Quando eu disser "já", todo mundo cai no sono.
JÁ!!!
E a série continua acertando a mão! "Black Swan" começa com a melhor cena de abertura de todos os episódios até o momento. Poesia, ironia e tragédia embaladas por "It's, Oh, So Quiet", da cantora Björk. Aliás, é a primeira vez que mostram o momento exato em que todos apagaram, e felizmente compuseram a seqüência muito bem, numa combinação segura de edição, trilha sonora e ritmo narrativo.
Falando na música, vale a pena dar uma olhada em seu clipe oficial aqui: http://www.youtube.com/watch?v=F5ndoBdm0yY (não deu pra incorporá-lo por falta de permissão do autor).
Logo em seguida somos apresentados a um dos personagens mais carismáticos da série até então. Ned, o branquelo que ficará negão daqui a 6 meses, e que acha tudo isto o máximo. Sua entrada no hospital inicialmente soa como uma piada absurda, mas logo seu estado de saúde se complica, o que acaba gerando um conflito entre Olivia e Bryce. Ela procurando ignorar tudo que se refira ao flashforward do paciente, e defendendo a idéia de que qualquer dado referente ao futuro não pode ser usado em diagnósticos feitos no presente, e ele acreditando que a história de Ned pode ser uma pista importante para a aplicação do tratamento adequado ao seu caso.
Claro que Olivia se mantém cética com relação aos flashforwards porque não quer que o seu se realize, e neste episódio ela continua evitando o máximo se cruzar com Lloyd, o sujeito que será seu amante dentro de alguns meses. Mas, o destino continua teimoso e insistente, e tudo que ela faz pra afastá-lo acaba sendo desfeito logo.
No final Olivia engole seu orgulho e ceticismo, quando conclui que Bryce estava certo, o que rende a melhor fala do episódio:
Outro conflito de interesses é o de Mark com Demetri. O primeiro seguindo sua busca por respostas, baseado nas pistas que enxergou em seu flashforward, e o segundo tentando a todo custo encontrar uma forma de mudar seu futuro.
Demetri retoma as investigações sobre Alda Hertzog, a loira suspeita de envolvimento com terroristas, vista no primeiro episódio, ainda acreditando que ela tem alguma relação com a causa do apagão. Enquanto Mark quer seguir a pista encontrada no episódio anterior, e saber o que diabos aconteceu em Ganwar.
A dica de Alda não os leva a lugar nenhum, mas rende uma conversa interessante entre ela e Mark, sobre a origem da metáfora do cisne negro (que remete tanto à trama principal quanto ao caso de Ned visto no início), e sobre homens dispostos a se sacrificar por uma causa. O que leva Mark a dar um passo mais ousado no final do episódio, assumindo uma postura mais pró-ativa.
E quando já estávamos quase nos esquecendo de Nicole, a babá de Charlie que dava uns amassos no namorado durante o apagão, a personagem volta com mais uma peça do "mosaico". Descobrimos que aquela aflição toda que a acometeu no primeiro episódio foi graças ao futuro em que se viu sendo afogada por um homem. Ela diz que se sentia merecedora daquilo, e que fez algo ruim.
Meu palpite: ela terá alguma culpa no caso do possível "seqüestro" de Charlie e Dylan por D. Gibbins. Mas, estou apenas sustentando uma teoria com outra minha, da qual falei na resenha do 2º episódio.
Lloyd e sua cara sempre assustada
E já que mencionei um dos possíveis responsáveis pelo apagão, voltemos a Lloyd, que finalmente revelou o conteúdo de seu flashforward. Curioso que, apesar de estar na mesma ocasião em que ocorre o de Olivia, em nenhum momento ele chegou a olhar pra ela de fato, tão concentrado estava na ligação que recebeu. E apesar de não ter revelado o autor da mesma, pelo menos pra mim ficou bem claro que se trata de Simon, visto mais adiante no episódio, que é introduzido na história como mais um dos muitos personagens misteriosos de Flashforward, e confirma uma das minhas suspeitas.
Pois é, agora o lance é causar flashforwards.
Cansei de morrer nos do Desmond.
Com mais um dos responsáveis pelo evento vindo à tona, Flashforward toma novo fôlego, e continua mantendo o interesse da audiência.
De negativo neste episódio eu destaco aquele que se tornou o "vício narrativo" dos diretores da série, que insistem em recapitular os flashforwards de Mark, Olivia, e todos os demais personagens que ganharam maior destaque dentro da trama, toda vez que são citados na história. É um detalhe que já está irritando e soando redundante demais.
Outro é que a história está começando a soar um tanto forçada por jogar todos os personagens-chave da trama principal no círculo de relações de Olivia e Mark. Tudo bem que ele é o principal responsável pela investigação do Mosaico, mas em 4 episódios já nos demos conta de que várias peças já estão muito próximas dele. Fica a expectativa de que nos episódios seguintes tudo se torne mais desafiador, e menos "entregue de bandeja", como vem ocorrendo até então.
Mas, apesar disto, Flashforward ainda se mantém como uma série instigante, quem vem sabendo se renovar a cada episódio, num bom equilíbrio entre os dramas pessoais de cada personagem, e a história maior, cheia de mistérios, e ainda com muitas peças pra serem descobertas.
Na próxima semana "Gimme Some Truth" (título muito sugestivo, por sinal).
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