domingo, 18 de outubro de 2009

[REVIEW] Planetary #27


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(vale a pena!)

Uma das melhores séries em quadrinhos já concebidas chega ao fim, e apesar de eu ter escrito quase nada sobre Planetary aqui no blog, não podia perder a oportunidade de falar um pouco dela, agora que a jornada está completa.

Não pretendo fazer uma análise detalhada da obra, nem exaltar o verdadeiro caldeirão de referências à cultura pop, e teorias científicas "de vanguarda", porque falar disto quando se escreve sobre a série já virou lugar comum. Quero me concentrar na edição em questão.

Começando pela capa, que se mostra um dos melhores trabalhos de diagramação de John Cassaday em toda a sua passagem por Planetary. Cassaday é um artista versátil, com um traço competente, e desenha de um jeito que faz tudo parecer muito fácil, muito claro, e compõe cada cena de uma forma sóbria, sem maneirismos estilísticos, e rebuscamentos desnecessários.

A capa desta edição é um excepcional trabalho de condensação de todos os principais fatos ocorridos na complexa trama de toda a série. Ainda traz praticamente todos os personagens que tiveram alguma importância em algum momento dentro da mitologia criada por Warren Ellis. Tudo numa harmonia hipnótica que nos convida a observar cada detalhe. Além disto, serve como um inteligente recurso de recapitulação da trama até aqui. Mais um motivo pra ficarmos de olho nos próximos trabalhos de Cassaday.

A história em si é mais um epílogo do que uma conclusão. O grande clímax da série ocorreu na edição 26, com onde foram amarradas praticamente todas as pontas soltas espalhadas no decorrer da série. Nesta a história se concentrou no resgate de Ambrose Chase, o membro perdido da Organização Planetary, dado como morto anos atrás.

Antes disto, temos uma visão geral do mundo pós-derrota dos Quatro, onde o Planetary começou a empregar todos os conhecimentos acumulados por seus adversários ao longo dos anos em aplicações científicas que visam o progresso da humanidade (o exato oposto do que o grupo de vilões pretendia com os resultados de suas pesquisas). É o Ellis voltando à idéia de super-heróis influenciando na política, ciência e filosofia da humanidade, já muito bem explorada em Authority, uma de suas melhores criações.

Não há grandes confrontos nesta história, nem revelações bombásticas, e todo palavreado científico esconde apenas uma história sobre um grupo de amigos tentando salvar a vida de outro, que eles recusam acreditar que merecia morrer.

Há, sim, uma ótima idéia sobre viagens no tempo, e os efeitos colaterais que ocorreriam ao acionar a primeira máquina que as tornasse possível. Mas no final, uma história que deveria soar como uma despedida aos leitores, termina com um "bem vindo de volta" a um personagem que durante toda a série se encontrou perdido, como nós, em busca de respostas para os mistérios do mundo de Planetary (e também do nosso).

Agora com todas as principais respostas em mãos, podemos olhar pra todas as geniais 27 edições concebidas por Warren Ellis e John Cassaday, largar mouses, teclados e páginas de celulose, nos pôr de pé, e aplaudir o trabalho destes dois excelentes criadores, que por 11 anos nos ofereceu algumas das melhores histórias em quadrinhos já produzidas.

Que Elijah Snow, Jakita Wagner, o Baterista, e todo o vasto elenco de Planetary tome seus lugares mais do que merecidos no imaginário coletivo, onde vez ou outra voltaremos a revisitá-los por nós, ávidos por relembrar sua jornada épica por um mundo estranho.

Nos vemos na próxima faceta do "floco de neve", Ellis e Cassaday!

Um comentário:

  1. Não sei o que pensar exatamente... Gostei e não gostei ao mesmo tempo... Acho que teria gostado mais dessa historia se tivesse ocorrido no meio da serie, e não que tivesse sido deixada para fechar...
    Po, a galere esperou uns bons anos para ter o capitulo final... ai esse sai... e nao passa de um epilogo...
    assim, realmente não tinha o que esperar depois do 26 em termos de evoluçao e ação... mas acho que foi feito muito barulho em cima dessa edição para ter tido esse resultado... Mas foi bom no quesito "matar saudades"...

    É um saco viver de espectativas haeuheaueahu

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