...

    Mas, preocupante é pouco pra definir a situação dos japas.

    Agora, eu não os culpo totalmente. A "realidade" pode ser bem cruel pra muitas pessoas. Eles só abraçaram o caminho mais fácil.

    Digo por mim quando falo que as garotas de animes são realmente um caso a parte. Não tem como não se encantar com elas.

    Mas, quando a gente se toca que não dá pra... tocá-las. Bom, daí a coisa fica realmente séria. Eu não conseguiria viver sem isto.

    Mas (e prometo que este será o último), se eles se sentem bem com isto, que sejam felizes.

    E antes que eu me esqueça, ótima matéria. Muito pertinente (sim, eu tenho usado muito esta palavra).

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  3. E não é que eu acabei lendo... E não gostei nadinha desse primeiro comentário.

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